Descer dois ou três pontos de ônibus antes de chegar ao destino e concluir o caminho a pé; encarar aquele lance de escadas em vez de pegar o elevador; deixar o carro em casa e fazer o trajeto para o trabalho de bicicleta. Alguns gestos simples, se transformados em hábitos, já ajudam a afastar os riscos associados ao sedentarismo —obesidade, diabetes, hipertensão são apenas alguns exemplos. Mas se você quiser realmente investir na sua saúde e bem-estar, o caminho é praticar regularmente um esporte ou atividade física. Motivos não faltam.

“Existe uma relação direta entre atividade física e qualidade de vida. Além de impactar a saúde, ela ajuda a melhorar o sono, a concentração, a controlar o peso, a aumentar a disposição e o humor. Também auxilia no funcionamento intestinal e contribui com a regulação hormonal”, enumera Nathali Oliani, médica especializada em nutrologia e medicina do esporte pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Ela explica que o nosso aparelho locomotor “não foi feito para ficar parado” — ou seja, se você quiser evitar que a fatura venha, é recomendável sair da inércia. E, depois, manter-se em movimento ajuda a prevenir uma série de problemas, que vão desde doenças degenerativas a cardiovasculares.

Só que não basta sair “sacolejando o esqueleto” por aí e achar que está tudo resolvido. Para que a atividade física e o esporte não se tornem sinônimo de risco, é fundamental passar por avaliação médica e contar com orientação de um educador físico. “Muitos fazem qualquer tipo de exercício e acabam tendo uma lesão grave. É preciso realizar exames laboratoriais, de imagem e eletrocardiograma, além de consultar especialistas para saber se tem algum tipo de limitação. A partir disso, o educador físico irá montar um plano de atividades de acordo com o que a pessoa está apta a executar”, destaca Nathali.

Cultivar hábitos saudáveis à mesa também é importante. “Dependendo da intensidade da atividade, a alimentação precisa ser direcionada para suprir o gasto energético. Se não houver essa sintonia, é muito provável que a resposta do corpo não seja a esperada”, afirma o preparador físico Felipe Rabelo.

Maioria sedentária
Mas o quanto o devemos nos exercitar? A resposta depende da faixa etária. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que crianças e adolescentes de 5 a 17 anos realizem ao menos 60 minutos de atividade moderada (como caminhar rápido) a vigorosa (corrida, por exemplo) diariamente. Para adultos ou para idosos, o mínimo deve ser de 150 minutos com intensidade moderada ou 75 minutos com intensidade vigorosa por semana.

Apesar dos inúmeros benefícios de ser fisicamente ativo, o grau de sedentarismo no país é alto. Seis em cada dez brasileiros com 15 anos ou mais não praticaram atividades físicas ou esportes entre setembro de 2014 e setembro de 2015, segundo estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério do Esporte, divulgado no ano passado.

Incentivo do governo federal
O Ministério vem investindo em programas e projetos sociais com a finalidade de incentivar a prática esportiva entre pessoas de todas as idades. São mais de dez ações espalhadas por todo o Brasil (Clique aqui e confira).