Sabesp

Construindo o futuro

Moradores de rua viram Guardiões dos Arcos

A vida tem sido uma gangorra para Carlos Augusto da Silva. Ele já foi cozinheiro, motorista e ajudante de metalúrgico; levava uma vida com dignidade. Mas, como milhões de brasileiros, ficou desempregado. Sem dinheiro, a situação se agravou a tal ponto que Carlos sentiu o dissabor de morar na rua e passou dois anos vivendo em terrenos de invasão.    

O preconceito pela sua idade foi uma barreira para se recolocar no mercado de trabalho. Aos 50 anos, pai de duas filhas e já avô, procurou ajuda em um abrigo, onde vive há nove meses.

Depois do teto, ele tem agora a oportunidade real de se reintegrar à sociedade. Carlos tornou-se um dos seis “Guardiões dos Arcos” da Sabesp – as quatro gigantescas adutoras que atravessam os rios Tietê e Pinheiros, levando água a milhões de paulistanos.                                                                                                                    
A ação integra o programa Trabalho Novo, realizado em parceria com a Prefeitura de São Paulo. “Eu nunca deixei de desejar. Sempre tive a cabeça boa para seguir em frente. Agora que surgiu a oportunidade, quero agarrar, batalhar e vencer. Agradeço a oportunidade de cuidar da preservação da nossa água e de ter um novo emprego”, disse.

Assim como Carlos, Willame de Souza Galdino*, 41 anos, que também vive no abrigo Casa da Acolhida Barra Funda II, é um dos “Guardiões dos Arcos”.                    

Os dois são responsáveis pela preservação da adutora da Sabesp, na Marginal Tietê, em frente ao Sambódromo. Com a nova atividade, ambos recebem salário, vale-refeição e vale-transporte. 

Ação conjunta    

A seleção dos Guardiões dos Arcos é feita em conjunto com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social. 

Todas as pessoas que começam a morar em um centro de acolhida passam por uma entrevista e são acompanhadas por técnicos de referência (assistentes sociais e psicólogos). 

Quando surge uma vaga em alguma empresa, os moradores dos abrigos são escolhidos de acordo com o perfil e, em seguida, participam do curso de capacitação realizado pela Rede Cidadã. “No curso aprendi como devo me comportar, como devo tratar as pessoas que vivem em São Paulo, como divulgar o trabalho que a empresa faz e reconhecer o lugar em que vivo como cidadão e não como morador de rua”, explicou Willame.                                          

Restauração dos arcos

A iniciativa “Guardiões dos Arcos” faz parte do projeto, já em curso, da Sabesp, para restauração e revitalização das adutoras.        

As quatro estruturas – com cerca de 100 metros de extensão cada – passaram por limpeza e pintura para remoção de pichações. Agora, no lugar dos rabiscos, adesivos com grafismos artísticos enriquecem a paisagem urbana.                  

Para finalizar, foram instalados sistemas de iluminação compostos por refletores de LED de alta potência, em diversas cores. Três arcos da companhia, na Marginal Tietê, e um na Marginal Pinheiros, já foram totalmente revitalizados. 

O próximo capítulo da história envolverá 100 moradores de rua que terão uma nobre tarefa: realizar o plantio de árvores exigido em programas de compensação ambiental de obras realizadas pela Sabesp. A cidade agradece.               

*Para ver o depoimento do guardião Willame, acesse: https://youtu.be/eVwRz_TPYL8