Sabesp

Construindo o futuro

Quem disse que gato não gosta de água?

iStock_29747066_XLARGE-Adeus “gato” de água. Fim das fraudes. Cerca de 160 mil famílias que vivem hoje em áreas informais, como favelas e ocupações, vão passar a contar com rede de água potável. A Sabesp começou a instalar essas tubulações na capital e na Grande São Paulo. A estimativa é que cerca de 530 mil pessoas passem a ter água tratada, sem risco de contaminação por causa dos vazamentos e infiltrações nas mangueiras improvisadas que hoje abastecem essas casas, os conhecidos “gatos”.

A iniciativa pretende também diminuir as perdas com vazamentos, já que as mangueiras puxadas para levar a água até esses imóveis costumam sofrer com furos constantes, que podem inclusive permitir a entrada de sujeira.

Esse trabalho passou a ser feito neste ano, mesmo diante de uma restrição de uma lei federal que impede a instalação de sistema de saneamento em áreas sem infraestrutura urbana. Para evitar que a água seja perdida e que os moradores continuem ficando doentes, a Sabesp decidiu avançar em terrenos públicos, que pertençam às prefeituras, por exemplo. Nesses casos, a companhia levanta com o município quais dessas áreas informais serão urbanizadas no futuro, com a construção de moradias populares. Consegue então uma autorização da prefeitura para instalar as redes nesses terrenos que serão regularizados e faz as obras.

A medida só pode ser aplicada em terrenos públicos que não sejam área de proteção ambiental. Não vale também para lotes com disputa judicial, algo comum em áreas particulares em que a ocupação aconteceu enquanto os herdeiros brigaram pela divisão do terreno. Caso a empresa não fizesse essa articulação, teria de continuar esperando a construção das casas populares, o que costuma levar anos e até décadas.

Até o mês de maio, a Sabesp já tinha contratado as obras para ligar 82.200 moradias. O trabalho já está em andamento na cidade de São Paulo e em municípios da Grande São Paulo. Para ter uma ideia do alcance, a estimativa é que deixem de ser perdidos até 3,3 bilhões de litros de água a cada mês com as novas ligações. Desse volume, metade deixará de vazar pelas mangueiras improvisadas, volume suficiente para abastecer 150 mil imóveis – mais do que a população de cidades como Mauá, Santos ou São José do Rio Preto.

Além disso, outra metade passará a ser recuperada também pela companhia em perdas aparentes, já que hoje a água consumida nas moradias informais não é faturada. Todos os clientes residenciais que forem conectados na operação serão incluídos na tarifa social – que hoje é de R$ 7 para residências que consumam até 10 metros cúbicos mensais, ou 33% da tarifa normal. O consumo médio desses imóveis é de 10,9 metros cúbicos mensais.

Segundo estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil, os vazamentos existentes nas áreas informais provocam diminuição na pressão da água na rede oficial, fazendo com que moradores de bairros vizinhos possam até ficar sem abastecimento. O levantamento, chamado “Saneamento Básico em Áreas Irregulares no Estado de São Paulo”, mostra que 14,9% da população da capital paulista vive nessas moradias.