Vida ao máximo

Saúde para viver os momentos da vida

É possível fazer atividade física fora da academia

Os brasileiros estão se exercitando mais. De acordo com dados do Ministério da Saúde, 35% da população pratica atividade física no tempo livre, um aumento de 18% em seis anos (2009-2014). A notícia é boa, mas ainda não dá para comemorar. O objetivo do governo é que, até 2025, 90% dos brasileiros sejam suficientemente ativos, ou seja, façam 150 minutos de atividade física por semana, como determina a Organização Mundial da Saúde (OMS). O sedentarismo, segundo a OMS, responde pelo quarto maior fator de risco de mortalidade global e está associado a doenças como câncer, hipertensão, diabetes e obesidade.

Não é preciso matricular-se em uma academia para proteger a saúde. “Consideramos atividade física qualquer movimento que realize contração muscular e tenha gasto energético acima do repouso, como dançar uma música, cuidar das plantas e subir escadas”, afirma o médico Victor Matsudo, diretor científico do Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul e coordenador do programa Agita São Paulo.

Uma das desculpas para o sedentarismo costuma ser a falta de tempo. Quem não tem 30 minutos sobrando por dia pode fracionar essa meia hora em três períodos. “Se a pessoa der uma volta na rua de 10 minutos com o cachorro, depois gastar mais 10 para ir a pé ao supermercado e caminhar outros 10 para almoçar no restaurante, já carimbou o passaporte da saúde”, afirma Matsudo.

É preciso mover-se sempre que possível. “Nossos avós não faziam academia, nem praticavam corrida, mas não paravam um minuto: cuidavam da horta, ordenhavam vaca, carregavam lenha. Precisamos seguir esse modelo”, aponta o médico. Na vida moderna, Matsudo sugere ficar 5 minutos de pé a cada 30 sentado. Caminhe pelo escritório, leve pessoalmente aquele documento ao outro departamento e vá buscar água.

Devagar e sempre

É um erro associar o suor ao benefício promovido pela atividade física, segundo o médico. “Os ganhos do exercício intenso são mais rápidos, mas seus riscos de lesão, maiores”, diz. A medida segura é manter a conversação e ter sempre a orientação de um profissional. Outra dica é escolher uma modalidade prazerosa. Se a atividade for encarada apenas como obrigação, a pessoa pode não ter estímulo para segui-la a longo prazo. “Os benefícios do exercício devem ser colhidos com calma, não em dois ou três meses.”

Pais ativos, filhos ativos

De acordo com estudos, quando pai e mãe fazem exercícios, filhos têm mais chance de praticarem também

Quer incentivar seu filho a fazer exercícios? Seja o exemplo. “Estudos mostram que filhos de mãe ativas têm duas vezes mais probabilidade de se exercitar do que os de sedentárias. Se mãe e pai fazem atividade física, a chance é bem maior”, diz o médico Victor Matsudo. Nem precisa de muito esporte. “Apenas 7 minutos de caminhada por dia são 200 minutos por mês, 2.400 por ano. Isso pode impedir o ganho de 1,3 quilo por ano, ou 13 quilos em dez anos.”