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Estadão Blue Studio

Participação de mulheres em conselhos ganha mais espaço

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19 de janeiro de 2016

Nos últimos anos, muitos conselhos de administração beneficiaram-se ao promover um tipo específico de diversidade: a de experiências, reunindo profissionais com perfis e capacidades técnicas distintas, mas complementares. Agora, outro tipo de diversidade, a de gêneros, traz novas questões à forma de compor esses conselhos.

Uma pesquisa global recente da Deloitte revelou a maior participação feminina nos conselhos de administração. Na primeira versão do estudo “Women in the boardroom”, realizada em 2011, foram identificados 13 países com diversidade de gêneros significativa nos conselhos. Este número, em 2015, passou para 49. O Brasil está incluso e, dentro desse ranking, ocupou a 31ª posição.

Camila Araújo, sócia-líder do Centro de Governança Corporativa da Deloitte, explica que as nações mais desenvolvidas apresentam uma maior participação das mulheres em cargos de gestão. “Foram nações pioneiras e continuam dando exemplo ao mundo. Países como o Brasil, um dos últimos colocados na pesquisa, ainda têm um grande desafio pela frente, principalmente no amadurecimento da nova cultura de diversidade nos negócios e também no dia a dia dos cidadãos”, argumenta.

A diversidade dos conselhos no Brasil

Uma pesquisa a respeito dos avanços da governança corporativa no Brasil revelou uma pequena redução na participação de mulheres em conselhos de administração, de 41% para 38% em dois anos. O estudo “A caminho da transparência: a evolução dos pilares da governança corporativa” foi realizado pela Deloitte em 2015.

“Embora a redução seja um ponto importante, devemos destacar que o número de conselhos de administração em empresas brasileiras aumentou e que, devido à baixa disponibilidade de mulheres conselheiras, naturalmente sua participação iria diminuir no universo total”, diz Camila Araújo. Em suma, por um lado, há uma profissionalização da gestão nas empresas brasileiras, por meio da estruturação de mecanismos de governança, como conselhos e comitês – o que, destaca Camila, é muito positivo. “Por outro lado, notamos essa diminuição da diversidade nestes conselhos”, afirma.

No Brasil, há um Projeto de Lei, em tramitação no Congresso Nacional, que almeja aumentar a participação de mulheres para 40% das posições de conselhos até 2022, em empresas paraestatais e do Governo. De acordo com Camila, essa pode ser uma iniciativa importante neste sentido. Ela diz, no entanto, que a melhor forma de aumentar essa participação de maneira eficiente e sustentável pode ser por meio do fortalecimento da cultura de gêneros que, de certa forma, tem ganhado corpo.

“Acredito que, em pouco tempo, e por força das novas gerações que chegam ao mercado de trabalho, a discussão sobre gêneros deixará de existir naturalmente e os papéis profissionais se mesclarão. Temos executivas capacitadas, competentes e prontas para assumir essas posições”, afirma Camila Araújo. “Talvez seja o momento para demonstrar ao mercado que essa já é uma realidade no Brasil.”

Para consultar as pesquisas citadas e outros estudos e dados da Deloitte, acesse: www2.deloitte.com/br/pt.html

19jan2016

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