Aproveite os trajetos de carro ou a espera no restaurante para brincar com as crianças

Um dos principais fatores que impedem os pais de brincarem mais com os filhos é a limitação do tempo.

A falta de tempo é apontada por metade dos pais em todo o mundo como principal razão de brincar pouco com os filhos ao ar livre, de acordo com estudo feito recentemente por Omo, da Unilever. A pesquisa global “Valor do Brincar Livre” ouviu 12 mil pais ou mães ao redor do mundo e também identificou que os pais sentem dificuldade para equilibrar o tempo das crianças e para que tenham atividades suficientes de aprendizado e desenvolvimento de alta qualidade.

Que tal então aproveitar momentos “mortos” da rotina, como, por exemplo, os trajetos de carro ou a espera da comida em um restaurante, para colocar a conversa e as brincadeiras em dia com os pequenos?

Há uma série de jogos, adivinhações e brincadeiras para sugerir às crianças como uma forma de aproveitar melhor esse tempo. Para quem tem o hábito de se conectar ao celular ou tablet no restaurante, ou gosta de um game, a proposta é inventar um jogo real, com a presença dos pais, para driblar as telas -o que alguns especialistas chamam de “gamificar a vida”.

Crianças que não andam de carro sem um DVD podem se surpreender com a proposta de observar um filme de verdade, que são as ruas, parques e edificações pelas quais passam nas cidades ou na estrada. São pequenas mudanças na rotina que podem, por meio do brincar, apoiar o processo de aprendizagem e desenvolvimento infantil.

É preciso abandonar o discurso de que adulto não sabe brincar. O brincar é de todos e é importante desde sempre. O adulto que perde a capacidade de brincar vive com uma qualidade de vida muito pior, com menos criatividade e prazer na vida. No caso da criança, a brincadeira é a forma de ela processar suas emoções, processar o mundo, aprender e se desenvolver.

A seguir, uma lista de ideias que talvez estejam ao alcance da família, com o objetivo de permitir mais momentos de interação juntos.

O interessante é lançar as sugestões e deixar as crianças fiquem à vontade para mudar ou criar novas regras. Depois de algumas incursões nas brincadeiras, vai chegar uma hora em que elas começarão a inventar novos jogos ou vão lembrar sozinhas daquilo que gostariam de fazer.

Percursos mais divertidos

Hora da história
● Escolha uma pessoa na rua e cada um tenta adivinhar como é a vida dela, o que ela gosta de fazer, onde vive, como é sua família. “Acho que ela acorda cedo”; “Ela deve ter uns 30 anos”; “Acho que ela já plantou uma árvore” e por aí vai.
● Comece uma história com o tradicional “Era uma vez…” e passe a bola para outra pessoa continuar. Cada um vai contando um pedaço até chegar ao fim.

Adivinhações
● Alguém diz “vejo com meus olhinhos uma coisa da cor… (e diz a cor do que está vendo)”. Os outros precisam adivinhar o que é.
● Uma pessoa descreve um bicho (se é grande, peludo, onde mora…) e os outros têm que dizer qual é.

Quem procura, acha
● Mesmo as crianças que estão começando a aprender a ler gostam de conhecer as placas de trânsito. Experimente brincar de encontrar no trajeto, por exemplo, as de Pare ou Atenção, ou as placas que comecem com a letra do nome da criança.
● Brincar de achar caminhão cegonha, Fuscas, Kombis ou carros amarelos (ou qualquer modelos de automóvel que vocês determinarem).

Jogos off-line
● Alguém inventa uma regra secreta para a brincadeira “Fui à praia e levei… ” para os outros completarem com o objeto escolhido. Ganha quem consegue adivinhar a regra secreta. Por exemplo: a regra poderia ter sido “só pode levar brinquedos” ou “não pode levar comida”.
● Uma pessoa sugere uma palavra e os outros têm que cantar uma música.
● Escolha uma letra e cada um diz uma fruta ou comida que comece com ela.

Brincadeiras à mesa

Palitoterapia
● De um paliteiro podem sair personagens para contar uma história, tijolos para desenhar uma cidade sobre a mesa ou um jogo da velha. Você pode até confeccionar em casa peças coloridas com tinta guache, para deixar na bolsa.

Risque-rabisque
● Desenhar nos jogos americanos de papel dos restaurantes já é uma tradição para as crianças. Você também pode brincar de um completar o traço do outro e, no final, dar nome à criatura. Ou ainda fazer um desenho com pontos para a criança ligar.

O que sumiu
● Reúna objetos que estiverem por perto -na mesa ou na sua bolsa. Uma pessoa fecha os olhos e a outra retira um deles. Depois tem que descobrir o que sumiu.

Origami de guardanapo
● Alguns restaurantes ou hotéis ainda têm a tradição de ostentar guardanapos de pano dobrados metodicamente num formato que decora o ambiente. Já experimentou pegar um desses e ir desdobrando para ver onde são feitas as dobras e depois tentar redobrar? Não conseguiu? Chame o garçom que ele vai se amarrar em ensinar o ofício para as crianças.