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Os desafios do setor de educação no Brasil foram agravados pela crise econômica, com aumento da evasão e da inadimplência

Atingir a meta do Plano Nacional da Educação Superior, criar novos mecanismos para financiar os jovens em uma graduação, além de inserir os jovens da classe C no ensino técnico e na faculdade são alguns dos muitos desafios da educação brasileira. Pesquisa divulgada pelo Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp), em março, com o Instituto Data Popular mostrou que 47% das pessoas com ensino médio completo desejam ingressar em um curso superior, o que representa aproximadamente 20 milhões de potenciais alunos universitários.

De acordo com dados do Semesp, em 2014 havia cerca de 7,8 milhões de alunos matriculados no ensino superior. Desses, 6,5 milhões em cursos presenciais (83%) e 1,3 milhão em cursos a distância (17%), sendo que 75% das matrículas estão concentradas na rede privada (5,9 milhões). Esses dados são os mais recentes do setor. Mas, segundo projeções do sindicato, “a perspectiva é de redução de 3,6% no total de matrículas em cursos de graduação na rede privada em 2015, que pode ter sido estimulada pela crise macroeconômica e política, pelo corte de recursos do financiamento estudantil do Governo Federal, o Fies, ocorrido no final de 2014, e também pela queda acentuada no número de contratos novos em 2015”, explica Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp.

Segundo ele, em 2016 o número de matrículas deve se manter estável com relação a 2015. Já nos cursos de educação a distância percebe-se uma tendência de crescimento em torno de 13,1% na rede privada, em 2015. Para 2016, o número total de matrículas nos cursos EAD deve ter um aumento de 9%.

Merece destaque, segundo Benjamin Ribeiro da Silva, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de São Paulo (Sieeesp), o fato de que, no Estado de São Paulo, o número de alunos saltou de 1,2 milhão para 2,3 milhões nos últimos dez anos, sendo que o maior crescimento foi nas periferias das cidades. “As escolas que atendem às faixas C e D correspondem a 60% do total de escolas no Estado. E essa classe média nova, aquela que paga entre R$ 700 e R$ 1.200 a mensalidade, é a mais atingida pela crise”, afirma Ribeiro da Silva.

Falando em crise, em julho, foi divulgada a 10ª Pesquisa de Inadimplência com as instituições de ensino superior privadas, que apontou que a inadimplência aumentou 12,9% em 2015, em relação ao ano anterior. O levantamento registrou um índice de 8,8% para as mensalidades com atraso acima de 90 dias e mostrou que as instituições de pequeno porte, com até 2 mil alunos, são as que mais sofrem com a inadimplência, com um índice de 10,4% no período. A taxa é a maior desde 2010, quando a inadimplência do setor atingiu 9,6%. As pequenas instituições, que representam 67% do setor no País, enfrentam maiores dificuldades em oferecer descontos, bolsas ou crédito estudantil próprio porque têm menos capital de giro.

A pesquisa feita pelo Semesp em conjunto com o Instituto Data Popular mostrou ainda que os cursos tecnológicos são pouco conhecidos, especialmente entre o público de maior idade, e tendem a ser confundidos com cursos técnicos. Ou seja, a desinformação é o principal entrave para que a graduação tecnológica seja valorizada como alternativa de ensino. “Temos de ampliar o nível de conhecimento sobre esse tipo de curso e reforçar que se trata de uma modalidade de ensino superior com a vantagem de ser um curso de menor duração”, diz Capelato.

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Ampliar acesso é fundamental

A despeito da crise econômica, instituições de ensino têm crescido, provando que estudar é prioridade para brasileiro

ENSINO SUPERIOR EM ALTA: Campus da Universidade da Amazônia (Unama), em Belém do Pará

Em primeiro lugar na categoria Educação, o Ser Educacional tem 13 anos no mercado de ensino superior brasileiro. Hoje, por meio de seis marcas, atende cerca de 152 mil alunos e oferece 915 opções de cursos técnicos, de graduação, pós-graduação, mestrado e doutorado. Janguiê Diniz, fundador e presidente do conselho de administração do Ser Educacional, vê o destaque obtido como reflexo de uma série de fatores que considera ser uma proposta única de valor para os alunos, que inclui qualidade de ensino dos cursos, equipe e infraestrutura, localização privilegiada e preços acessíveis. “Somos um grupo que tem um modelo de gestão com perfil operacional enxuto, organizado e focado”, afirma Diniz.

Em 2015, auge da crise econômica e com os cortes do financiamento público, a empresa focou na melhoria da eficiência interna e de relacionamento com os alunos, criando novos canais de comunicação e ferramentas de captação e retenção dos estudantes, e alcançou um crescimento de base total de 9,5% em relação ao ano anterior. “O principal entrave está no cenário macroeconômico. O real fundamento do crescimento do ensino superior no Brasil se mantém: a baixa penetração do mercado, sendo uma das menores da América Latina, hoje em torno de 17%. O Plano Nacional de Educação (PNE) prevê uma taxa de 33% até 2024. A recuperação da economia deverá impulsionar o crescimento do mercado e as instituições de ensino serão muito beneficiadas”, acredita.

“O nosso segredo são as pessoas: somos um grupo formado por educadores apaixonados por educar”, diz Carlos Lazar, diretor de relações institucionais da Kroton, segunda colocada no ranking, quando perguntado como a instituição atingiu tal colocação. E elenca alguns outros fatores: ferramentas robustas de gestão, cultura organizacional clara, processo orçamentário sedimentado, escritório de gestão de projetos que gerencia a mudança com metodologias adequadas, modelos de gestão da rotina que garantem a eficiência e elevado nível de governança corporativa.

Em 2015, a Kroton teve resultados positivos e registrou lucro líquido de R$ 1,39 bilhão, um aumento de 39,5% na comparação com 2014. Como exemplo de iniciativa que contribuiu para a companhia alcançar este resultado Lazar destaca o projeto de strategic sourcing, com três ondas de implementação, que foi iniciado em 2015. O projeto incluiu a revisão de contratos de cerca de 80 categorias diferentes de custos e despesas, resultando em uma economia expressiva dos gastos.

PESQUISA E DESENVOLVIMENTO

“A despeito da crise que vive o País, o Mackenzie não deixou de crescer. De 2015 para 2016, a quantidade de alunos dos colégios aumentou 13%. Abrimos uma nova unidade de educação básica na cidade de Palmas (TO). No ensino superior, contrastando com a queda observada no segmento, também crescemos. No total, saltamos de 44.200 alunos em 2015, para 45.400 em 2016”, diz José Inácio Ramos, presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM), mantenedora dos colégios, faculdades e da Universidade Presbiteriana Mackenzie, que ficou em terceiro lugar na categoria.

Em 2017, será aberta uma unidade da faculdade em Brasília e no campus de São Paulo será construído um novo prédio capaz de abrigar mais 3,5 mil alunos. “Além disso, temos o objetivo de abrir em torno de 20 colégios num horizonte de uma década e meia”, revela Ramos. Para ele, o que diferencia a instituição é sua dedicação profunda à pesquisa. Em 2016, foi inaugurado o MackGraphe, um centro de estudos do Grafeno, nanomateriais e nanotecnologia, que é único na América Latina. “Estamos trabalhando para transformar este projeto tecnológico de ponta em ações ligadas diretamente com nossa indústria, de modo a gerar patentes e uma revolução na tecnologia brasileira ligada ao tema”, complementa.

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