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15 de setembro de 2015
A instabilidade definitivamente não é prerrogativa exclusiva do Brasil em 2015. Com economias desenvolvidas prosperando, enquanto países emergentes estão com dificuldades, um ambiente regulatório global cada vez mais mutante e novas tecnologias e modelos de negócios causando disrupturas, a atividade empresarial entrou de vez no ciclo do que se passou a chamar de “VUCA World”, em referência às palavras em inglês “volatile”, “uncertain”, “complex” e “ambiguous”.
Foi em meio a esse contexto que a Deloitte conduziu o estudo “Director´s Alert – Through the Eyes of the Board: Key Governance Issues for 2015”, que apresenta os grandes desafios da governança corporativa a partir das preocupações dos executivos de conselhos de administração.
Para Camila Araújo, sócia-líder do Centro de Governança Corporativa da Deloitte, “o estudo reflete sobre um conjunto de questões-chave das organizações neste momento, contribuindo para uma visão ampla de desafios que exigem respostas integradas e consistentes”. A seguir, as dez principais conclusões do estudo:
1. Estratégia continua essencial, mas com flexibilidade – A “nova normalidade” do mundo questiona se contar com uma estratégia de longo prazo continuaria relevante. A resposta é sim: a estratégia é mais importante do que nunca, porém, é preciso dosá-la com agilidade e flexibilidade.
2. Compliance tem que trazer uma nova cultura – O número de novas regulamentações cresce exponencialmente, desafiando empresas a criarem estruturas robustas de compliance. Contudo, mais do que cumprir requerimentos, precisam buscar mudanças culturais profundas.
3. Nivelar os padrões por cima é a melhor escolha – As empresas em internacionalização vivenciam grandes diferenças entre os requerimentos de governança do país da matriz e os de suas subsidiárias. A recomendação é que, havendo diferenças, o melhor é adotar para todo o grupo os modelos mais rigorosos possíveis.
4. Tecnologia precisa criar valor – As empresas precisam se valer das mais modernas abordagens tecnológicas, mas com foco no que possa criar valor diante de suas necessidades.
5. É preciso trazer a gestão dos talentos ao século 21 – Apesar dos esforços recentes, ainda é necessário construir programas robustos para a criação de líderes globais, retenção, reaparelhamento do RH e de suas funções, aquisição e acesso aos melhores talentos.
6. Ativismo requer conversa, não confronto – Nos EUA, Europa e Brasil, o ativismo de acionistas e públicos de interesse das companhias vem crescendo e pressionando os decisores das empresas. É preciso ampliar o compromisso da empresa com esses públicos, com diálogo constante.
7. Em vez de mais, melhores informações – Devem-se criar demonstrações mais transparentes e úteis para os decisores.
8. Foco nos indicadores que realmente trazem valor – Hoje 80% do valor das empresas está em ativos intangíveis. É necessário gerar demonstrações financeiras que mensurem melhor os soft assets (expertises, sinergias, inovação etc).
9. Reputação requer gestão de riscos – As empresas buscam meios para melhorar sua capacidade de gerenciar riscos e proteger sua reputação. Os conselhos de administração são essenciais nesse processo.
10. Na composição dos conselhos, mensurar efetividade é essencial – A diversidade na composição dos conselhos é uma questão emergente. Porém, é preciso pensar em um plano de sucessão de forma contínua.
Acesse em www.deloitte.com.br mais conteúdos sobre governança corporativa.
Solicitação de informação adicional: grcbrasil@deloitte.com