Nem as mudanças da vida, nem as adversidades parecem tirar o fôlego do empresário Fabiano Cid. Há 20 anos, começou a trabalhar como freelancer e não tinha outra opção a não ser abrir o próprio negócio. Foi da mesma forma que ele encarou a crise em 2014. A única saída era manter a empresa viva. Agora, em 2019, ele parte para mais um desafio: a fusão da Oxo Innovation com uma empresa canadense.
A Oxo faz a tradução de marketing, jurídica e técnica, localização de software, aplicativos e multimídia, serviço de editoração eletrônica e automação de fluxo de tradução. Ela foi criada depois que o empresário retornou de uma temporada em Londres, em 1999. “Eu fazia tradução para uma empresa no Rio de Janeiro e fiquei sendo freelancer para eles da Inglaterra. Quando retornei, me falaram que eu precisava me tornar uma pessoa jurídica. Pensei: se é para empreender, vamos fazer direito. E montei a empresa com logo, site… Para fazer a diferença no mercado”, afirma.
Fabiano recorda que quando a Oxo nasceu no Rio ele tinha apenas um laptop para trabalhar. Viu o mercado olhando para a empresa e a possibilidade de crescer ainda mais. Para isso, ele começou a contratar especialistas nas áreas de atuação do empreendimento. Com o aumento da demanda de trabalho, achou necessário montar uma estrutura. “Cheguei até pensar que a internet poderia acabar, mas o computador, não. Não tem jeito, as pessoas sempre vão precisar. Ainda mais em um mundo cada vez mais globalizado”, afirma.
Em 2014, com a crise que abalou o país, Fabiano viu a Oxo entrar em dificuldades. Ele conta que os concorrentes baixaram os preços, e começou a ficar muito difícil sustentar a empresa e seus colaboradores. “A crise nos deu uma rasteira e foi muito grave para a gente. Mas não tinha como fechar, seria muito dolorido para mim”, revela.
Para enfrentar o novo desafio, o empresário melhorou processos, cortou custos e fez investimentos em automação, reduzindo os gastos com mão de obra. A equipe ainda passou a trabalhar de forma remota. Tudo isso para evitar o aumento de tarifas. Depois de tanto esforço, a superação da crise se consolidou há seis meses, quando a Oxo fez a fusão com um grupo de Montreal.
A sintonia é tão grande com os dois novos sócios que as duas empresas usam o mesmo sistema de gestão financeira. Fabiano trabalha com QuickBooks há seis anos, depois de perceber que o programa então adotado – um software específico para finanças pessoais – não atendia às necessidades da Oxo. “Foi muita coincidência eu me juntar com uma empresa estrangeira que também usava o Quickbooks. E a gente tem clientes nos Estados Unidos, na Europa. Trabalha com dólar, libra, euro, real. E ele tem a vantagem de nos dar a flexibilidade de trabalhar com várias contas em várias moedas”, afirma.
Ele conta que faz com o sistema todo o fluxo de caixa, de previsão, orçamento, controle de faturas emitidas, as faturas pagas, as ordens de serviço e os pagamentos. “O Quickbooks faz todo o nosso controle financeiro. E, como ele tem versão online, a gente acessa de qualquer lugar”, ressalta.
A expectativa, agora, é que a empresa passe por um crescimento ainda maior, tanto em relação a novos clientes, como em estrutura. No Brasil, a equipe está com 10 colaboradores. Com a fusão com o grupo canadense, viraram 35 pessoas. Fabiano conta que já estão pensando em novas aquisições. “O mais difícil da crise foi ter tanta gente capacitada ao meu redor sem ser aproveitada como merecia e agora estamos muito animados com o que vem pela frente”, garante.
