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Bancos

Cada vez mais

digital

Os motores de evolução do setor continuam sendo a crescente taxa de bancarização e as facilidades tecnológicas para uso de internet e mobile banking

Mesmo em um cenário de crise econômica, os maiores bancos brasileiros seguem apresentando resultados positivos, ainda que com lucro líquido um pouco mais baixo em relação a 2015. Os desafios das instituições financeiras têm sido na direção tanto de expandir a bancarização como de se tornar mais digitais. A pesquisa mais recente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) de Tecnologia Bancária mostrou que os canais na internet e nos dispositivos móveis estão em consolidação no Brasil, com as transações nesses meios ultrapassando mais de 50% do total. Além disso, em 2015, a taxa de bancarização dos brasileiros chegou a 89,6% – ante aos 87% no ano anterior.

Participaram da pesquisa 17 bancos brasileiros ou com atuação no Brasil, que representam 93% dos ativos da indústria bancária no País. De acordo com a Febraban, em 2015, os dispositivos móveis – batizados de mobile banking – assumiram a posição de segundo canal preferido dos brasileiros. Foram 11,2 bilhões de transações bancárias, um crescimento de 138% em relação a 2014, quando 4,7 bilhões de operações foram feitas por esse meio. O marco retrata não apenas o avanço de um novo canal, mas o início de uma nova natureza de relacionamento entre os consumidores e suas instituições bancárias. Na liderança, ainda está o internet banking, com 17,7 bilhões de transações realizadas em 2015.

No segmento dos bancos de médio e pequeno portes (BMP), a Associação Brasileira de Bancos (ABBC) aponta que, nos últimos anos, eles sofreram uma gradual desaceleração do ritmo de crescimento das operações de crédito, acompanhando o desaquecimento da economia e o elevado grau de incerteza. A ABBC classifica de BMP – bancos médios e pequenos – instituições financeiras com Patrimônio de Referência Nível 1 (PR1) inferior a R$ 3,5 bilhões.

“Aliada à desaceleração, houve uma perda de participação de mercado dos BMPs nas operações de crédito do sistema bancário, motivada principalmente pela atuação mais agressiva dos bancos públicos. Entretanto, observa-se nos últimos trimestres uma acomodação deste indicador”, pontua Everton Gonçalves, superintendente de assessoria econômica da ABBC.

No entanto, já despontam sinais favoráveis para o mercado de crédito, como a queda da taxa de inadimplência e a redução na taxa média dos empréstimos. “O comportamento mais positivo dos indicadores relativos aos sentimentos de confiança das empresas e consumidores, conquanto não assegure a reversão às condições de crédito, constitui-se, sem dúvidas, importante indutor para um quadro mais positivo”, salienta.

A ABBC aponta que há uma recuperação gradual nas condições da economia, com evidências mais efetivas da convergência da inflação para o centro da meta, o que viabilizará a redução da taxa básica de juros ainda no segundo semestre. “Bem provisionados, sólidos e capitalizados, os BMPs dispõem de uma capacidade elevada para suportar choques adversos”, frisou Gonçalves.

Para ele, um dos principais desafios para os BMPs, cuja sua natureza básica tem sido a concessão de crédito, é manter sua busca por especialização em setores não focados pelos grandes bancos de varejo. “Historicamente, essa estratégia tem se mostrado eficaz para superar os desafios impostos pela concorrência e as pressões da concentração bancária.”

Para o professor da Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV/EPGE) Luis Braido, 2016 será um ano morno, com provável queda no patamar de lucros do setor bancário. “Por um lado, os juros bancários estão bem altos e não existe muita competição no setor de crédito, porém, há redução na contratação de novos créditos e aumento na inadimplência, que é a principal força geradora de prejuízos”, ressaltou.

