Vestibulares

14 de maio de 2019

Linguagens, a base de todas as carreiras

Quem se forma em Pedagogia e Letras, duas importantes graduações da área, ajuda a preparar cidadãos e, por consequência, todos os profissionais. Entender a realidade do País e do mundo é essencial para o aluno

Médicos, advogados, engenheiros, cientistas. Nenhum desses profissionais se formaria sem, lá atrás, passar por um processo sólido de alfabetização e aprendizado. Essa é a responsabilidade de áreas como Pedagogia e Letras: fornecer toda a base necessária para a formação de novos profissionais – e cidadãos. “Ser pedagogo é ajudar a criar o futuro”, afirma Nonato Assis de Miranda, coordenador do curso de Pedagogia da Universidade Paulista (Unip). “Esse profissional precisa ter uma grande aptidão para o relacionamento humano, assim como estar pronto para lidar com novos modos de ensinar e aprender.” Conhecer e entender a realidade é parte fundamental da formação de pedagogos, afirma o coordenador. “Nossos alunos têm experiências junto à comunidade externa, identificando problemas e demandas e trabalhando em cima de soluções.”

Se engana quem pensa que a Pedagogia está restrita à prática em sala de aula. “Existem várias opções no mercado, que está aquecido”, afirma Miranda. Como exemplos, cita vagas de coordenação e gestão em escolas públicas e particulares, além de ONGs, empresas e órgãos do governo.

Estabelecer a comunicação entre duas ou mais pessoas – ou ensiná-las a fazê-lo – é a principal missão de quem trabalha com Letras. “A licenciatura ainda é o campo mais tradicional da área, mas esses profissionais podem atuar em diversos outros”, conta Ana Damiani, coordenadora de Letras da Universidade Anhembi Morumbi. “É possível fazer carreira em tradução, editoração, adaptação de textos, agências de publicidade e até mesmo em departamentos de comunicação de empresas privadas.”

O importante, diz Ana, é gosto e conhecimento dos aspectos da língua, como gramática e ortografia. “Não é preciso ter uma base vasta de literatura clássica, mas gostar de ler. E, acima de tudo, ter capacidade de interpretar criticamente a realidade do Brasil e do mundo, até em termos educacionais.” / THAÍS FERRAZ, ESPECIAL PARA O ESTADO

Foto: Ria Puskas/Unsplash.com

‘Educação é caminho de transformação social’

Depoimento de Thaina Souza Farias, que cursa Letras na Universidade Anhembi Morumbi

“O processo de escolha do curso foi um paradoxo, fácil e difícil. Quando saí do ensino médio não tinha certeza do que gostaria de estudar. Sempre gostei de educação, mas ficava com receio de seguir carreira nesta área, principalmente por causa da desvalorização do profissional. Eu gosto de lidar com pessoas, marcar vidas de alguma forma. Uma vez, ouvi de alguém que estamos no mundo para investir e acreditar em pessoas. Para mim, não há área melhor para fazer a diferença do que a licenciatura, seja nas séries iniciais ou no ensino superior.

Na faculdade, fiz estágio remunerado na área da educação infantil. Foi uma experiência enriquecedora. Agora trabalho no ensino médio, onde tenho uma oportunidade única de conhecer o verdadeiro dia a dia de uma escola e confirmar que eu realmente desejo exercer a profissão. A Educação tem inúmeros desafios, mas eu acredito nela. Penso que é fundamental para o desenvolvimento do ser humano e do país. O mercado não está fácil, mas quem ingressa na licenciatura tem convicção de que a educação é o melhor caminho para a transformação social.”

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