Jornada ESG

Produção

Estadão Blue Studio

Fusões e aquisições ganham força e exigem preparo das empresas

Compartilhe

4 de agosto de 2015

Mesmo com a retração econômica, muitas companhias pretendem aproveitar o momento para ganhar competitividade. Entre as estratégias de negócios disponíveis para crescer, ganham força os movimentos de fusões e aquisições (M&A, de “Mergers & Acquisitions”, na sigla em inglês).

Segundo Reinaldo Grasson, sócio da área de Financial Advisory da Deloitte e líder da prática de Corporate Finance Advisory – que assessora empresas em projetos de M&A e captação de recursos –, essa tendência deve continuar pelo menos nos próximos dois anos. “Hoje, o crescimento orgânico não é suficiente para efetivar planos de negócio e as práticas de M&A acabam sendo a alternativa mais viável para conquistar presença de mercado e aumentar o faturamento de forma rápida e objetiva”, destaca.

Novas aquisições
Grasson declara que as empresas e os investidores não vão ficar esperando a crise passar para fazer aquisições. Segundo pesquisa recente realizada pela Deloitte, a compra de ativos foi uma estratégia adotada por grande número de organizações – a parcela de empresas respondentes que indicaram ter realizado essa prática em 2010 foi de 13%, saltando para 39% em relação a 2014. Além disso, 35% das participantes do levantamento apontaram que adquiriram, no ano passado, o controle de outras empresas.

“Hoje vivemos um cenário diferente de 2007, quando o número de empresas que abriram o capital era muito maior e o Real estava mais valorizado”, pondera. “Em função da desvalorização atual do câmbio, investidores estrangeiros se mostram bem interessados por companhias nacionais. Por outro lado, temos empresas brasileiras em dificuldades e revendo estratégias para reequilibrar a situação financeira, o que muitas vezes envolve desinvestimentos de ativos e de linhas de negócios para aumentar a geração de caixa.”

Venda de ativos
O estudo da Deloitte aponta que saltou de 19% (2010) para 57% (2014) o número de empresas que estão vendendo ativos no Brasil para reequilibrar sua situação financeira, melhorar a liquidez, pagar dívidas ou reduzir custos. A venda de ativos é uma estratégia de realinhamento do portfólio: “a companhia acaba selecionando os ativos que, de fato, fazem mais sentido ao seu negócio”, explica Grasson.

Processo exige preparo
Grasson destaca que há, por parte das empresas que atuam no Brasil, maior maturidade e consciência quanto à necessidade de preparo para realizarem um processo de fusão e aquisição, “fundamental para que o investidor avalie o potencial da empresa e pague o valor justo”. Pontos a serem observados:

– Dimensão e análise da situação fiscal, trabalhista, contábil, financeira e ambiental;

– Demonstrações contábeis alinhadas com os relatórios gerenciais;

– Estrutura adequada de controles internos e governança;

– Mapeamento dos pontos que possam impactar os resultados da companhia e criação de um plano de ação para mitigação dos riscos associados.

A partir da condução desses passos, é possível identificar em quanto tempo a empresa estará apta a receber um investidor. “Quando há um investidor interessado, e a companhia não está preparada para fornecer informações estruturadas, ela pode acabar perdendo a oportunidade ou, então, realizar uma transação por um valor mais baixo do que deveria”, conclui.

Confira a íntegra da pesquisa “Perspectivas sobre Consolidação de Mercados”, conduzida com mais de 200 organizações, e outros conteúdos de governança corporativa em: www.deloitte.com.br.

Solicitação de informação adicional: grcbrasil@deloitte.com

Mais acessadas

Para saber mais sobre ESG e outros estudos da Deloitte, acesse o link e cadastre-se