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8 de dezembro de 2015
Ao completar dez anos, a Lei de Recuperação de Empresas e Falências é celebrada por modernizar o ambiente de recuperações judiciais no Brasil. Apesar do cenário mais propício para que negócios em dificuldades sejam reestruturados em acordo com seus credores, porém, a melhor opção ainda é estar atento a sinais que expressem qualquer início de declínio e agir preventivamente. Essa é uma das conclusões do estudo “Reestruturação Empresarial: a Visão de Empresas e Especialistas no Contexto dos 10 Anos da Lei de Recuperação de Empresas e Falências”, recém-lançado pela Deloitte.
Participaram do estudo 129 empresas de diversos setores e faixas de faturamento – 70% delas com mais de 15 anos de atuação. O objetivo foi identificar quais medidas têm sido adotadas para lidar com desafios atuais, como desaquecimento econômico, desvalorização da moeda, redução do crédito e elevação do custo do financiamento.
Luis Vasco Elias, sócio da área de Financial Advisory da Deloitte e líder da frente de soluções de Reestruturação Empresarial, responsável pelo estudo, destaca a visão pragmática das empresas entrevistadas para lidar com a gestão de recursos, investindo em iniciativas de redução de custos e de captação de investimentos em fontes tradicionais, como bancos comerciais. “Muitas empresas, porém, vão além e contam com uma abordagem estratégica e com foco na melhoria do desempenho, envolvendo elementos cruciais como inovação, excelência no nível de serviços e capital humano”, afirma Luis Vasco Elias. “A governança corporativa também é um item que desponta, dada a sua inegável importância para os negócios.”
A seguir, alguns números levantados a respeito da postura proativa das empresas.
Impacto no valor – Segundo 92% das empresas, otimização de custos para a eficiência operacional é o indicador de maior impacto na geração de valor ao negócio.
Maior atratividade – A implementação de modelos de governança corporativa é uma questão que ganha relevância – 50% das empresas já adotaram e 41% pretendem adotar.
Foco no caixa – Em relação ao fluxo de caixa, 67% das empresas entrevistadas têm investido em aprimoramentos operacionais e gestão de custos e de recursos financeiros.
Aumento do portfólio – Ampliar a carteira de clientes e lançar produtos e serviços são as estratégias de investimentos mais realizadas, respectivamente, por 55% e 47%.
Fontes de recursos – A maior parte dos entrevistados tem se concentrado em fontes tradicionais para a captação de recursos: 44% acessaram bancos comerciais e 26% pretendem acessá-los. A maior vantagem, segundo eles, está nas condições de juros e prazos em relação ao fluxo de caixa (75%) e na facilidade na liberação do capital (61%).
Capital de risco – Private equity e abertura de capital são as opções menos apontadas – foram acessadas por, respectivamente, 11% e 4%. Devem ganhar relevância: 26% e 22% devem adotá-las no longo prazo, respectivamente. As maiores vantagens são fomento à expansão (61%) e experiência no setor direcionada ao aumento da performance (56%).