Os avanços da medicina vêm aumentando as chances de cura para diferentes tipos de câncer, especialmente para quem é cuidadoso com a própria saúde e vai ao médico regularmente. A palavra-chave para vencer esse mal é o diagnóstico precoce. Um dos casos mais emblemáticos é o do linfoma de Hodgkin, um câncer raro que acomete células de defesa do sangue e atinge principalmente jovens²³.

“Esse é o maior sucesso da oncologia moderna”, afirma o hematologista Guilherme Fleury Perini, do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo. “A doença esteve relacionada a uma mortalidade alta no passado, mas hoje, em estádios iniciais, cerca de 90% dos pacientes são curados no primeiro tratamento.” E mesmo para os que sofrem recaída, segundo ele, as esperanças estão cada dia maiores, graças a novas terapias lançadas nos últimos anos – e já disponíveis no Brasil⁴.

Saiba mais sobre essa doença:

O que é o linfoma de Hodgkin?

Trata-se de um tipo de câncer que tem origem no sistema linfático, uma trama de vasos, órgãos e gânglios encarregada de distribuir células de defesa pelo organismo. A doença surge quando uma dessas células, um linfócito, sofre mutação e passa a se multiplicar de forma desenfreada dentro dos gânglios, também conhecidos como linfonodos. O fenômeno faz os gânglios aumentarem de tamanho, prejudica as funções do sistema linfático e pode levar as células cancerígenas para outros linfonodos, órgãos ou tecidos do corpo⁵.

Qual a causa e como evitar o problema?

A ciência ainda não sabe o que causa a doença. Diferentemente de outros tipos de câncer, relacionados a fatores controláveis, como a ingestão de álcool e o consumo de cigarro, não existem recomendações para prevenir o linfoma de Hodgkin⁶. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que serão diagnosticados 2.530 casos novos no Brasil em 2019⁷.

Quem corre mais risco?

A doença é mais comum na faixa dos 15 aos 30 anos e tem um segundo pico de incidência, menor, a partir dos 55 anos⁶. Segundo os especialistas, é importante procurar o médico assim que aparecerem os primeiros sinais.

Quais são os sintomas?

Um dos mais comuns é o inchaço indolor de gânglios linfáticos, geralmente no pescoço, nas axilas ou na virilha⁸. Existem, no entanto, outras doenças mais comuns que podem levar ao aumento dos gânglios. Segundo o Dr. Perini, a pessoa deve procurar o médico imediatamente se, junto com os gânglios inchados, surgirem sintomas como febre, cansaço, coceira pelo corpo, suor intenso à noite e perda de peso⁸.

Como o médico faz o diagnóstico?

A partir da queixa do paciente e do exame físico, o médico pede uma série de avaliações laboratoriais. A investigação inclui testes de sangue, análises de imagem para identificar quais cadeias ganglionares e, eventualmente, órgãos estão envolvidos e a biópsia do gânglio afetado. A realização de todos esses exames é importante para confirmar o diagnóstico, avaliar o estágio da doença e orientar o tratamento⁶.

Como é o tratamento?

As terapias adotadas costumam seguir um protocolo padrão. O primeiro tratamento geralmente é feito por meio de quimioterapia associada ou não a radioterapia. Se o paciente não responder a este primeiro tratamento ou se responder e tiver uma recidiva, parte-se para uma segunda linha de tratamento, que consiste de quimioterapia seguida de autotransplante de células-tronco⁴. Caso o paciente tenha recidiva após o autotransplante, já existem outras terapias medicamentosas para seguir com o tratamento⁴.

A chave do sucesso é o diagnóstico precoce?

“A medicina vem conseguindo aumentar os índices de cura e diminuir os efeitos adversos dos tratamentos do linfoma de Hodgkin e de outros tipos de câncer, mas muito deste sucesso depende da conscientização das pessoas sobre a importância de consultar seu médico regularmente e quando aparecer algum sinal suspeito. Quanto antes procurar ajuda, maiores as chances de cura do câncer, de uma maneira geral”, lembra o Dr. Perini.

 

Assista à Webserie sobre o Linfoma de Hodgkin e saiba mais sobre a doença.

 

Saiba mais sobre o Linfoma de Hodgkin clicando aqui.

 

Referências:

1 – Oncoguia [Internet] 2015. Novidades no Tratamento do Linfoma de Hodgkin. Disponível em: http://www.oncoguia.org.br/conteudo/novidades/1959/137/

2 – Fundação do Câncer [Internet] – Um linfoma menos traumático. Disponível em: https://www.cancer.org.br/um-linfoma-menos-traumatico

3 – Abrale [Internet] 2018. Linfomas raros. Disponível em: http://abrale.org.br/revista-online/linfomas-raros/

4 – Oncoguia [internet] 2018. Tratamento clássico para Linfoma de Hodgkin. Disponível em: http://www.oncoguia.org.br/conteudo/tratamento-classico-para-linfoma-de-hodgkin/7717/323/

5 – American Cancer Society [Internet] What Is Hodgkin Lymphoma? Disponível em: https://www.cancer.org/cancer/hodgkin-lymphoma/about/what-is-hodgkin-disease.html

6 – Portal Minha Vida [Internet] 2016. Linfoma de Hodgkin: sintomas, tratamentos e causas. Disponível em: http://www.minhavida.com.br/saude/temas/linfoma-de-hodgkin

7 – INCA [internet] 2018. Estimativa 2018 | Incidência de câncer no Brasil. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//estimativa-incidencia-de-cancer-no-brasil-2018.pdf

8 – American Cancer Society [Internet] Signs and Symptoms of Hodgkin Lymphoma. Disponível em: https://www.cancer.org/cancer/hodgkin-lymphoma/detection-diagnosis-staging/signs-and-symptoms.html