A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é clara. Todas as pessoas devem consumir 400 g de frutas e hortaliças variadas ao longo do dia, o que equivale a cinco porções diárias. “Desse total, pelo menos três devem ser de frutas, que são ricas em diversos nutrientes, como minerais, fibras, antioxidantes e vitaminas. O consumo adequado auxilia o metabolismo, fortalece as células, previne e trata doenças”, explica a nutricionista Catarina Stocco, diretora de uma clínica de nutrição funcional. Infelizmente, porém, apenas 24,4% dos brasileiros atingem a recomendação da OMS, de acordo com o ministério da Saúde.

As frutas podem ser consumidas in natura ou na forma de suco – e aqui surge uma complicação. Os que são feitos em casa, segundo a nutricionista, devem ser consumidos preferencialmente nos primeiros 20 minutos. Depois disso, a exposição ao ar e à luz oxida a bebida, reduzindo seus benefícios à saúde. Nesse contexto, os sucos em caixinha, produzidos de forma a preservar o sabor e qualidade do alimento por mais tempo, são uma alternativa prática e segura.

A bancária Suzana Campos de Oliveira, 32 anos, de São Paulo, aposta nessas bebidas para manter um cardápio variado para ela e para os filhos, Pedro, de 4 anos, e João, de 7 anos. Como as crianças estudam em período integral, levam lanche para a escola. E devido ao intervalo de tempo grande entre sair de casa e consumir a bebida, Suzana acha mais seguro mandar um suco integral de caixinha. “Eu também carrego um comigo para tomar como lanche da tarde”, conta. Não só ela, mas uma parte grande da população já se deu conta disso, tanto que o consumo de sucos integrais não para de crescer.

Segurança e nutrientes preservados
De acordo com a pesquisadora Eloísa Garcia, vice-diretora do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, os sucos em caixinhas apresentam diversas vantagens. Como a bebida é embalada em ambiente asséptico e passa por um tratamento térmico que conserva o produto dispensando a necessidade de conservante, não existe o risco de contaminação por fungos, por exemplo. “Esse tipo de envase também permite que a bebida não estrague, mesmo fora da geladeira”, afirma Eloísa.

Mesmo nos casos em que são adicionados conservantes, há total segurança para os consumidores. “Em algumas situações, a polpa é produzida em um local e depois enviada à indústria para virar suco. Afim de preservar a matéria prima, usa-se algum tipo de conservante”, explica Eloísa. ela lembra que mesmo os artificiais são aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e são seguros à saúde.

A caixinha longa vida mantém o suco longe da luz e do contato com o oxigênio, evitando oxidação, perda de valor nutricional e alterações de sabor e coloração. Em casos de frutas que perdem nutrientes durante o processamento, a indústria costuma adicionar vitaminas ao produto, restabelecendo o equilíbrio nutricional adequado. Isso sem contar a vantagem de poder aproveitar o sabor da fruta preferida o ano todo, inclusive espécies que só existem em outros países, sem depender da época de safra.

Refresco, néctar ou integral?
A classificação dos sucos que encontramos no supermercado depende do teor de fruta colocada em cada um deles. E pela legislação, essa informação precisa constar no rótulo da bebida. Saiba identificar cada um:

– Integral ou 100%
Tem em sua composição apenas o suco extraído das próprias frutas, além de não conter aromatizantes, corantes artificiais e açúcar.

– Néctar
Além da fruta, tem adição de água e, na maioria das vezes, açúcar. Deve conter uma quantidade mínima da própria fruta, que varia de 20% a 50%, conforme o tipo.

– Refresco
Feito a partir da diluição do suco, polpa ou extrato vegetal em água potável. Também pode ter adição de açúcar e conta com 5% a 30% de fruta.