Em 2020, a geração Z, que já nasceu em uma sociedade digital, corresponderá a mais da metade dos profissionais ativos no mundo, segundo o relatório Megatrends 2015, divulgado pela consultoria Ernst Young. Esses indivíduos, que cresceram em um ambiente conectado e colaborativo, ajudarão a mudar profundamente as relações de trabalho nas empresas do futuro. Algumas dessas mudanças já começam a ser observadas, à medida que a tecnologia possibilita, cada vez mais, o acesso e compartilhamento de informações de qualquer lugar e a qualquer hora.
Em 2018 serão mais de 10 mil estações de trabalho colaborativo pelo mundo, segundo estimativa da consultoria Emergent Research, da Califórnia, nos Estados Unidos. Escritórios e departamentos continuarão existindo, mas serão cada vez mais comuns os projetos realizados em conjunto por equipes interdisciplinares e até globais.
Unir para conquistar
A parceria fechada recentemente entre a Siemens e a Cargill para o desenvolvimento de um novo projeto de biodiesel é um exemplo da importância do trabalho entre diferentes equipes. A Siemens já fornecia soluções nessa área para a multinacional norte-americana há dois anos, quando fechou um contrato de Service para o Vertical de Food&Beverage. Sabendo que a Cargill planejava modernizar outra parte do projeto de biodiesel, investindo em automação, transformadores, cubículos de média-tensão e painéis de baixa-tensão – soluções amplamente dominadas pela Siemens – em parceria com um concorrente, a empresa resolveu encarar o desafio de assumir 100% do projeto.
Para isso, precisou da expertise de profissionais de diferentes áreas e localidades, trabalhando em conjunto e em perfeita sintonia durante dez meses. O engajamento das equipes foi fundamental para a apresentação de uma proposta técnica, compilada nos mínimos detalhes, que levou ao fechamento do negócio, cujo início está programado para o começo de 2016.
Equipes globais
Inovadora, a Siemens já adota este modelo colaborativo desde 1999, quando foi criada a plataforma on-line Technoweb, em que todos os funcionários da empresa, localizados em qualquer país, compartilham projetos, discutem problemas, identificam as melhores ideias e promovem a inovação. “A Siemens já tinha rede social em uma época em que ninguém sabia o que é Facebook”, diz Michael Heiss, coordenador de redes de inovação da unidade austríaca da Siemens Corporate Technology.
Por meio da Technoweb, os funcionários podem, por exemplo, submeter perguntas urgentes aos participantes da rede. Basta descrever o assunto, explicando a importância dele para o projeto em questão, e o sistema automaticamente seleciona as soluções mais relevantes. Cerca de 90% das perguntas recebem respostas em até 30 minutos.
Além de contar com o conhecimento de seus times globais, a Siemens participa de um programa de pesquisas da Comissão Europeia, que reúne cientistas e técnicos de institutos de pesquisa, universidades e empresas. O objetivo é fortalecer a competitividade internacional da Europa. Entre os mais de mil projetos colaborativos dos quais a Siemens faz parte, está o “Internet das Coisas no Trabalho”, no qual cientistas, sob supervisão da Siemens Corporate Technology, estudam a internet do futuro, que irá conectar pessoas e máquinas.
Reunir diferentes expertises é um método efetivo de promover a inovação nas empresas, pois o principal foco de todos os envolvidos em um projeto, independentemente das posições hierárquicas, é o resultado.