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caixa

Bancarizar e digitalizar

Oferecer aos clientes um amplo portfólio de serviços pela internet, usando celulares, tablets e computadores, tem sido uma das principais estratégias dos bancos

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Vem pra caixa: O banco atua na inclusão financeira de brasileiros de baixa renda por meio do acesso à conta corrente e ao crédito

Seja qual for a instituição financeira, tornar-se cada vez mais digital tem sido uma meta perseguida nos últimos anos. Neste sentido, os bancos brasileiros evoluíram bastante e já permitem a execução de diversos serviços por meio de celulares, tablets e computadores. Além disso, incluir mais cidadãos, especialmente os de classes sociais mais baixas, no sistema bancário permanece como um desafio a ser vencido pelas empresas do setor.

O presidente da Caixa, Gilberto Occhi, afirma que nos últimos anos a instituição tem atuado fortemente na inclusão financeira dos brasileiros de baixa renda por meio do acesso à conta corrente e ao crédito e investido em ferramentas para facilitar o relacionamento com os clientes e seu acesso aos serviços, principalmente via internet e plataformas móveis. Ganhadora na categoria Bancos do estudo Empresas Mais, a Caixa alcançou 82,9 milhões de correntistas e poupadores em 2015, ano em que teve lucro de R$ 7,2 bilhões, evolução de 0,9% em relação a 2014. Segundo Occhi, os fatores que mais influenciaram esses números foram o crescimento de 44,9% no resultado de títulos, valores mobiliários e derivativos, e o aumento de 30,5% das receitas de operações de crédito em comparação a 2014.

Para os próximos anos, os projetos incluem a criação de uma empresa de cartões, de seguros e de loteria instantânea, além da continuidade da digitalização dos processos, especialmente no que tange à agilidade de prestação de serviços e à oferta de produtos ao cliente. “Todas as iniciativas estão alinhadas com a nossa missão de atuar na promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável do País, como instituição financeira, agente das políticas públicas e parceira do Estado”, diz.

Mais ligado ao setor produtivo brasileiro, principalmente o agrícola, o Banco do Brasil (BB), segundo colocado no ranking, registrou em 2015 lucro líquido de R$ 14,4 bilhões, 28% superior ao apurado no ano anterior. “Este desempenho veio acompanhado do apoio a diversos segmentos da economia, fazendo com que nossa carteira de crédito totalizasse R$ 814,8 bilhões, crescimento de 6,9% sobre o ano anterior e com 21% de participação de mercado”, destaca o presidente do BB, Paulo Rogério Caffarelli. 

Para o executivo, no entanto, o que distinguiu a gestão do BB no ano passado foi a estratégia digital. “A era digital mudou a maneira pela qual os bancos realizam negócios. O Banco do Brasil respondeu a este cenário de forma ousada, abrindo mais de cem escritórios digitais, com o objetivo de oferecer uma experiência de vanguarda”, diz. A estratégia já deu retorno ao BB: de acordo com Caffarelli, houve um aumento médio de 40% na margem de contribuição dos clientes encarteirados nos escritórios digitais. Além disso, no fim de dezembro, o canal móvel contabilizava quase 7 milhões de clientes cadastrados, um crescimento de 57% sobre 2014.

Acompanhar a evolução tecnológica é parte fundamental do Itaú Unibanco e está no alicerce das estratégias da instituição, como ressalta Roberto Setubal, presidente do banco que também se destaca no estudo Empresas Mais. “O mundo digital traz oportunidades importantes e estamos muito focados nisso. Cada vez mais, os clientes estão se servindo dos meios digitais”, diz, acrescentando que a mudança dos canais exige uma transformação interna para que o banco, por dentro, também seja digital. “É um processo que não acontece da noite para o dia, ele vai se desenvolvendo ao longo dos anos e quem dita o ritmo são os clientes. Vamos calibrando pelas demandas deles”, pondera.

Nesta jornada, alguns obstáculos estão sendo superados, como o aumento de penetração de smartphones e de banda larga, e também entraves regulatórios. Setubal relata que foi uma conquista para o setor a mudança na legislação que permite a abertura de contas 100% via internet. Antes o Banco Central exigia que o cliente fosse à agência. “Isso vai trazer outra etapa na competição bancária, porque facilita a portabilidade de um banco para outro”, explica. O Itaú lançou o aplicativo “Abreconta” para ofertar o serviço.   

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