Vestibulares

14 de maio de 2019

Humanas, com o uso de ferramentas

Sem deixar de lado a formação humanística e ética, cursos desta área se adaptaram às demandas da atualidade, mas sempre com a preocupação de contextualizar as informações que a tecnologia é capaz de fornecer às pessoas

A tecnologia mudou as relações humanas, políticas, econômicas e sociais – e o estudo delas, por sua vez, não saiu ileso. Para entender e mudar a realidade do País e do mundo, profissionais da área precisam, cada vez mais, lançar mão de ferramentas precisas e adaptadas aos novos tempos. Tudo sem perder o senso crítico, fundamental em Humanas. “Hoje, não basta que um estudante de Economia conheça modelos matemáticos. Ele precisa saber contextualizar aqueles dados”, diz Juliana Inhasz, coordenadora do curso no Insper. Para conceder essa base aos alunos, o curso investe em ampla formação humanística: Pensamento Crítico e Ética, Sociologia e Política, História do Pensamento Econômico e Direito e Economia das Políticas Públicas são algumas das disciplinas.

Para o coordenador do curso de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas (FGV), Renato Ferreira, um bom curso de Humanas precisa estar sempre se renovando, acompanhando novas demandas do mercado e dos próprios alunos. “Os nossos estudantes hoje são muito diversificados, têm aspirações distintas”, conta. Por isso, a FGV aposta em um currículo flexível, em que 40% das disciplinas são eletivas. Para Ferreira, o que não muda é o perfil ideal para o curso: “Buscamos alunos inteligentes, curiosos, com muita vontade de influenciar de modo positivo o mundo”.

Aluna acompanha atividades da aula na FGV (Foto: Divulgação/FGV)

Administração de Empresas e Direito formam, em média, mais de 200 mil alunos por ano. Em um cenário tão competitivo, destaca-se quem lida com qualquer cenário. A experiência em estágios se torna, então, um diferencial. “O aprendizado na prática é fundamental para uma boa formação. Por isso, ter horas de estágio é pré-requisito para se formar”, afirma o coordenador de Direito da Pontifícia Universidade Católica (PUC), Vitor de Andrade. A instituição, segundo ele, oferece estágio em empresas privadas, escritórios de advocacia e órgãos governamentais. / THAÍS FERRAZ, ESPECIAL PARA O ESTADO

‘Formação de bons administradores afetas o País’

Depoimento de Arthur Yamada, que faz Administração na FGV

“No último ano do colegial, tentei entender do que gostava: atualidades, um pouco de Matemática. Pensei em Engenharia, mas achei técnico demais. Percebi que Administração tinha as partes de Humanas e Exatas que me atraíam.

Em uma conversa com professores da FGV, antes de entrar no curso, eles falaram muito sobre ter uma formação diferenciada, sobre a importância de formar bons administradores. Nós vivíamos em um contexto muito forte de corrupção. Gostei dessa proposta, de pensar em como a formação de bons administradores influencia diretamente o País.

A faculdade é feita de momentos diferentes. Você entra pensando ‘vou sair daqui CEO’. Depois vai acalmando os ânimos. Precisei entender o que eu tinha de passar para chegar aonde queria. E as aulas práticas me ajudaram muito nisso.

O mercado de trabalho é bem amplo. Empresas e bancos sempre precisam de administradores. Também vejo muitas portas se abrindo em startups. Vai do perfil de cada um, e pode haver uma surpresa. Eu estou estagiando em uma área (comercial de um banco) que não cogitava no começo. Sem ter experimentado, eu nunca descobriria o quanto gosto dela.”

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