Fábrica de Jundiaí exporta soluções energéticas para a América Latina
Do interior de São Paulo saem equipamentos para Bolívia, Paraguai e Argentina
Nos próximos anos, a Bolívia aumentará em 66% a capacidade de geração de energia por meio do Sistema Interconectado Nacional e irá exportar energia limpa para países vizinhos. Isso será possível graças a uma parceria com o Brasil, País estratégico para o desenvolvimento energético de toda a América Latina.
O aumento da produção na Bolívia passa por Jundiaí, na unidade da Siemens do Brasil. A empresa está produzindo 11 turbinas a vapor, compradas pela termoelétrica estatal ENDE ANDINA, que se somarão a 14 turbinas a gás, 22 caldeiras de recuperação e 25 transformadores produzidos na Europa e na Ásia. Juntos vão garantir um aumento de aproximadamente 1.000 megawatts nas três termelétricas bolivianas - praticamente metade de toda potência instalada em outras termoelétricas e hidroelétricas do país.
Além da Bolívia, Argentina e Paraguai também vão receber equipamentos feitos no interior paulista para geração de energia limpa, o que confirma o Brasil como protagonista no mercado energético. “O País pode e deve ter um papel-chave para o desenvolvimento energético sustentável da América Latina, não só por ser o principal da região em termos de população e PIB, mas também pela maior expertise neste setor”, afirmou o chileno Manlio Conviello, chefe da Unidade de Recursos Naturais e Energia da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL).
Para Conviello, ao ser mais eficiente nos gastos e economizar energia, o continente começa a planejar um futuro mais sustentável energeticamente. Haverá menos emissão de gases poluentes com uso de recursos inesgotáveis (energia limpa) e os países estarão menos propensos a falhas em grande escala, não comprometendo assim gerações futuras com riscos de apagões.
O diretor do Departamento de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Carlos Alexandre Principe Pires, acha positiva a troca de experiências e a parceria em negócios entre países da América do Sul. “O intercâmbio pode beneficiar a indústria nacional, pois numa eventual diminuição de demanda por equipamentos no Brasil - quando o ritmo de contratação de novas usinas de geração de energia diminuir - a exportação se torna uma solução para a indústria local”, afirma.