Jornada ESG

Produção

Estadão Blue Studio

Novo relatório do auditor reforça necessidade de informações adicionais

Compartilhe

16 de fevereiro de 2016

Toda definição do papel do auditor independente tem um componente em comum: fornecer ao mercado informações claras e sólidas, para investidores e empresas terem mais subsídios para auxiliá-los no processo de suas próprias decisões.

Em um mercado dinâmico, com maior número e diversidade de participantes, bem como com demonstrações financeiras das empresas cada vez mais complexas, o auditor hoje recebe uma demanda urgente: assumir uma abordagem mais informativa e inteligível para públicos diversos.

Uma resposta está a caminho: há um novo modelo de relatório do auditor para companhias abertas, cujas bases já foram aprovadas pelo International Federation of Accountants (Ifac) e está em fase de revisão para emissão da correspondente norma no Brasil, aplicável para relatórios emitidos a partir de 2017. A mudança sinaliza uma nova abordagem ao apresentar as informações financeiras das companhias abertas.

O novo relatório manterá a natureza binária da opinião do auditor, que é entendida como importante pelo mercado. Contudo, há exigência de complementação, com descrições mais específicas a respeito de “assuntos-chave”, principalmente os relacionados a áreas de julgamentos profissionais.

Informação em primeiro lugar

A parte inicial do relatório deverá ser destinada à opinião do auditor independente e à descrição do que foi examinado, com o detalhamento do que serviu como base para a formação da opinião do profissional.

Na sequência, deverá vir a descrição dos “assuntos-chave” da auditoria, como áreas de risco significativo, áreas em que o auditor considerou como de maior risco e circunstâncias que exijam mudanças no curso dos trabalhos de auditoria.

O novo modelo de relatório deverá ser estruturado como definido na norma internacional de auditoria, editada pelo Ifac: a ISA 701. No novo relatório, o auditor deve detalhar o que serviu como base para a elaboração da sua opinião, áreas consideradas de maior risco e aspectos observados, “assuntos-chave” e a avaliação da administração da companhia sobre a capacidade de continuidade operacional.

A responsabilidade para as premissas sobre continuidade operacional continua com a administração da companhia, cabendo ao profissional de auditoria auditar e desafiar as premissas e julgamentos considerados pela administração.

O objetivo do novo relatório é também minimizar a redação padronizada, já que cada companhia e cada grupo de indústria possui características próprias. Esse novo modelo também deve provocar maior interação entre os comitês de auditoria (ou conselhos e órgãos de governança equivalente de cada companhia) e os auditores.

O comitê de auditoria ou órgão de governança equivalente deve trabalhar com a administração e o auditor independente para ter certeza de que os controles internos adequados estão em vigor e devidamente documentados em todas as áreas relevantes do negócio, mitigando riscos.

Mais acessadas

Para saber mais sobre ESG e outros estudos da Deloitte, acesse o link e cadastre-se