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Estadão Blue Studio

Responsabilidade socioambiental: uma nova prática regulamentada

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25 de maio de 2015

A responsabilidade socioambiental vem mobilizando instituições financeiras de todos os portes no País. Em 31 de julho, termina o prazo para as demais instituições financeiras para a divulgação de suas políticas voltadas à área, tanto para o público externo (por meio de website) quanto interno. Os grandes bancos e as companhias do setor com Icaap (Processo Interno de Avaliação da Adequação de Capital) já passaram pelo processo, que se encerrou no final de fevereiro deste ano.

A exigência faz parte da Resolução 4.327, que determinou a divulgação da Política de Responsabilidade Socioambiental (PRSA) pelas instituições financeiras e demais organizações autorizadas a funcionar pelo Banco Central (BC) – como bancos, financeiras, consórcios e cooperativas de crédito.

Grandes bancos, políticas mais amplas
Julia Moretti, gerente da área de Consultoria em Gestão de Riscos Empresariais da Deloitte e especialista em sustentabilidade, conta que as organizações de maior porte optaram por elaborar e divulgar políticas mais amplas, seguindo o que estava na Resolução. “Este é o primeiro ano de reporte dessa política e tudo é ainda muito novo”, pondera.

Camila Araújo, sócia-líder do Centro de Governança Corporativa da Deloitte e das soluções de Sustentabilidade da organização, explica que a grande maioria dessas grandes companhias já possuía uma estrutura de governança e um trabalho voltado às práticas de sustentabilidade, o que tornou o processo mais simples, muito embora adequações ainda sejam necessárias.

Desafios para todos os portes de instituições
Diferentemente das grandes instituições financeiras, as de demais porte precisam montar as estruturas para atender aos requerimentos. Julia, da Deloitte, cita os principais desafios que elas devem passar para o atendimento à resolução:

– Criar uma estrutura de governança que contemple um diretor responsável pela PRSA;

– Estabelecer uma área estruturada, com atividades definidas e capacitada para a gestão de riscos socioambientais;

– Definir práticas de engajamento com os mais diversos públicos de interesse (clientes, comunidade interna e demais partes interessadas);

– Respeitar os princípios da relevância (grau de exposição ao risco socioambiental das atividades e operações) e proporcionalidade (a instituição precisa desenvolver uma política compatível com sua natureza e a complexidade de suas atividades, serviços e produtos).

– Adequar os documentos da matriz, normalmente localizada no exterior, às exigências do BC e à realidade brasileira;

– Definição de planos de ação.

Fiscalização do BC
De acordo com as especialistas da Deloitte, o BC vai exigir das instituições uma documentação que ateste que a política estabelecida está sendo mesmo praticada. “Se a PRSA estabelece determinadas regras para a contratação de fornecedores ou para a liberação de crédito, o BC vai cobrar documentos que comprovem que determinado fornecedor e clientes estejam, de fato, cumprindo tais exigências”, exemplifica Julia. Camila conclui: “É uma iniciativa pioneira e coloca o Brasil na vanguarda das regulamentações socioambientais e proporciona um sistema financeiro cada vez mais forte.”

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