As revistas nos presídios paulistas ganharam um forte aliado desde agosto de 2017. Penitenciárias, centros de detenção provisória e centros de progressão penitenciária de grande porte em todo o Estado foram equipados com scanners corporais. A partir de imagens geradas pelo dispositivo, é possível identificar drogas e objetos de maneira rápida e eficiente. O aparelho elimina a necessidade de revistas íntimas e já está disponível em 142 unidades prisionais de São Paulo.

A disseminação dos microcelulares impôs um novo desafio ao sistema carcerário. Com 6 centímetros de comprimento (0,5 centímetro mais que a tampa de uma caneta) e leves como uma esferográfica, esses aparelhos podem ser facilmente escondidos por pessoas que visitam unidades prisionais. Além disso, são principalmente compostos de plástico, passando despercebidos por detectores de metal instalados nas entradas dos presídios.

Atenta ao novo cenário, a Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo conseguiu impedir a entrada de 429 telefones com visitantes em 2017, 240 a mais que em 2016. Trata-se de um salto de 126%. O crescimento foi registrado em todas as regiões do Estado. As apreensões de drogas com visitantes também aumentaram: 4,70%, passando de 575 em 2016 para 602 em 2017.

No caso dos microcelulares, foram feitos ajustes nos portais e bancos detectores de metais dos presídios. Mais sensíveis, os aparelhos conseguem detectar mesmo pequenas quantidades de metal. Além disso, os funcionários perceberam que visitantes usavam diferentes estratégias para esconder telefones: chinelos, fundo falso de sacola de alimentação e barra da calça, por exemplo.

Atualmente, todo o sistema carcerário de São Paulo tem aparelhos de raio-x de menor ou maior porte, além de detectores de metal de alta sensibilidade. Treinados para evitar a entrada de objetos ilícitos nos presídios, agentes de segurança estão em vigilância constante. Revistas periódicas são realizadas nas dependências das penitenciárias.

Sanções

A política da Secretaria da Administração Penitenciária é de tolerância zero com relação à entrada e uso de objetos ilícitos em suas unidades prisionais. Os presos surpreendidos com drogas ou celulares respondem criminalmente pelo ato, sofrem sanções disciplinares e perdem os benefícios conquistados durante o cumprimento da pena.

Visitantes flagrados tentando burlar as regras são automaticamente retirados do rol de visitas e sofrem as medidas penais cabíveis. Agentes públicos que também sejam flagrados são demitidos e processados criminalmente.