Veja 6 motivos para sua empresa usar a inteligência artificial

Impostos federais, estaduais, municipais. Taxas de fiscalização, de controle, de licenciamento. Contribuições trabalhistas, sobre faturamento, sobre importações. A lista de regras e obrigações a que o empreendedor brasileiro está sujeito parece interminável. E é justamente essa complexidade do sistema tributário do país que faz da inteligência artificial (IA) uma indispensável aliada.

“Quanto maior o volume de dados, maiores são os benefícios da aplicação da tecnologia. Nesse sentido, a quantidade de detalhes da nossa legislação e de exceções a serem analisadas torna ainda mais oportuno o uso da IA”, aponta Edgard Cornacchione, professor titular do Departamento de Contabilidade e Atuárias da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP.

Professor de Ciências Contábeis da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas), Alex Magno Diamante acrescenta que um negócio já obtém inúmeras vantagens apenas com a adoção de sistemas de gestão empresarial (ERP), como, por exemplo, o desenvolvido pela Omie. Voltado para pequenas e médias empresas, o software oferece aos empreendedores uma série de recursos, entre eles, uma ferramenta de IA que ajuda o negócio a obter crédito via factoring (antecipação de receitas) e outra que possibilita o monitoramento automático de impostos  – essa última tem lançamento previsto para este mês.

“Por meio de algoritmos, nossa solução consegue analisar todo o cenário fiscal e ajuda e empreendedor a encontrar a melhor tributação em processos de venda. Além disso, vamos monitorar as alterações legislativas que afetam o negócio e realizar a atualização no sistema de forma automática para que ele se mantenha sempre em dia com as obrigações”, enfatiza Rafael Olmos, diretor de Inovação e Tecnologia da Omie.

Listamos algumas das vantagens que dispositivos inteligentes podem trazer para os setores fiscal e tributário das empresas. Confira!

Automatizar processos
Imagine uma empresa que, diariamente, emite milhares de notas fiscais. Antes da digitalização, tudo deveria ser processado individualmente – o que consumia muito tempo e demandava vários funcionários. “Hoje, dispomos de ferramentas que reduzem tremendamente a quantidade de pessoas necessárias para a tarefa. Robôs conseguem escanear as notas em PDF, e isso já é jogado no sistema e contabilizado direto no estoque, por exemplo”, explica Diamante.

Reduzir erros
Não são apenas as empresas que investem em tecnologias na área fiscal. O Estado também o faz e vem se tornando cada vez mais eficiente em detectar erros e ampliar sua arrecadação. Isso significa que o setor privado precisa acompanhar esse movimento ou corre o risco de que eventuais falhas sejam identificadas e onerem o negócio com multas.

“Quando se trabalha com um grande volume de dados, é muito difícil garantir que tudo seja feito da forma correta. Como hoje a maior parte das transações é digital, algoritmos podem analisar essa massa com velocidade e precisão muito acima da capacidade humana, realizando uma auditoria contínua”, argumenta Cornaccione.

Facilitar adaptação a novas leis
Antes, quando alguma nova norma entrava em vigor, era preciso se adaptar rapidamente à mudança, além de ter atenção redobrada para não cometer erros. A inteligência artificial, ainda que não elimine essa necessidade de atualização, traz facilidades ao processo. “Existem recursos que ajudam na conformidade fiscal e mantêm a empresa sempre alinhada com as normas, alertando se algum erro for identificado ou mesmo fazendo a correção de forma automática”, afirma Diamante.

Economizar espaço
A digitalização trouxe uma enorme contribuição ao eliminar os espaços físicos que eram destinados ao arquivamento de documentos. Isso permite que a empresa diminua gastos e destine essas áreas para outras finalidades.

“Houve uma redução muito grande no volume de papel das áreas fiscal e contábil. A digitalização também traz vantagens logísticas, pois antes era preciso mandar documentos para outros lugares, como um arquivo central”, comenta Alex Magno Diamante.

Aumentar segurança de dados
Além disso, recursos como criptografia impedem que os dados sejam acessados por pessoas indevidas e, ao serem armazenados em nuvem, ficam protegidos contra panes de um servidor local ou contra deterioração e acidentes, como incêndios.

“Outra vantagem é a facilidade de acesso. Os mecanismos de busca permitem que um documento específico seja localizado em poucos segundos, enquanto na era do papel, esse processo poderia levar dias”, enfatiza o professor da PUC-Minas.

Facilitar a tomada de decisões
É aqui que a inteligência artificial realmente mostra do que é capaz. Ao acumular conhecimento, ela simula rapidamente inúmeras possibilidades contábeis e aponta o melhor caminho para a empresa seguir em cada situação. “A tecnologia pode indicar ao gestor o desenho ideal de uma operação tributária, apontar se ele está pagando mais ou menos impostos. E com os recursos de ‘machine learning’, ela é capaz de identificar padrões na empresa e ganhar vida própria, tornando-se cada vez mais rápida e eficiente”, encerra o professor da USP.