Perfil investigativo, gosto por Ciências e até identificação com a área de Humanas. Essas são algumas das características comuns aos estudantes que optam pela área de Biológicas no ensino superior. “O curso de Medicina é o vestibular mais concorrido do mercado. O jovem que pretende prestá-lo tem de saber equilibrar a vida social com os estudos”, afirma Júlio César Martins Fontes, coordenador do curso no Einstein. “Outra característica fundamental é a disciplina: o aluno que entra de primeira não é uma regra, mas uma exceção. A média é prestar ao menos dois vestibulares antes de conseguir entrar.”
Uma vez na faculdade, o aluno de Medicina precisa estar pronto para receber uma carga volumosa de educação básica: são estudos relativos a Anatomia, Fisiologia, Bioquímica, Biofísica, Microbiologia e Imunologia. “A entrada nas questões relativas à profissão acontece em um segundo momento, mas acompanha o aluno até o fim do curso”, diz Martins.
Coordenadora do curso de Biomedicina da São Camilo, Renata Baida destaca que o perfil do estudante que ruma para a área é bem específico. “É alguém que gosta muito de Biologia, mas não de Botânica. Se interessa pela saúde, mas não tem vontade de cursar Medicina”, explica. Situado entre Biologia, Medicina e Farmácia, o curso exige uma atitude questionadora. “Tem de gostar muito das minúcias, ter vontade de entender todo o corpo humano”, afirma Renata.
Como na Medicina e na Biomedicina, o profissional de Enfermagem tem um escopo muito amplo de atuação, o que significa oportunidades diversas no mercado de trabalho. “Para nós, o profissional ideal é o generalista: tem competência para cuidar de diversas áreas”, conta Maria do Carmo Querido Avelar, coordenadora do curso de Enfermagem da Santa Casa. “Ele deve saber atuar em UTI, reabilitação física, na área das drogas, conhecer terapias complementares de saúde”, afirma. / THAÍS FERRAZ, ESPECIAL PARA O ESTADO
Foto: Louis Reed/Unsplash.com
‘É importante aprender a trabalhar em grupo’
Depoimento de Natália Pilati Matta, que estuda Medicina no Einstein
“Não sei explicar objetivamente porque escolhi Medicina. Foi uma decisão tardia, a menos de um ano do vestibular. Olhando para trás, eu consigo compreender algumas coisas que me influenciaram a optar pelo curso: sempre tive contato com a profissão por meio do meu pai e gostava tanto da parte de Humanas quanto da parte de Ciências. A Medicina engloba tudo isso.
O que me atraiu na instituição de ensino que escolhi foi a importância dada às capacidades críticas dos alunos. Acho que isso é fundamental porque hoje em dia se valoriza muito o conhecimento técnico e científico do vestibulando, mas a parte humana, de saber lidar com as pessoas, nem sempre é considerada tão importante.
Eu acho que o fundamental na faculdade é aprender a trabalhar em grupo e ter a experiência prática. Entender como o conteúdo diário das aulas se aplica à clínica do dia a dia. Além disso, é importante tomar parte em alguma atividade extracurricular. A Medicina é muito ampla e envolve tudo. Por isso, qualquer atividade de socialização pode trazer diferenciais para o profissional no mercado de trabalho.”