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23 de dezembro de 2014
Em um cenário de negócios dinâmico e em constante desenvolvimento, é natural que as preocupações e os desafios dos conselhos de administração das empresas também mudem, diante de um mercado cada vez mais exigente.
“Em alguns países, os conselheiros estão satisfeitos com suas práticas de gestão de compliance, enquanto, em outros, notam uma falta de flexibilidade – tanto dos conselhos quanto dos reguladores – em achar um equilíbrio entre as exigências regulatórias e as formas de se fazer negócios em sua região, buscando avançar nesse sentido”,
explica Gustavo Lucena, sócio da área de Consultoria em Gestão de Riscos Empresariais da Deloitte.
A pesquisa “Director 360° – Crescimento de todas as direções”, conduzida pela Deloitte com 317 membros de conselhos de 15 países, aponta que hoje as atenções estão voltadas para alguns pilares fundamentais (veja a seguir) e que devem ser tema de preocupação dos conselheiros ao longo de 2015:
Relação com os acionistas
A maioria dos executivos entrevistados (70%) tem como expectativa o maior envolvimento dos acionistas nas empresas nos próximos anos e reconhecem a necessidade de uma postura mais proativa por parte dos conselhos para estreitar e manter uma relação de confiança com esse público, hoje mais atuante e interessado pelos negócios da companhia.
“O conselho deve atuar respeitando os princípios da equidade dos acionistas. Há hoje uma diferença entre a prestação de contas para o acionista controlador e para os acionistas minoritários. Ambos estão mais atuantes, com necessidades similares, porém, com objetivos distintos. Essa diversidade de interesses provoca o conselho
de administração a se municiar de mais informações para tomar as decisões com base em fontes seguras, precisas, com qualidade e com maior transparência”, esclarece Lucena.
Compliance e gestão de riscos
Os conselheiros de todo o mundo têm ampliado e aprofundado suas atividades na supervisão dos riscos da empresa. “Não estão apenas assumindo uma postura mais ativa na definição da política de risco da organização, mas também na supervisão, em matéria de conformidade e de combate à corrupção”, afirma Lucena.
Segundo o estudo da Deloitte, as principais preocupações estão voltadas à reputação e à retenção de clientes que possuem maior identificação com sua marca. “Os riscos de reputação podem ser incontroláveis. Monitorar mídias sociais hoje, por exemplo, será antever riscos de ruptura da marca com clientes e fornecedores”, destaca.
Lucena também aponta que, no Brasil, a realidade dos conselhos não é diferente em termos de foco. “Porém, existe ainda aqui um passo importante a ser dado, relacionado aos investimentos em tecnologia, segurança e compliance”.
Eficiência e eficácia
O sócio da Deloitte argumenta que, com as ferramentas e os conhecimentos necessários para operar de forma eficaz, os conselheiros têm o dever de proporcionar uma administração voltada aos interesses dos acionistas.
No Brasil, considerando a composição dos conselhos, a maioria tem membros com qualidades e competências comuns, bastante parecidas. No entanto, começa-se a buscar diversidade de conhecimento para compor esse quadro, o que é altamente positivo. “Essa diversidade trará novas visões para os conselhos de administração no Brasil, para enfrentar novos desafios que o mercado e os acionistas estão gerando”, explica.
Resultados “Director 360”
Confira os resultados completos do estudo em www.deloitte.com.br. Aproveite para acessar também neste site outros conteúdos sobre governança corporativa.