Desde 2003, o Brasil conta com uma iniciativa que incentiva pesquisa e produção de conhecimento sobre esporte e lazer. A Rede Cedes, que engloba instituições de ensino superior por todo o país, ajuda a direcionar políticas públicas na área, potencializando o poder transformador da prática de atividades físicas nas comunidades.

Com o objetivo de produzir conhecimento sobre o tema e difundir informações, a rede hoje conta com 27 centros – um em cada Unidade da Federação –, além de abarcar 82 instituições parceiras e 335 pesquisadores. A Rede Cedes possue 100 publicações científicas entre livros e artigos. Atualmente possuem 113 pesquisa em andamento.

Toda a produção é armazenada no Repositório Vitor Marinho, instalado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Ele oferece acesso ao conteúdo digitalizado, facilitando a divulgação de informações sobre esporte e lazer no Brasil.

Eventos científicos também fazem parte da gama de atividades da rede. São importantes para fomentar a produção e possibilitar intercâmbios entre estudantes e pesquisadores da área.

“A proposta é qualificar as políticas públicas de esporte e lazer. Não só o esporte recreativo, mas também promovendo discussões sobre o esporte de rendimento. Temos pesquisas sobre os megaeventos esportivos, como a Olimpíada, e também sobre futebol”, destaca Leila Mirtes, coordenadora científica da rede.

“Nós temos um país muito grande, um país continental, em que essas políticas não tinham uma equidade em cada Estado. A Rede Cedes contribui também para que essa distribuição seja mais homogênea e cubra todo o território nacional”, analisa Marcos Silva, professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador da Rede Cedes no Estado do Rio de Janeiro.

Atendimento à população
Além das pesquisas que enriquecem o conhecimento sobre esporte e lazer, a Rede Cedes também tem braços de atendimento à população. É o que ocorre em Niterói, na Universidade Federal Fluminense (UFF).

Lá, o programa Prev-Quedas movimenta, literalmente, a comunidade. Ele surgiu para estudar fatores de envelhecimento saudável e como a prática de atividades físicas pode auxiliar na prevenção de quedas de idosos. Só que o núcleo da UFF vai além: oferece aulas de atividades como musculação e hidroginástica, tudo integrado à pesquisa. Os alunos atendidos fornecem os dados para a produção do conhecimento.

“São oficinas regulares colocadas à disposição dos idosos a cada necessidade de espaço para produzir novos conhecimentos. Então, se a gente acredita na importância da força, trabalha com exercícios de força e investiga seu impacto. Se acreditamos na importância do trabalho de hidroginástica, então fazemos pesquisa com hidroginástica para ver a melhora da mobilidade articular”, exemplifica Edmundo de Drummond Alves Júnior, coordenador do Prev-Quedas.

“Me sinto ótima, maravilhosa. Dá mais disposição pra gente fazer as coisas. Até a cabeça da gente fica melhor”, comemora Sandra de Oliveira, uma das alunas das oficinas.