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Castração – benefícios e mitos dessa cirurgia

É comum que donos de animais tenham dúvidas quando o assunto é a castração do seu bichinho, principalmente por alguns mitos que envolvem a cirurgia. Muitos tutores acreditam que o animal sofre, mas isso não é verdade. “O procedimento cirúrgico é realizado com o animal devidamente anestesiado”, diz a médica veterinária Gabriela Toledo, especialista em oncologia e doutoranda do hospital universitário da UNESP em Jaboticabal (SP).

É importante ressaltar que a operação pode ser realizada em machos e fêmeas e traz somente benefícios ao animal. “Não vejo prejuízo se o procedimento for realizado de maneira correta por um profissional capacitado.” A castração evita infecções e tumores de mama e testículos nos cães, segundo a veterinária. Já nos gatos, o procedimento diminui a incidência de AIDS felina.

A médica veterinária lista, a seguir, os maiores benefícios e mitos da castração, além de responder às dúvidas mais comuns. Confira:

A castração deve ser feita em quais animais?
A cirurgia pode ser realizada em cães e gatos, machos e fêmeas, independentemente da raça desses animais

Com que idade deve ser feita?
A castração é indicada preferencialmente antes de cães e gatos atingirem a maturidade sexual. Isso geralmente ocorre nos cães machos por volta dos sete meses. Mas deve-se esperar que os testículos que estão na cavidade abdominal desçam para a bolsa escrotal. Os cães de grande porte podem demorar um pouco mais de tempo para atingir a puberdade sexual. Já nos gatos machos, a maturidade sexual ocorre por volta dos nove meses, mas pode ser realizada a partir dos seis meses do animal, desde que já tenha ocorrido a descida dos testículos. Para as fêmeas, a castração é recomendada antes do primeiro cio.

Como a castração funciona?
Em cães e gatos machos: é feita através da remoção cirúrgica dos testículos. Os testículos são os órgãos que produzem o hormônio sexual masculino, a testosterona, que é responsável pelo comportamento sexual de cães e gatos adultos. Ao removê-los, a produção deste hormônio é interrompida tornando-os inférteis.
Cadelas e gatas: a castração é realizada com uma incisão na cavidade abdominal e retirada cirúrgica dos ovários, trompas e útero.

A cirurgia é uma necessidade ou uma opção?
Em patologias do sistema reprodutor de machos e fêmeas, a castração torna-se uma necessidade por ser o tratamento ideal. Em outros casos, é sempre uma opção a ser discutida entre o dono do animal e o veterinário. Lembrando que traz inúmeros benefícios ao bichinho.

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10 benefícios de castrar o animal
1 – Cadelas e gatas castradas antes do primeiro cio têm mínimas chances de desenvolverem tumores de mama quando se tornarem idosas. O tumor de mama é o câncer mais comum nesses animais. Além disso, o procedimento evita totalmente a possibilidade de tumores de ovário e útero.

2 – As fêmeas não ficam mais vulneráveis a infecções uterinas graves, já que o seu aparelho reprodutor é removido.

3 – A castração previne totalmente a incidência de tumores testiculares, diminui consideravelmente o câncer de próstata, as hérnias perineais e a hipertrofia prostática, comum em machos idosos. Essas doenças frequentemente causam infecções e outros distúrbios urinários.

4 – O animal geralmente torna-se mais comportado, diminuindo as fugas, brigas e os atropelamentos.

5 – No macho, diminuem a marcação de território através da urina e a mania de montar, no caso dos cachorros. Para o cão de guarda será ainda melhor, pois ele vai se preocupar menos com cachorras no cio, concentrando sua atenção na casa e na família.

6 – Nos gatos, reduz a incidência da AIDS felina. Os gatos podem ser portadores do FIV (vírus da imunodeficiência felina), levando a uma síndrome semelhante à humana. O vírus é transmitido pelo cruzamento e por mordidas. Vale ressaltar que a AIDS felina é específica dos gatos e não pode ser transmitida ao homem de forma alguma, nem por mordidas, arranhões, lambidas ou contato com o sangue, urina, saliva e fezes dos gatos.

7- As fêmeas não entram mais no cio, poupando os tutores de lidar com o sangramento e com possíveis cães de rua importunando.

8 – Seu animal de estimação pode ficar mais dócil, facilitando a interação e reduzindo situações problemáticas – especialmente entre os que tinham comportamento agressivo antes.

9 – Elimina a gravidez psicológica que afeta algumas fêmeas após o cio, quando acontece o inchaço das mamas e pode causar irritação.

10 – A expectativa de vida dos cães castrados é maior. Os machos castrados, em geral, vivem aproximadamente 14% a mais.

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Mitos da castração

Castração engorda – A castração em si não faz os animais engordarem. O que acontece em alguns casos é a redução de atividade física porque o animal fica mais calmo, o que o leva a ganhar peso. Deve-se ficar atento e manter uma rotina de exercícios físicos.

É preciso mudar a dieta do animal após o procedimento – A avaliação frequente do animal ajudará a garantir que o peso dele não aumente. O fornecimento de uma dieta especial com restrição calórica pode ser indicado em alguns casos, como uma dieta de manutenção com diminuição da quantidade diária de energia adaptada para cada animal.

O animal sofre na castração – Não, pois o procedimento cirúrgico de machos e fêmeas é realizado com o animal devidamente anestesiado. Além disso, medicamentos para alivio de dor, inflamação e prevenção de infecções são prescritos. A cirurgia é muito bem tolerada por eles desde que os cuidados pós-operatórios sejam seguidos.

O cachorro deixa de proteger a casa por ficar mais dócil – Quando um cão é castrado já adulto, seu comportamento não é necessariamente alterado. Além disso, o cão de guarda castrado pode se preocupar menos com cachorras no cio, concentrando sua atenção na casa e na família. No entanto, a castração não é uma solução adequada para tratar distúrbios comportamentais, a menos que o cão seja particularmente agressivo diante de outros cachorros.

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Conversa de Bicho

Jornalista

Fábio Brito

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