Há empresas que, durante ciclos de reestruturação e realocação, precisam de espaços externos para armazenar objetos, como móveis e computadores. Em outros casos, proprietários de apartamentos em reforma buscam opções para deixar o mobiliário em um intervalo de tempo determinado. Seja qual for a situação, crescem opções privativas e flexíveis para aluguel de espaços. Esse negócio é conhecido como self storage. Mas o que é e como funciona este modelo?

Imagine se você pudesse usar a garagem ou depósito do seu prédio para guardar suas coisas sem atrapalhar a rotina? O self storage é um grande armazém dividido em boxes, parecidos com uma garagem, onde pessoas e empresas podem guardar materiais e ter acesso a eles a qualquer momento. Trata-se de um mercado com pouco mais de 20 anos de atividades no Brasil e com expectativa de expansão para os próximos anos. À primeira vista se assemelha aos já conhecidos guarda-móveis, modalidade em que o cliente tem acesso aos bens armazenados somente no início e fim do contrato. Mas as semelhanças param aí: empresas de self storage se distinguem por oferecer espaços para locação mais adequados às particularidades de cada cliente. Segurança, flexibilidade e fácil acesso são alguns dos diferenciais de quem atua neste campo.

Negócio em crescimento

A líder do setor, GuardeAqui, estima que o mercado movimente anualmente de R$ 85 milhões a R$ 100 milhões só na cidade de São Paulo. A empresa, que conta com mais de 120 mil m² somando espaços em 23 unidades distribuídas por São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília, espera alcançar um número entre 45 e 50 unidades até 2021. Para isso, desembolsará R$ 1 bilhão em investimentos. As próximas quatro unidades em São Paulo e no Rio de Janeiro estão perto da inauguração. Todas são desenhadas para contar com áreas para carga e descarga, plataformas gratuitas para movimentação de objetos com conforto, além de acessórios, como carrinhos, para facilitar o transporte interno. “O conceito é muito novo. O desafio que estamos encarando é torná-lo conhecido, pois existe uma possibilidade enorme de crescimento”, afirma Allan Paiotti, presidente da GuardeAqui.

Se antes os locais de armazenamento ficavam afastados das grandes capitais, a lógica agora é que as empresas ofereçam espaços individuais localizados estrategicamente e com contratos mensais, que podem ser interrompidos a qualquer instante, sem burocracia. Assim, o custo médio de locação do espaço fica mais em conta na comparação com outras opções para locação, como salas comerciais.

Localização e fácil acesso

A Associação Paulista de Gestão Pública (APGP), responsável pela gestão administrativa de dois hospitais no interior de São Paulo, buscou o aluguel de espaço pela primeira vez em 2018. O objetivo foi tirar de dentro da associação documentos e arquivos mortos, desocupando salas de toda a papelada. “Definimos pela GuardeAqui por conta da proximidade da unidade de Santo Amaro: são menos de 20 minutos de transporte. Pesou também a facilidade para acessar os espaços sempre que necessário”, conta Valmir Vieira Santos, funcionário do Departamento de Compras.

Cliente há cerca de três meses, a APGP mantém seus documentos organizados em 16 m2 de um dos boxes da GuardeAqui. A ideia de ampliar em alguns metros o tamanho do espaço alugado já passa pela cabeça dos responsáveis. Assim, não tem risco de pilhas de documentos voltarem a se acumular na associação.