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21 de junho de 2016

A importância do Big Data na era digital

Até 2020, haverá mais de 44 trilhões de gigabytes de dados disponíveis no mundo, de acordo com o estudo Accenture Technology Vision 2016. Desse total, 35% serão úteis para análise. “Esses números impressionam, mas isolados de uma aplicação não significam nada, não têm serventia. O importante é as empresas saberem que existe muita informação disponível e se prepararem para usá-la de maneira positiva para o negócio”, diz o diretor executivo Oscar Porto, líder da prática de Analytics da Accenture Digital no Brasil.

Segundo o executivo, saber o que fazer com os dados, em função dos objetivos estratégicos da organização, e utilizar as tecnologias e pessoas certas para transformar essa informação em insight é o conceito mais apropriado de Big Data, termo que se tornou familiar nos últimos anos e descreve o grande volume de dados – estruturados e não estruturados – que impactam os negócios diariamente.

Para que uma empresa se torne verdadeiramente orientada por dados, é preciso mudar a base para a tomada de decisões em todos os níveis da organização. Isso significa que as máquinas também devem ser equipadas para coletar e agir com inteligência, de acordo com o relatório da Accenture.

O estudo cita como exemplo a varejista norte-americana de sapatos e vestuário Zappos. Ao usar uma combinação de informações próprias e de terceiros, a equipe de análise de marketing da empresa descobriu dois novos segmentos-chave de clientes. O resultado final são anúncios segmentados, dirigidos às pessoas certas. “Essa tecnologia de análise de dados existe há muito tempo, mas talvez só agora as empresas estejam enxergando que sua aplicação traz bons resultados com baixo custo e mais eficiência”, diz o diretor executivo Daniel Lázaro, líder da prática de Analytics Delivery da Accenture Digital na América Latina.

Análise de dados no Brasil

E as empresas brasileiras também já começaram a perceber a importância da análise de dados, de acordo com Porto. “Existe um conjunto de empresas em diversas indústrias com consciência absoluta de que precisam dar o primeiro ou segundo passo, que sabem que é absolutamente mandatório começar a utilizar toda essa informação disponível de maneira apropriada para gerar valor. Caso contrário, em prazos mais ou menos curtos, vão deixar de ser competitivas”, afirma.

Um exemplo é uma empresa líder na área de cosméticos, que contou com a consultoria da Accenture. “A organização do banco de dados previamente existente, e que continha informações como marca, preços, cores de maquiagens e outros, ajudou a companhia a entender qual o impacto de cada um desses atributos na decisão de compra do consumidor”, conta o gerente sênior Robson Sano, líder da prática de Customer Sales & Marketing Analytics da Accenture Digital no Brasil.

Essa estruturação do banco de dados permitiu à empresa reduzir o portfólio sem perder vendas e decidir sobre o lançamento de novos itens. “Se a companhia conhece a importância de cada atributo dos seus produtos, pode prever para quais outros itens semelhantes do portfólio os clientes irão migrar. Esse conhecimento também ajuda na decisão de criar novos produtos, pois sabendo quais características são mais relevantes para o portfólio, é possível fazer um lançamento mais focado e assertivo”, afirma Sano. Segundo o executivo, essa organização dos dados permitiu cortar 30% dos itens de lojas-piloto sem perdas de venda.

Com base nessas informações, a Accenture também recomendou em quais lançamentos a marca deveria ou não apostar. No começo da experiência, a empresa resolveu lançar os itens não recomendados. O que acabou sendo bom para poder comparar a performance de ambos os produtos. Daqueles que foram recomendados, por volta de 75% a 80% tiveram bom desempenho. Já para aqueles não recomendados, esse índice caiu de 35% a 40%. “De maneira geral, o obstáculo que as empresas brasileiras precisam superar para usar dados de forma produtiva não é técnico. A questão é aceitar a transformação, conhecer os elementos que a compõem e começar a utilizar essa tecnologia de maneira apropriada”, diz Porto.

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