Com mais de 9 milhões de veículos em circulação, a cidade de São Paulo é um dos grandes exemplos de como os grandes engarrafamentos e a falta de opções no transporte público podem afetar o humor e a produtividade das pessoas em uma época onde as cobranças por resultados e alta performance só aumentam. A especialista em carreira Talita Tofanielli conta que, por muito tempo, trabalhou longe de casa e gastava um tempo enorme no trânsito. “Era energia, dinheiro e tempo perdidos”, conta. Há alguns anos, ela optou por trabalhar e morar no mesmo quarteirão. “Meu marido também tem um negócio ao lado de casa, como isso, conseguimos ter uma rotina de exercícios físicos, almoços em família, acompanhamos nosso filho em seus compromissos e trabalhamos num ritmo que, mesmo intenso, nos permite colocar as palavras profissão e qualidade de vida em uma mesma frase”, avalia.

 

Nos últimos anos, essa tendência tem ganhado força nos grandes centros urbanos, com o planejamento e a construção de grandes empreendimentos que unem áreas residenciais, comerciais, lazer e escritórios em um só local. Segundo André Abreu, diretor da incorporadora imobiliária SDI, esse tipo de estratégia de crescimento é determinado pelas demandas da sociedade, e esses novos projetos transformarão a cidade em um espaço mais humano, vivo e alegre. “Teremos um crescimento gradual desse tipo de solução, algo que será replicado ao redor dos grandes eixos de circulação”, conclui.

 

Segundo o arquiteto Fellipe de Carvalho, com as grandes metrópoles já saturadas, estes empreendimentos chegam como um facilitador. Por estarem, geralmente, próximos a serviços de transporte público, as pessoas começam a ver o carro como algo secundário, tendendo a ir mais aos lugares a pé, de bicicleta, ou metrô, já que resolvem a maioria dos problemas do dia a dia sem grandes dificuldades de mobilidade. “A presença de comércios ou serviços nos empreendimentos é positiva quando feita com responsabilidade e dentro dos limites que caracterizam o bairro.”

 

Vida profissional x vida pessoal

 

Mas em um mercado cada vez mais exigente com seus profissionais, como manter o equilíbrio entre trabalho, descanso e lazer com a possibilidade de estar tão próximo do escritório? Um ponto importante para os workaholics de plantão é que essa “economia de tempo” que um edifício de uso múltiplo pode trazer traduz as transformações pelas quais a sociedade está passando e responde às necessidades reais das pessoas. “Quem investe nesse tipo de moradia se interessa por quatro pontos essenciais: tempo, bem-estar, conhecimento e consciência. Elas proporcionam às pessoas um dos bens mais valiosos da atualidade – o tempo. Horas que, antes perdidas no trânsito, podem ser investidas na saúde e no lazer”, diz André Abreu, da SDI.