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Queda de investimentos, altos impostos e desafios tecnológicos não permitem comemorações no setor, porém, um longo caminho já foi trilhado

O advento da internet mudou a maneira como as pessoas se comunicam. Se antes o telefone fixo reinava, agora o que vale mais é a velocidade de conexão à rede mundial de computadores e a franquia do pacote de dados. Com mais serviços e aplicações dependentes da rede (as chamadas OTT, na sigla em inglês para over-the-top), cresce o volume de tráfego de dados, exigindo mais da infraestrutura de telecomunicações. “A banda larga (fixa e móvel) é o único segmento que está apresentando crescimento da receita. No celular, existe uma migração de voz para dados, que está levando ao abandono do segundo chip e, assim, há um desligamento massivo do pré-pago. Vemos um crescimento explosivo só em 4G”, diz Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco.

A expansão da telefonia móvel foi a grande responsável pela democratização do acesso à internet. De acordo com a última edição da pesquisa TIC Domicílios, divulgada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), em 2014, 61% dos brasileiros tinham usado a rede mundial. Parte deste sucesso se deve ao alcance das redes móveis – a 3G chega a 4,6 mil municípios, que concentram 96% da população.

No entanto, ainda existem desafios a serem vencidos na massificação do serviço de banda larga, como, por exemplo, reduzir a desigualdade no acesso tanto por classe social quanto por região. A proporção de domicílios com acesso à internet, em 2014, era de 50%, o que correspondia a 32,3 milhões de domicílios em números absolutos. 

Além de expandir geograficamente a infraestrutura para levar a banda larga (principalmente a fixa) a um número maior de municípios, as operadoras também precisam investir constantemente em melhorias na rede para responder à crescente demanda por mais tráfego e conexões mais rápidas. Na implantação de redes, o grande desafio é a alta carga tributária. “As empresas estão investindo nas redes de banda larga, mas é necessária uma diminuição das cargas tributárias e é preciso que recursos dos fundos, como Fust e Fistel, sejam empregados no setor”, completa.

Altos tributos

Da mesma opinião, o presidente-executivo do SindiTelebrasil, Eduardo Levy, aponta que os fundos precisam ser alocados para a finalidade para a qual foram criados e diz que o ICMS vem sendo o grande vilão. “A alta carga tributária é um absurdo. Os maiores ICMS do Brasil estão nos Estados mais pobres. O governo federal faz política de telecom e tende a dar benefícios para colocar celulares onde há a população mais carente. No entanto, o Estado, que não tem responsabilidade sobre essa política, coloca o ICMS mais alto”, explica.

De acordo com a Telebrasil (Associação Brasileira de Telecomunicações), os tributos incidentes sobre os usuários do setor  somaram, no ano passado, R$ 59,8 bilhões, um crescimento de 3,5% em relação a 2014. Só de ICMS foram para aos cofres dos governos estaduais R$ 34,4 bilhões. E esse número deve subir, já que dez Estados reajustaram suas alíquotas em cerca de 20% para serviços de telecomunicações e 17 ampliaram em 50% o ICMS sobre TV por assinatura, como informou a Telebrasil.

Com relação a investimento, no ano passado, as prestadoras de serviços de telecomunicações investiram R$ 28,6 bilhões, uma queda de 9% em comparação a 2014, em razão das grandes dificuldades de ordem econômica, tributária e regulatória. O montante foi direcionado especialmente à expansão de infraestrutura, à ampliação de cobertura e à melhoria da qualidade dos serviços. O setor fechou o ano passado com receita bruta de R$ 233,7 bilhões, uma pequena redução em relação aos R$ 235,7 bilhões de 2014.

