Vida ao máximo

Saúde para viver os momentos da vida

União entre corpo e mente pode ser a chave para o equilíbrio

Tratar a pessoa, não a doença. Esse é o conceito de uma abordagem crescente em centros médicos
no mundo. A medicina integrativa une a prática convencional (alopática) e as alternativas, também
chamadas de complementares, tais como massagem e meditação. No Brasil, os hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês possuem serviços nessa linha. A abordagem está presente também em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) em mais de 1.200 municípios, segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde em 2016.

A medicina integrativa ganha força com estudos que atestam a união entre corpo e mente. “Essa interação está bem estabelecida pela ciência. Entendo que o organismo seja um só, sem separação entre corpo e mente”, afirma o médico Ricardo Balsimelli, da Clínica Soha, de São Paulo. “Na abordagem integrativa, raiva, tristeza, ansiedade, preocupação e medo têm padrões de atuação diferentes sobre a saúde. O distúrbio de emoções causa estresse, fator de risco para infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e até câncer, como comprovaram trabalhos científicos.”

Entre as terapias utilizadas por essa corrente médica está a acupuntura. Uma revisão de 29 pesquisas
com quase 18.000 pessoas revelou que a técnica chinesa é eficaz no tratamento de dores crônicas na cabeça, articulações e costas. A análise foi publicada no periódico Archives of Internal Medicine (EUA), em 2012. Outro exemplo é a meditação. Um levantamento da Universidade Johns Hopkins (EUA) mostrou que 30 minutos de prática diária reduz sintomas de ansiedade e depressão.

Na abordagem integrativa, o paciente é avaliado do hábito de sono à alimentação, da espiritualidade ao nível de estresse. O terapeuta corporal Fabio Romano, do Hospital Albert Einstein, explica que técnicas de coaching também são utilizadas no tratamento. “Para alguém que tenha acabado de receber o diagnóstico de diabetes, por exemplo, vamos investigar as causas da doença. Sem interferir na prescrição de remédios, ajudamos o indivíduo a fazer uma transição gradativa entre o estilo de vida desregrado e o saudável”, diz.

COMO TURBINAR O BEM-ESTAR

Dicas do terapeuta corporal Fabio Romano, do Hospital Albert Einstein, para ter equilíbrio mental:

Fazer pausas
“Pare duas ou três vezes por dia e observe como você está: com frio, fome, sede etc.. Vivemos no piloto automático e não damos atenção a nós mesmos. Fique assim por 1 ou 2 minutos. Conforme esse ritual se tornar fácil, aumente as pausas. A respiração naturalmente vai mudar do tórax para o abdômen.”

Praticar atividades meditativas
“Para pessoas com dificuldade de focar em si mesmas, uma dica é praticar atividades que exijam concentração. Alguns exemplos são jogar tênis, fazer crochê e cuidar do jardim. Durante aquele
lazer, o indivíduo deixará as preocupações de lado.”

Escolher os pensamentos
“Lembranças negativas ajudam a desencadear adrenalina e cortisol, o hormônio do estresse. Já as positivas produzem endorfina e dopamina, substâncias associadas ao bem-estar. Quando tiver um
pensamento ruim, foque no momento presente ou recorde-se de um episódio agradável.”