Rankings
Utilidades e Serviços públicos

Reflexo claro da

economia

Setores como fornecimento de energia, gás e água também são impactados pela retração econômica. O lado bom é que, com isso, não está faltando energia elétrica

Ainda que sejam serviços essenciais, a desaceleração da economia também afeta as concessionárias de energia, água e gás. Com desafios e oportunidades diferentes entre si, as companhias que atuam no setor de utilidades têm o desempenho atrelado à economia do País. Em anos de aceleração, espera-se, por exemplo, um consumo maior de energia, principalmente puxado pela maior demanda da indústria. E, do outro lado da moeda, existe sempre uma queda quando há retração nas atividades.

De acordo com a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), houve retração no consumo industrial de gás natural, principal segmento consumidor do energético, que acumulou queda de 11,6% no primeiro semestre de 2016.  “A redução da demanda tem impactado o faturamento das distribuidoras”, diz Augusto Salomon, presidente-executivo da Abegás.

O mercado de gás encontra-se em um momento de transição, com a Petrobras vendendo ativos relacionados ao setor, como gasodutos de transporte e terminais de GNL (gás natural liquefeito). Com a estatal reduzindo significativamente sua participação no mercado, a Abegás aponta para a necessidade de aperfeiçoamento regulatório, a fim de garantir aos agentes interessados em entrar no mercado uma melhor segurança jurídica e regulatória.

A regulamentação do acesso à infraestrutura de escoamento da produção e unidades de produção de gás natural (UPGNs) é outro ponto destacado pela associação. “A regulamentação incentivará a entrada de novos ofertantes de gás natural no mercado, oferecendo a molécula a preços muito mais competitivos”, ressalta Augusto Salomon.

O principal segmento comprador de gás, o industrial, vem apresentando pequena recuperação nos últimos três meses, embora ainda não tenha retomado o patamar do consumo médio. O mercado de consumidor final está mais aquecido. Reflexo dos investimentos das distribuidoras de gás canalizado na expansão das redes, os consumos residencial e comercial cresceram 11,4% e 4,1%, respectivamente, no primeiro semestre do ano, resultado que deve se manter no segundo semestre e crescer ainda mais em 2017.

Males que vêm para o bem

A demanda por energia elétrica também reduziu com a crise econômica, mas por outro lado a retração evitou problemas como um possível racionamento, tendo em vista o baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas para suportar o período seco, que termina em novembro.

Ao explicar a retração, Alexei Vivan, diretor-presidente da Associação Brasileira de Companhias de Energia Elétrica (ABCE), diz que a crise refletiu na queda de demanda por energia, de confiança e de disposição do investidor, mas que também contribuíram os cenários de insegurança jurídica e de instabilidade regulatória, após a edição da MP 579/2012, que definiu as regras de renovação das concessões de energia elétrica e baixou artificialmente os preços das tarifas. 

A alteração constante e não negociada de regras e a quebra de contratos, como ocorreu com o advento da MP 579/2012, são entraves do setor. “O excesso de intervenção do governo federal no setor elétrico; a lentidão e as indefinições nos processos de licenciamento ambiental; a redução e o encarecimento do crédito são outros”, completa Alexei Vivan.

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Itaipu Binacional

De olho na eficiência

Destaques do setor de buscam aperfeiçoar procedimentos para melhorar o desempenho operacional e expandir capacidade de produção e distribuição

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Usina de itaipu: Atualização tecnológica, aperfeiçoamento de práticas de governança e apoio ao desenvolvimento socioeconômico local são as principais estratégias para o futuro

A Itaipu Binacional teve um ano de recordes de produção de energia e está próxima de atingir sua meta anual de 100 milhões de megawatts-hora (MWh) em 2016. De janeiro até meados de agosto deste ano, a usina produziu 65.261.068 MWh, ante 63.287.145 MWh em 2013, quando a empresa estabeleceu o novo recorde mundial anual, de 98,6 milhões de MWh. “Estes resultados são a consolidação de uma fase iniciada com a implantação das duas últimas unidades geradoras, em 2007, quando o número passou de 18 para 20, aumentando a capacidade instalada de 12.600 para 14.000 MW”, ressalta o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Miguel Samek.

A empresa, criada a partir do tratado assinado entre o Brasil e o Paraguai em 26 de abril de 1973, com a finalidade de realizar o aproveitamento hidrelétrico dos recursos hídricos do Rio Paraná, foi a vencedora do ranking Empresas Mais na categoria de Utilidades e Serviços Públicos. Para Samek, os resultados positivos na geração de energia sucedem um período em que foram aperfeiçoados conceitos aplicados à produção e à produtividade da usina, visando o melhor aproveitamento dos recursos naturais.

“A maturidade empresarial acumulada permitiu o estabelecimento de um modelo sistêmico e sustentável com foco no gerenciamento eficiente da segurança dos trabalhadores e na preservação do meio ambiente. O nível de eficiência produtiva é de quase 100% de aproveitamento da água”, destaca. As principais estratégias da empresa para os próximos anos incluem a atualização tecnológica da usina, aperfeiçoamento das práticas de governança corporativa e apoio ao desenvolvimento socioeconômico na área de influência da usina.

Fontes alternativas

Aumentar a eficiência operacional também tem sido o foco dos investimentos da Cosan – acionista das empresas Comgás, Raízen, Lubrificantes, Radar e Rumo –, segunda colocada no ranking. De acordo com o diretor-presidente, Marcos Lutz, a empresa está colhendo os frutos desse esforço, tendo expandido a rede de distribuição de combustíveis sob a bandeira Shell, o que resultou em crescimento dos volumes de vendas, e também a rede de distribuição de gás natural da Comgás, nos segmentos residencial e comercial, que cresceram 13% e 5%, respectivamente, no primeiro semestre deste ano.

“O crescimento dos volumes aliado à nossa busca incansável por mais eficiência logística explicam a melhora dos resultados neste segmento. Investimos muito na mecanização e aplicação de tecnologia na agricultura, reduzindo custos de produção de açúcar e etanol, e estamos replicando a experiência logística de sucesso na distribuição de combustíveis para tornar a produção e comercialização destes produtos ainda mais eficientes”, diz o diretor-presidente, que acredita que este ano será de crescimento.

Terceira colocada no ranking, a holding CPFL Energia viu sua participação no mercado crescer após a compra da distribuidora gaúcha de eletricidade AES Sul, anunciada em meados deste ano. De acordo com a própria empresa, a CPFL Energia é líder no segmento de distribuição, com 14,3% de market share após a compra da AES Sul. Em geração, é o terceiro maior gerador privado do Brasil e o maior gerador de energia da América Latina a partir de fontes alternativas (solar, eólica, biomassa e PCH), por meio da CPFL Renováveis.   

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O maior e mais completo ranking empresarial do País chega a sua terceira edição ainda melhor.

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