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3 de fevereiro de 2015
As pequenas e médias empresas (PMEs) no Brasil têm conquistado maturidade em termos de gestão, a partir de uma adoção cada vez mais ampla das melhores práticas de governança corporativa. Em sua grande maioria, as PMEs são empresas familiares, nas quais o acionista majoritário é o principal executivo e reconhece hoje a necessidade de contar com competência aliada à experiência, para auxiliá-lo na condução de seus negócios.
Ricardo Teixeira, sócio-líder da Deloitte para soluções de consultoria às Empresas Emergentes, esclarece que os atuais empreendedores estão bem conscientes em separar herdeiro de sucessor: “ter o mesmo sobrenome do acionista majoritário não significa garantia de uma vaga na alta administração da empresa”.
Ele explica que os empreendedores têm mostrado uma visão de 360 graus do seu negócio e buscam as melhores práticas em todas as áreas, incluindo as de “back office” (TI, Controladoria, Recursos Humanos, entre outras). “Essa mudança de perspectiva ajudou a elevar o nível de controles e governança das PMEs, aproximando-as, nesses aspectos, de companhias maiores e mais maduras”, revela.
Estrutura básica de governança
Para iniciar uma estrutura de governança, Gustavo Lucena, sócio da área de Consultoria em Gestão de Riscos da Deloitte, destaca que o fundador e a família precisam aceitar esta transformação, definir e dividir bem os papéis (de proprietário e de gestor da empresa). A governança corporativa deve estar adequada ao seu porte, ambiente regulatório, segmento e perfil dos acionistas.
Os especialistas da Deloitte citam algumas estruturas e ferramentas de governança importantes às PMEs, os quais elas devem criar ou manter para viabilizar o crescimento sustentável do negócio:
– Acordo de acionistas: para compor um regulamento sobre os interesses de cada parte, a fim de obter o equilíbrio da sociedade.
– Conselho de acionistas: instrumento que busca discutir os interesses dos acionistas, mesmo daqueles que não participam da gestão.
– Normas e procedimentos formalizados: uma empresa que prioriza uma boa governança e controle precisa ter seus processos de negócio documentados e normatizados.
– Auditoria interna: uma área bem estruturada proporciona ao acionista a percepção de que as operações estão sendo monitoradas, de que regras, procedimentos e legislações estão sendo seguidos adequadamente e de que as expectativas dos acionistas na condução dessas operações estão sendo atendidas.
– Código de ética e conduta: deve envolver administradores e funcionários, como guia para estabelecer um norte claro diante de diversas situações.
– Canal de denúncias: meios de comunicação (endereços na web, e-mail, 0800 etc) que permitem que funcionários relatem violações ao que está estabelecido no código de ética ou situações de fraude, de forma anônima, se assim desejarem.
Na essência de cada negócio
Teixeira destaca que muitas das grandes companhias de hoje foram PMEs no passado. Em grande parte, os empreendedores bem-sucedidos sempre olharam seus negócios, desde muito cedo, como maduros: “traçaram metas, protegeram as empresas das disputas familiares, impuseram regras comuns às grandes companhias e inseriram nas gerações seguintes esses conceitos. Para isso, governança é fundamental”, argumenta.
Lucena concorda e finaliza: “qualquer empresa, independente do porte, não terá sucesso sem adoção da governança na forma e na essência, com regras claras, norteadas por transparência e valores verdadeiros”.
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