Tecnologia, inovação e open source

Conheça as iniciativas que estão revolucionando o mercado de TI

Organizações para uma nova geração

iStock_000069005925_Large-

Jim Whitehurst, CEO da Red Hat, adora contar para as pessoas uma história que aconteceu nos seus primeiros dias na empresa, quando ele passou algumas instruções para uma equipe e seus integrantes alegremente decidiram ignorá-las. Essa passagem, segundo a vice-presidente executiva da Red Hat, Jackie Yeaney, revela algo muito importante sobre liderar uma organização aberta: você precisa, em primeiro lugar, reconhecer que não sabe tudo. Depois, tem de confiar que as pessoas ali talvez tomem decisões melhores que as suas. E precisa lhes dar poder para fazer isso.

O episódio deixa claras várias diferenças entre uma empresa tradicional e uma aberta. Enquanto que em uma empresa tradicional as pessoas precisam respeitar uma hierarquia bem estabelecida, em uma organização aberta as decisões surgem a partir da colaboração das pessoas, das reações às ideias e da revisão dos planos iniciais.

O ponto aparentemente negativo é que esse processo que envolve a comunidade de funcionários toma mais tempo do que quando as decisões são tomadas pelos chefes, de cima para baixo. Por outro lado, segundo o próprio Jim Whitehurst em seu livro The Open Organization,o esforço extra no início se traduz em maior rapidez no tempo de execução, já que todos os envolvidos na decisão se sentem incluídos, ouvidos, informados e prontos para contribuir. No livro, Whitehurst define uma instituição aberta como aquela que “atrai comunidades participativas tanto de dentro quanto de fora, responde às oportunidades de maneira mais rápida, tem acesso a recursos e talentos externos à organização e inspira, motiva e dá poder às pessoas de todos os níveis para agir com responsabilidade”.

“Organizações abertas normalmente são meritocráticas, onde a reputação importa mais do que os títulos e onde um histórico de contribuições se torna uma espécie de capital social”, explicou Jackie Yeaney. Antes de entrar para a empresa, Jackie trabalhou como consultora da Red Hat e pode perceber a importância desse prelúdio quando recebeu do presidente um convite de emprego. “Isso permitiu que eu provasse para as pessoas da Red Hat que entendia do seu negócio e da sua cultura antes de assumir um papel de líder”, conta ela. “Elas tendem a duvidar de indivíduos que não construíram sua reputação com o tempo.”