Um levantamento da Agência USP de Gestão da Informação Acadêmica, feito em outubro de 2020, mostrava que até aquele momento haviam sido feitas globalmente mais de 168 mil publicações científicas sobre a infecção por coronavírus – e o Brasil ocupava a 11ª posição entre os países que mais publicaram sobre o tema.
Fonte: Agência USP de Gestão da Informação Acadêmica https://bityli.com/j3eJb
De forma dinâmica e ágil, o primeiro sequenciamento genético do Sars-CoV-2 foi realizado no Brasil apenas 48 horas após a confirmação do primeiro caso de Covid-19 no País, em fevereiro de 2020. Isso graças a uma força-tarefa envolvendo pesquisadores dos institutos Adolfo Lutz (IAL) e de Medicina Tropical (IMT-FMUSP), em São Paulo, e da Universidade de Oxford.
Na Dasa, um time de especialistas vem se debruçando em torno de pesquisas que fazem diferença no controle da Covid-19, uma contribuição para a sociedade brasileira que já trouxe resultados significativos no desenvolvimento de testes confiáveis e ferramentas de vigilância epidemiológica. “O investimento em desenvolvimento e validação de diferentes tipos de exames para Covid-19 foi um dos grandes focos da área de Pesquisa e Desenvolvimento da Dasa, sempre garantindo o nosso rigor técnico e a segurança do paciente”, destaca Gustavo Campana, diretor médico da Dasa.
Pioneirismo nos testes
de biologia molecular
A resposta diagnóstica é fundamental para o enfrentamento de doenças emergentes como a Covid-19. É preciso identificar quem está infectado e entender como o vírus se dissemina para orientar as tomadas de decisão”, diz o virologista José Eduardo Levi, coordenador de Pesquisa e Desenvolvimento da Dasa, idealizador e pesquisador principal do projeto Genov.
Protagonista em testes para diagnóstico do Sars-CoV-2 no Brasil, a empresa tem ampla capilaridade com mais de 900 unidades de laboratório espalhadas pelo País, além de um abrangente portfólio de exames. Implantou, ainda, o Centro de Diagnóstico Emergencial (CDE), disponibilizando infraestrutura e profissionais para o processamento de 8 mil exames/dia para o Sistema Único de Saúde (SUS), atendendo a um chamado do Ministério da Saúde.
De forma pioneira, a Dasa passou a utilizar amostras de saliva para a realização de RT-PCR, quando esse tipo de exame ainda não era padrão. “Pela facilidade da coleta, mais confortável do que a feita por swab nasal e oral, o teste na saliva tem sido usado em vários lugares do mundo. É o ideal sobretudo para quem precisa testar com frequência, como jogador de futebol”, exemplifica Levi.
Foi por meio de um teste salivar, aliás, que a Dasa identificou os dois primeiros casos da variante Alfa (B.1.1.7) do Sars-CoV-2 no País, em 31 de dezembro de 2020.
“Em uma revisão protocolar de amostras positivas de saliva realizada em nossos laboratórios, detectamos duas delas com o perfil anômalo revelado nos ensaios feitos no Reino Unido. O sequenciamento confirmou se tratar da variante Alfa, e imediatamente alertamos a Secretaria de Saúde de São Paulo”, conta Levi.
Compromisso com
a vigilância genômica
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, aprofundar o conhecimento genético do coronavírus, flagrando o mais rapidamente possível o surgimento de novas variantes, é peça-chave para avaliar o impacto e a evolução da pandemia em aspectos como:
- Capacidade de transmissão do vírus;
- Potencial de provocar maior gravidade da doença;
- Eficácia dos testes;
- Eficácia das vacinas;
- Políticas de saúde pública para o controle da pandemia.
Fonte: https://www.paho.org/pt/node/4951/rede-regional-vigilancia-genomica-covid-19
Em janeiro de 2021, com a explosão da variante Gama em Manaus, ficou evidenciada a deficiência do País na vigilância genômica”, analisa o virologista. “Como a maior rede de saúde integrada do Brasil, naquele momento a Dasa investiu na criação do Projeto Genov (https://dasa.com.br/genov/), com foco em monitorar as variantes do vírus, ajudando a preparar o País para enfrentar eventuais novas linhagens”.
O equipamento de última geração da Dasa é capaz de fazer o sequenciamento simultâneo de mil genomas. A meta é chegar a 30 mil genomas completos em cerca de um ano. O Genov aumenta em três vezes o número de sequenciamentos do vírus no País, formando com isso o maior banco de genoma brasileiro do Sars-CoV-2.
As amostras da Dasa são provenientes das mais de 900 unidades da empresa espalhadas por todo o País.
