Quando envelhecemos, nosso corpo tende a perder massa muscular. Ao praticar exercícios, o idoso evita ou retarda os efeitos desse processo. “Ter músculos ativos está relacionado com a produção de força, que serve para nossas atividades diárias. Isso é essencial para que a pessoa mantenha sua capacidade funcional e sua autonomia”, aponta Sebastião Gobbi, diretor do Conselho Federal de Educação Física (Concef).

Um dos efeitos benéficos associados ao fortalecimento muscular é a diminuição de dores crônicas, como as que acometem aqueles que sofrem com osteoartrose de quadril e joelho. “A prática de atividades torna as articulações mais estáveis e faz com que elas fiquem mais bem acomodadas, o que reduz a intensidade das dores”, afirma Maisa Kairalla, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – Seção São Paulo (SBGG-SP).

Além de trabalhar os músculos, alguns tipos de exercício são capazes de fortalecer os ossos, combatendo doenças como a osteoporose, muito frequente na terceira idade, especialmente entre mulheres. “Os ossos precisam ser estimulados por atividades de impacto para que suas células se renovem com maior frequência. Quando isso é feito, eles se tornam muito mais resistentes a fraturas em caso de quedas”, explica a médica.

Idosos fisicamente ativos têm fluxo sanguíneo cerebral mais intenso, o que garante maior disponibilidade de nutrientes e oxigênio para o órgão. “No caso de doenças como Alzheimer e Parkinson, o uso de medicamente é mandatório, mas os exercícios têm um efeito complementar no tratamento e ajudam a evitar que elas se manifestem”, esclarece Sebastião Gobbi.

A prática de atividades físicas estimula a produção de serotonina e adrenalina, além de aumentar a sensibilidade do organismo a esses neurotransmissores. Isso provoca uma sensação de bem-estar, fator que ajuda a combater a depressão. “O efeito dos exercícios é similar ao uso de medicamente antidepressivos. Além disso, o idoso sai de um quadro de isolamento e desenvolve laços com outras pessoas, cria um suporte social”, aponta o diretor do Concef.

Quando exercitamos o corpo, há um aumento na produção de linfócitos, as nossas células de defesa. Ou seja, a atividade física também é benéfica para nosso sistema imunológico. “O principal efeito é a redução da incidência de infecções, como pneumonia”, diz a especialista em geriatria.

Além de ampliar a imunidade, exercícios também evitam o aparecimento de doenças não transmissíveis, como diabetes e hipertensão. “O idoso ativo tem o coração mais forte e consegue regular melhor a pressão arterial. Em alguns casos, é possível até mesmo reduzir a quantidades de medicamentos para este fim”, afirma Gobbi.

Idosos que fazem atividades físicas têm maior taxa de endorfina no organismo, o que impacta positivamente a memória. “Outro ponto positivo é que os exercícios fortalecem o coração e o sistema circulatório como um todo, reduzindo os riscos de problemas cardiovasculares, como o AVC”, afirma Maisa.

O diretor do Concef destaca um benefício da prática de atividades físicas que apenas recentemente começou a ser alvo de estudos mais detalhados: o aumento na expectativa de vida. “Temos pesquisas que apontam que o idoso fisicamente ativo chega a viver até cinco anos mais do que aqueles que são sedentários.”