Em 2016, Gabe Klein cofundou a CityFi, empresa de soluções e tecnologia para a mobilidade de pessoas e empresas em todo o mundo. Já atuou no Departamento de Transportes de Chicago e Washington, DC.

O livre acesso à informação está revolucionando a maneira como as cidades administram os efeitos ambientais e sociais do trânsito urbano.

Como alguém que passou os últimos vinte anos imerso na revolução dos transportes dos Estados Unidos – primeiro no papel de executivo da Zipcar, depois como dirigente da área de transportes em Washington e Chicago, e mais recentemente como investidor, autor e consultor –, tenho acompanhado as consequências dos avanços na inovação do setor. Eles não têm apenas inserido novas tecnologias, mas também mudado o funcionamento de antigos sistemas.

“Para garantir grandes resultados, precisamos de políticas públicas criadas com excelência no curto prazo.”

O fato é que há inúmeras razões para ser otimista em relação ao desenvolvimento de nossos sistemas de transporte. Está claro, por exemplo, que reduzir viagens com um único ocupante por veículo em escala tem impacto positivo no ambiente e na qualidade de vida – seja via caronas, aplicativos de transporte compartilhado ou transporte público. Mas todas essas inovações levantam o questionamento: como o governo trabalha junto a essas pioneiras para impulsionar mudanças? Para garantir grandes resultados, precisamos de políticas criadas com excelência no curto prazo, colaboração público-privada, troca de ideias e testes nas ruas. Com as políticas corretas aplicadas e informação compartilhada para mensurar seu impacto, poderemos conquistar um sistema equilibrado que funciona para as pessoas e para o planeta.

A cooperação entre os setores público e privado é extremamente importante na criação de um modelo de transporte mais sustentável, particularmente neste momento em que a tecnologia tem papel cada vez maior. Mas, para que essas parcerias funcionem, as agências governamentais precisam de dados consistentes para a manutenção das políticas e para aprimorar o trabalho junto aos inovadores privados.

No entanto, se acordos de compartilhamento de dados não forem estabelecidos desde o início, quantificar o impacto da tecnologia pode se tornar muito difícil. No fim das contas, é responsabilidade do setor público saber que tipo de dados precisam, coletá-los a partir de suas fontes internas e compartilhá-los com as empresas com as quais fazem negócios. Além disso, as cidades precisam obter esses dados de maneira responsável. Não podem coletar as informações e colocá-las em um repositório onde qualquer um pode acessar dados pessoais de outrem. Os dados devem ser anônimos e – quando necessário – agregados.

A tecnologia tem ajudado também a resolver esse problema. Hoje, empresas como a Stae estão facilitando a coleta e a análise de informação, fornecendo uma plataforma que organiza dados estruturados e não estruturados das cidades. A solução dá significado e torna os dados acessíves à população, e também faz uma curadoria para as empresas. Existe um potencial enorme nessas plataformas, que podem atender a centenas de cidades com o mesmo produto customizável, ao contrário de sistemas milionários individuais desenvolvidos proprietariamente.