Os impactos da economia paralela (a chamada gig economy) nas grandes empresas e as substâncias renováveis que podem garantir um futuro melhor para a humanidade foram alguns dos temas abordados em palestras do INOVA Klabin 2018. O evento, promovido pela maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do País, reuniu cerca de mil pessoas na Oca do Ibirapuera entre os dias 12 e 13 de setembro, e contou também com oficinas imersivas e exposições sobre inovação tecnológica, bioeconomia e conscientização ambiental.

O cientista israelense Oded Shoseyov, um dos pioneiros da nanobiotecnologia no mundo, foi destaque entre os palestrantes. O pesquisador já é um dos parceiros da Klabin, que anunciou este ano a aquisição de 12,5% da Melodea, startup fundada por Shoseyov especializada na extração de celulose nanocristalina, 100% produzida a partir de recursos renováveis.

Em sua palestra, Shoseyov surpreendeu ao detalhar como substâncias naturais – presentes nas pulgas dos gatos e nas fibras das sequoias, por exemplo – podem gerar matéria-prima para os mais diversos usos: da fabricação de borracha para tênis esportivos de alta performance a um tipo de colágeno orgânico capaz de evitar que uma pessoa diabética em tratamento tenha os membros inferiores amputados. Hoje, cerca de 1 milhão de pessoas que sofrem com a doença passam por esse trauma.

“Infelizmente a medicina ainda prefere usar materiais sintéticos, como parafusos e meniscos artificiais, bem menos adaptáveis ao nosso corpo. Mas acredito que em um futuro próximo esse cenário irá mudar”,  explicou.

A economia dos aplicativos

Romeo Busarello, diretor de marketing da Tecnisa, analisou as transformações que aplicativos provocaram no mercado profissional

Ponto alto do INOVA Klabin 2018 também foi a palestra de Romeo Busarello, diretor de marketing da Tecnisa, que falou sobre o futuro de algumas carreiras em tempos de ascensão dos aplicativos de serviços. Por causa das facilidades e, na maioria das vezes, os baixos custos desses apps, muitos profissionais estão precisando se requalificar para não verem suas funções extintas dos quadros das grandes companhias.

Busarello também deu bons exemplos de como a criatividade de quem desenvolve esses apps está movimentando uma economia paralela – a chamada gig economy. “Caso do Uber, por exemplo. Até o final deste ano, a cidade de São Paulo atingirá a marca de 1 milhão de motoristas que trabalham via app. Enquanto isso, o governo contabiliza essas pessoas como desempregados.”

A nova revolução digital e o impacto que ela vem exercendo no dia a dia das empresas também foi tema da apresentação de Roger Ingold, presidente da Lide Inovação. Completou o time de palestrantes José Ribas Fernandes, especialista em neurociência da consultoria BeWorks, que mostrou como a ciência comportamental pode beneficiar as organizações.