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VIVO

O desafio da diferenciação

Vivo e TIM apostam em análise de big data para melhorar a experiência e o atendimento ao cliente

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Empresa Única: Um ano após a aquisição da GVT, a Vivo conseguiu ter suas operações totalmente integradas

Todas as operadoras de telecomunicações são iguais – quem nunca disse ou ouviu esta frase? Para combater este imaginário, as empresas trabalham para se diferenciar, uma tarefa árdua diante de um cenário que exige ajustar a oferta para caber no bolso do consumidor e seguir fazendo investimentos na infraestrutura para suportar o constante aumento da demanda por mais banda larga.

Um dos grandes desafios da Vivo, ganhadora na categoria Telecom do ranking Empresas Mais no último ano, foi integrar a GVT, cuja aquisição foi concluída em maio de 2015. “Um ano depois da aquisição, somos uma empresa totalmente integrada, com uma rede única, uma marca única, um único portfólio de produtos e uma única organização”, diz o CEO da Vivo, Amos Genish. No ano passado, a companhia investiu R$ 8,3 bilhões, destinados principalmente a expandir as redes móvel e fixa.

Além disso, a subsidiária brasileira da gigante de telecomunicações espanhola Telefônica está levando a cabo iniciativas para melhorar a eficiência e reduzir desperdícios, além das sinergias decorrentes da integração da GVT. Juntas, tais medidas contribuíram para a margem Ebitda atingir 31,4% no segundo trimestre de 2016, 1,8 ponto percentual acima do mesmo período em 2015. A crise econômica, como reconhece o CEO, tem gerado impacto no segmento pré-pago e no mercado empresarial. “Encaramos esta situação como temporária. Temos convicção do potencial de mercado brasileiro e não alteramos os nossos planos de investimentos”, diz Amos Genish, completando que a Vivo tem três prioridades fundamentais: fortalecer o foco no cliente, consolidar o modelo de negócios e construir uma cultura de alto desempenho.

Segunda no ranking, a Claro divulgou em seu relatório de resultados do segundo semestre deste ano que “está sendo bem-sucedida no crescimento da base de serviços móveis pós-pagos. No segmento mais rentável – o pós-voz, segmento que contempla as vendas de planos com smartphones – a Claro vem liderando as adições líquidas e ganhando participação em 2016, tendo atingido 623,5 mil adições líquidas no primeiro semestre.”

A TIM Brasil, que ficou em terceiro lugar no ranking, usa também análise de big data para aprimorar a rede, observando o comportamento do consumidor e incrementando a cobertura e capacidade de rede onde houver maior demanda de dados. “O big data da TIM recebe um total de 6 bilhões de registros e dados de 400 mil atendimentos de call center por dia. Esta análise nos permite otimizar a rede, estreitar o relacionamento com o consumidor e aumentar a eficiência operacional”, explica Luis Minoru Shibata, CSO (diretor de estratégia) da TIM Brasil.

Dados substituem voz

Para combater a impressão de que todas as operadoras são iguais, a TIM Brasil apostou em um reposicionamento no mercado, com mudança da marca e da assinatura. “O novo conceito ‘Evoluir é fazer diferente’ resgata toda a história da TIM”, diz Shibata. O CSO destaca o avanço na oferta de 4G, passando de 411 cidades, no fim de 2015, para 579 cidades no segundo trimestre deste ano. “Este crescimento foi sustentado pelo nosso Plano de Eficiência, o que causou a expansão da margem Ebitda para 31% em 2015 (em comparação a 28% em 2014), enquanto os investimentos (Capex) totalizaram R$ 4,7 bilhões, superando o crescimento esperado em infraestrutura.”

Entre os desafios, a TIM está lidando com a queda na base de usuários, fato que ocorre pela primeira vez após anos de crescimento contínuo. Na avaliação de Shibata, isto se deve à transformação do mercado, que passa por uma fase de grande crescimento do uso de dados e redução do uso de voz, causando uma onda de migração para a comunicação via aplicativos de mensagens. “O usuário não vê a necessidade de ter mais de um chip e cresceu o volume de cancelamentos, principalmente, no segmento pré-pago.”

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O maior e mais completo ranking empresarial do País chega a sua terceira edição ainda melhor.

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