O projeto conta com um comitê científico formado por 15 especialistas
renomados e referência no País e fora dele:
- Virologistas;
- Imunologistas;
- Infectologistas;
- Patologistas clínicos;
- Cientistas de dados e bioinformatas.
Os resultados dos sequenciamentos serão de domínio público e estarão disponíveis no GISAID, iniciativa global que fornece acesso aberto a dados genômicos de vírus influenza e Sars-CoV-2.
“O vírus não para de evoluir. Promover a vigilância genômica é dar uma chance à saúde pública de planejar o futuro, de intervir e evitar que novas mutações se disseminem e escapem da proteção vacinal”, justifica Levi.
Monitorando as variantes na
cidade de São Paulo
Em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e o Instituto de Medicina Tropical de São Paulo (IMT-SP), a Dasa colabora no monitoramento da circulação de novas linhagens do coronavírus na capital paulista.
“Em São Paulo, dado o tamanho da população e o número de casos, é alto o risco de surgirem variantes de interesse ou variantes de preocupação”, justifica Levi.
Serão analisadas 384 amostras por semana, coletadas de moradores com resultado positivo no teste para Covid-19 atendidos pela rede pública de todas as regiões da cidade.
- O intuito é identificar a presença das variantes Alfa (identificada no Reino Unido), Beta (originária da África do Sul), Delta (da Índia), Gama (de Manaus) e Zeta (do Rio de Janeiro).
- Em 25% das amostras, a Dasa fará o sequenciamento do genoma do vírus.
- A detecção de variantes auxiliará na tomada de medidas como reforçar a necessidade de isolamento e melhorar o direcionamento na vacinação nos bairros com casos crescentes.
Investimento em
produção científica
Atendendo a 20 milhões de brasileiros todo ano em seus laboratórios e hospitais, a Dasa conta com uma robusta base de dados integrada, com potencial para apoiar e alavancar a produção científica do País, seja em estudos próprios, seja em parceria com diferentes instituições.
Em 2020, com seu time de especialistas e sua capacidade tecnológica, a empresa desenvolveu estudos avançados em diferentes áreas:
- Apoio a 27 centros de pesquisa;
- 45 estudos aprovados;
- 130 lives, podcasts e aulas;
- 216 artigos publicados em veículos de comunicação renomados da área médica;
- 56 trabalhos aprovados no maior congresso mundial de radiologia e diagnóstico por imagem, o Radiology Society of North America Meeting (RSNA).
No contexto da Covid-19, entre os estudos publicados, destacam-se:
Pesquisa que mapeou a evolução do Sars-CoV-2 no Brasil, com o sequenciamento de mais de 400 genomas.
Publicado no periódico Science, o estudo lançou luz sobre a disseminação do vírus, ressaltando a importância de adoção urgente de medidas de controle da doença.
A detecção de variante do Sars-CoV-2 no País.
Publicado na revista do Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, o estudo detalhou o sequenciamento genômico que levou à confirmação da presença da linhagem Alfa em nosso território.
Projeto
DNA do Brasil
A iniciativa da Dasa em liderar um projeto de sequenciamento viral em larga escala, como o Genov, nasceu do investimento realizado para ampliar a capacidade instalada de genômica no País em 2019 e para realizar outra pesquisa na fronteira do conhecimento sobre genômica: o DNA do Brasil.
O projeto liderado pela pesquisadora da USP Lygia da Veiga Pereira, em parceria com a Dasa, propõe sequenciar o genoma completo de 15 mil brasileiros para melhor entendimento das características genéticas do nosso povo, levando em conta a miscigenação da população.
O DNA do Brasil abre caminho para a expansão da medicina de precisão, com a geração de informações periódicas que alimentarão um banco de dados clínicos e genéticos da população. “Vamos deixar de utilizar apenas os bancos de dados em genética de outros locais, como os americanos e europeus, como referência populacional e, com isso, seremos ainda mais assertivos considerando o genoma da nossa população, as nossas particularidades”, explica Gustavo Campana, diretor médico da Dasa.
Um olhar para o futuro
Lançar mão da tecnologia no desenvolvimento de testes cada vez mais sofisticados e complexos, ao contrário do que pode parecer, representa uma oportunidade de gerar economia para todo o sistema de saúde, além dos melhores resultados clínicos. Eles promovem diagnósticos precoces e direcionam procedimentos e tratamentos mais efetivos. Na oncologia, por exemplo, a tendência é investir em testes com foco em prevenir o aparecimento de tumores e naqueles que demonstram quais as melhores estratégias terapêuticas, promovendo a chamada medicina de precisão.
“No caso de doenças infecciosas, a identificação rápida do agente causador é crucial para dirigir o tratamento, evitando o uso desnecessário de um amplo espectro de medicamentos, com melhores resultados clínicos e mais eficiência”, pondera Campana.