Matheus (foto) vivia se envolvendo em brigas. Melissa sofria com crises de ansiedade. Sebastiana precisava controlar o colesterol. Mesmo enfrentando problemas tão distintos, eles encontraram a solução em um mesmo remédio: o esporte. Beneficiados por programas e projetos sociais do Ministério do Esporte, os três contam como tiveram suas vidas transformadas por essas iniciativas.

Antes de começar a praticar jiu-jitsu, o estudante Matheus Dias de Oliveira da Costa, 17 anos, era um garoto “esquentado” e vivia se metendo em confusão. Seu primeiro contato com a arte marcial aconteceu por meio do “Projeto Esporte e Cidadania”, destinado a crianças, adolescentes e jovens — alguns deles em situação de vulnerabilidade social ou em conflito com a lei.

Um dia, por curiosidade, Matheus resolveu assistir a um treino em um dos núcleos do projeto, em Itaboraí, na região metropolitana do Rio de Janeiro, e recebeu um convite para fazer uma aula. Foi paixão fulminante.

“Tem vezes que participo de três treinos no mesmo dia, praticando e também ajudando na aula das crianças. Hoje, as coisas mais importantes para mim são os estudos e o jiu-jitsu”, afirma.

A disciplina e o respeito, princípios básicos do jiu-jitsu, ajudaram o estudante a ter mais equilíbrio no dia a dia. “Desde que eu comecei [no projeto], meu jeito de conviver na sociedade mudou. A minha família viu que fiquei mais calmo e aprendi a ter muito mais paciência e tolerância”, reconhece o garoto, que cursa o ensino médio.

Já a universitária Melissa Rubim, 19 anos, procurou o “Esporte e Cidadania” para tentar controlar sua ansiedade. Também frequentadora do núcleo de Itaboraí, a estudante de administração conheceu a iniciativa por meio de uma amiga. “Eu me matriculei nas aulas de zumba. Foi uma forma de ocupar minha mente, pois eu ficava muito nervosa, especialmente em época de prova”, conta.

A experiência de praticar uma atividade física foi tão prazerosa que ela decidiu também se matricular nas aulas de jiu-jitsu. “Fui por curiosidade e acabei gostando. Os professores são muito atenciosos e fiz várias amizades”, diz a jovem, hoje mais confiante.

Fôlego de menina

Capoeira, pilates, dança, corrida e aeróbica. Não é qualquer um que tem fôlego para praticar tantas atividades numa mesma semana. Mas Sebastiana Martins tira isso de letra. A professora aposentada de 75 anos é uma das beneficiadas do “Programa Vida Saudável”, que além de exercícios físicos para a terceira idade, oferece cultura e lazer, estimulando a convivência social e a formação de lideranças comunitárias.

Sebastiana passou a frequentar o núcleo de Barra Mansa, no sul fluminense, após uma consulta médica. “A cardiologista recomendou a prática de atividades físicas depois de um exame mostrar que o meu colesterol estava alto”, recorda.

Até então, a aposentada fazia apenas caminhada. Dentro do “Vida Saudável”, teve contato com outras possibilidades e percebeu que podia ir bem mais longe. “Vejo pessoas da minha idade enfrentando dificuldades de saúde e sei que me manter ativa ajuda muito. Agora, sinto mais disposição e fico doente com menos frequência”, comemora.