Cultura para Todos – Mozarteum Brasileiro

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À espera de Elīna Garanča: jovens da OAMB celebram oportunidade de se apresentar ao lado da mezzo-soprano letã

Elīna Garanča ainda era aluna da Academia de Música de Riga, na Letônia, quando foi escolhida para interpretar Giovanna Seymour em uma montagem da ópera Anna Bolena, de Gaetano Donizetti. Então com 20 anos, ela viu-se diante de uma situação inusitada: como a cantora originalmente escalada para o papel havia se adoentado de forma repentina, ela teria somente dez dias para se preparar.

O desafio, felizmente, teve desfecho dos mais inspiradores: após uma apresentação arrebatadora, a mezzo-soprano letã ganhou visibilidade e começou a pavimentar a trajetória que a transformou em uma das estrelas do bel canto internacional. É com esta reputação que a cantora fará sua estreia diante do público brasileiro, nos dias 22 e 24 de junho, na Sala São Paulo, sob regência do maestro norte-americano Constantine Orbelian.

Ao seu lado, mais de 100 jovens músicos da Orquestra Acadêmica Mozarteum Brasileiro (OAMB) terão a oportunidade de vivenciar experiência semelhante – e, da mesma forma, escrever uma página importante da carreira que escolheram.”Vamos tocar árias de óperas e enfrentar um cronograma diferenciado, por conta da solista. São processos novos, por isso tenho estudado diariamente para estar preparada para os ensaios”, conta a violinista Valéria Silva Santana, de 24 anos.

Bacharel em Música pela Universidade Cantareira e ex-aluna da Escola Municipal de Música do Estado de São Paulo, ela costuma lembrar uma passagem da época para se motivar: antes de sua primeira apresentação pública da clássica Quinta Sinfonia, de Ludwig van Beethoven, acabou promovida de segundo violino para chefe de naipe. “Foi uma experiência transformadora. A partir daí tive confiança para fazer outros testes e tocar em diversas formações, até ser aprovada na OAMB, há dois anos”, diz.

Como integrante da orquestra, além de ter participado do Música em Trancoso, festival realizado pelo Mozarteum em Porto Seguro (BA), Valéria já tocou com profissionais de algumas das principais orquestras do mundo. Agora, vive a expectativa de dividir o palco com uma das vozes mais celebradas da atualidade.

                                                                                                                                   

 

“Estou confiante e quero aproveitar da melhor forma possível esta chance, que considero mais um momento importante para minha formação musical”, afirma Valéria Silva Santana

 

 

Pesquisa e foco

Primeira mulher formada no curso de tuba do Conservatório de Tatuí, em 2017, Taís do Nascimento Silva demonstra a mesma determinação quando está em período de estudos para os concertos da temporada da OAMB.

Estimulada pelos regentes com os quais já trabalhou, Taís cultiva o hábito de pesquisar referências históricas sobre as obras de cada programa e repetir exaustivamente os trechos mais difíceis. “Estar no palco é sempre uma prova”, justifica.

 

 

“Penso no esforço que fiz para poder estar aqui e nas dificuldades que temos como músicos profissionais no Brasil. Por isso, vejo cada apresentação como uma oportunidade para expandir horizontes musicais e pessoais”, afirma Taís do Nascimento Silva

 

A valorização do talento brasileiro

Proporcionar oportunidades e vivências artísticas para o maior número possível de músicos brasileiros é uma das premissas que movem a Orquestra Acadêmica Mozarteum Brasileiro (OAMB).

Ao renovar seus quadros anualmente por meio de processo seletivo – para esta temporada foram recebidas 316 inscrições, de 19 estados –, o grupo tem consolidado um padrão de qualidade reconhecido por público e crítica, despertando a atenção de alguns dos principais nomes das cenas erudita e lírica internacionais.

Maestro Carlos Moreno

Carlos Moreno, maestro titular da OMB: “Nossa missão é lapidar o talento nacional”

“Lapidar o talento nacional em um cenário de investimentos tão escassos na cultura é uma missão que o Mozarteum Brasileiro e outras poucas entidades do País lutam diariamente para cumprir, com a devida excelência”, comenta o maestro Carlos Moreno, regente titular da OAMB desde sua fundação, há três anos.

Elīna Garanča
Sala São Paulo
Praça Júlio Prestes, 16, Campos Elíseos.
Dias 22 e 24 de junho (sáb. e 2ª), às 21h.