We are Omie

11 de outubro de 2018

Evento em São Paulo discute impactos das inovações no mundo dos negócios

Já parou para pensar em como as mudanças no mundo estão cada vez mais rápidas? Entre a invenção da escrita e a da prensa, passaram-se milênios. Da prensa para a internet, foram séculos. Já da internet para a computação em nuvem, bastaram apenas algumas décadas. A crescente velocidade dos ciclos de inovação e as consequências disso na vida das pessoas foram destaque no We Are Omie – Business Experience, evento direcionado a empreendedores, gestores e contadores, que reuniu cerca de 2,8 mil participantes, no último dia 4 de outubro, na cidade de São Paulo. Organizada pela Omie, a iniciativa ofereceu ao público conhecimentos e novidades nas áreas de gestão, contabilidade, marketing e vendas, além da possibilidade de ampliar networking.

Kip Garland, diretor da consultoria InnovationSEED, pontuou em sua palestra que essa transformação acelerada traz desafios importantes para as empresas: se antes uma grande corporação tinha em média 40 anos de vida garantidos, no contexto atual, uma gigante pode naufragar em menos de sete. Para não engrossar essa estatística negativa, é preciso rever constantemente o que o consumidor deseja, segundo o especialista. “Duas décadas atrás, todos sabiam que o futuro demandaria dispositivos de mão. Vários lançaram produtos e falharam. Quem acertou foi a Apple, que sequer era do setor de telecomunicações. A empresa entendeu que, mais do que oferecer um telefone, era preciso ajudar o consumidor a ser produtivo e a se organizar, além de entretê-lo.”

Com tantas oportunidades abertas, a “cara dos negócios” mudou radicalmente, enfatizou o economista Ricardo Amorim. “As três maiores empresas da década de 1990 eram do setor automotivo, tinham um valor de mercado de US$ 36 bilhões e empregavam 12 milhões de pessoas. Hoje, as três maiores companhias são do ramo de tecnologia, valem US$ 1,09 trilhão e contam com 137 mil funcionários.”

Paulo Alvarenga, sócio-fundador da Crescimentum, por sua vez, lembrou que o aumento da automação criou o fenômeno das organizações exponenciais, que empregam menos e geram cada vez mais valor. “Em tal contexto, empregos são trocados por habilidades. Como não podemos competir nas mesmas funções desempenhadas por robôs, nossa capacidade de aprender qualquer coisa e de nos desenvolvermos é o que abre novas possibilidades.”

(Esquerda para a direita) Edson Rigonatti, Astella Investimentos, Paulo Alvarenga, Crescimentum, Ricardo Amorim, economista e Marcelo Lombardo, CEO Omie

Adaptação e sobrevivência

O grande desafio para o ser humano será acostumar-se a essa realidade de intensas mudanças e acompanhar o ritmo exigido por ela. Antes, as profissões duravam gerações. Se um pai fosse ferreiro, seus filhos e netos provavelmente seguiriam a mesma trilha. Com a Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, as pessoas passaram a escolher o que queriam fazer — primeiro, estudavam e depois exerciam o ofício aprendido pelo resto da vida. Agora, as mudanças são tão céleres que o modelo clássico perdeu a validade. É preciso se renovar o tempo todo. “Das dez profissões mais demandadas no mercado, nenhuma existia na década passada”, destacou Marcelo Lombardo, CEO e fundador da Omie.

A velocidade com que todas essas transformações têm acontecido pode até assustar em um primeiro momento, mas, frisou Lombardo, é preciso enxergar que as oportunidades vêm na mesma intensidade. “Existem projeções de que, até 2022, os avanços de inteligência artificial vão acabar com 75 milhões de empregos, porém 133 milhões de novas vagas serão criadas. O problema é que as competências demandadas por elas serão diferentes. E é aí que entra o conceito de reskilling, ou seja, a capacidade de desenvolver habilidades para atuar em novos cenários.”

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