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22 de dezembro de 2015
Mesmo com o cenário atual de incertezas afetando as decisões das empresas no Brasil, há, ainda, espaço para movimentos estratégicos como fusões e aquisições. É o que fica claro ao observar os dados revelados pelo estudo “Pesquisa de Integração Brasil 2015 – Entendendo os desafios para maximizar o investimento em M&A”, elaborado pela Deloitte a partir de entrevistas com 87 empresas que estiveram envolvidas em transações estratégicas no Brasil nos últimos três anos. Dos entrevistados, 63% afirmaram que irão manter ou elevar o nível de investimento em fusões ou aquisições no País nos próximos dois anos.
Em movimentos de grande envergadura como este, é preciso estar atento a medidas essenciais para garantir não só o sucesso da transação, mas a sustentabilidade e a longevidade dos negócios após a aquisicão. A maior parte das empresas entrevistadas (69%) diz ter elaborado e executado um plano formal de integração, contra 31% que não dispuseram dessa estratégia. O primeiro grupo saiu em vantagem: 87% afirmam ter obtido sucesso na transação. No segundo, que não contou com processo de integração, a taxa de êxito foi de 54%.
No total, a maioria dos entrevistados (77%) destaca que a integração pós-fusão ou aquisição pela qual passaram foi bem-sucedida. Apenas 18% afirmam ter atravessado uma integração aquém da expectativa de sucesso e 5% não opinam sobre o tema.
Concretizar uma integração é uma tarefa árdua. Sem os cuidados necessários, esse processo pode demandar mais tempo, esforços e recursos do que o esperado, o que, consequentemente, dificulta a captura de valor do investimento.
“A chance de sucesso em uma operação de fusão ou aquisição será maior se as empresas envolvidas estiverem preparadas para lidar com obrigações legais e regulatórias, complexidade fiscal e planejamento abrangente da integração”, destaca Renata Muramoto, sócia especialista da Deloitte em integrações e separações de empresas. De acordo com os entrevistados, apenas 27% das transações brasileiras capturaram as sinergias planejadas em menos de um ano — já para empresas americanas, esse índice é de 74%.
Boas práticas na integração
Cinco medidas para mitigar riscos e a facilitar cada transação.
1 Conduzir um bom processo de due diligence. A liderança do negócio deve estar engajada desde o início, questionando dados da due diligence e estimativa das metas de sinergia a serem capturadas ao longo do tempo, considerando a complexidade da integração.
2 Possuir um forte patrocínio executivo. Deve-se desenvolver um mapa de stakeholders a serem envolvidos, estabelecendo cadência específica durante o planejamento da integração.
3 Designar uma equipe dedicada. É preciso que a equipe responsável pela integração tenha uma forte liderança para entender os impactos estratégicos da transação e os riscos de cada decisão em todo o negócio.
4 Desenvolver um plano abrangente. O plano deve ser dividido em fases, vinculado às metas de integração, com responsáveis bem definidos e levando em consideração interdependências entre equipes de trabalho.
5 Criar um programa robusto de comunicação, cultura e geração de mudanças. O ideal é entender as particularidades da cultura de cada empresa e criar um plano de ação para endereçar possíveis conflitos, comunicar com clareza e criar processos de feedback.