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Especial governança

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Como foram definidas as empresas com maior nível de governança, a partir da Teoria da Avaliação

Diferentemente do que aconteceu em áreas como finanças, vendas e produção, por exemplo, a governança corporativa não dispõe de indicadores quantitativos que permitam identificar seu nível de sucesso ou insucesso. Como alternativa, a Avaliação da Governança Corporativa Empresas Mais utilizou a Teoria da Avaliação como base para o estabelecimento de uma nota que traduzisse o nível de excelência em governança corporativa para as empresas pesquisadas.

A metodologia teve por objetivo avaliar a aplicação da disciplina de governança corporativa pelas organizações segundo as melhores práticas de mercado, tendo como referências o padrão internacional de Governança e o Código de Melhores Práticas de Governança Corporativa do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).

De acordo com o instituto, uma boa governança deve atender aos princípios básicos de transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa. “A eficácia desses princípios, por sua vez, depende do nível de atendimento a seis temas alavancadores dos resultados decorrentes de seu atendimento e sua implementação”, detalha o professor Sérgio Assis, coordenador de projetos da Fundação Instituto de Administração (FIA), responsável pela avaliação. Os seis temas são: Propriedade; Conselho de Administração; Gestão Empresarial; Auditoria Independente; Conselho Fiscal; e Conduta e Ética.

A metodologia utilizada para a identificação das empresas que adotam as melhores práticas de governança corporativa utiliza-se dos seguintes componentes básicos:

1

O entendimento do macrossistema de Governança Corporativa;

2

Um elenco de temas que contemplam os quatro princípios básicos da Governança;

3

Um conjunto de 60 melhores práticas consubstanciadas em evidências que abrangem o espectro dos temas considerados;

4

Afirmações sobre a aderência da situação dos processos de governança da empresa no que diz respeito às 60 melhores práticas;

5

Autoavaliação do nível de aderência de cada afirmação à realidade da organização;

6

Um sistema informatizado disponítvel na WEB para suportar o processo de autoavaliação de cada participante;

7

Um elenco de produtos a serem disponibilizados para as empresas participantes.

Para cada um dos temas e seus respectivos processos, foram definidas evidências concretizadas em afirmações unitárias, cada uma delas abordando um aspecto considerado como uma melhor prática para que o tema alcance seu objetivo. Ao todo, a avaliação trouxe 60 afirmações. Às empresas avaliadas coube responder qual o seu nível real de aderência às melhores práticas – ou afirmações –, sendo as opções “Concordo plenamente com a afirmação”, “Concordo parcialmente com a afirmação”, “Discordo parcialmente da afirmação” e “Discordo totalmente da afirmação” ou ainda a alternativa “Não se aplica ou Processo inexistente”.

A pesquisa atribuiu uma nota específica para cada resposta, chegando a um grau final, que determinou o nível de excelência em governança corporativa de cada organização.

Quem participou

Foram selecionadas 40 empresas dentro do ranking Empresas Mais 2016 e, a partir das respostas recebidas, dez delas foram selecionadas como os destaques em Governança Corporativa.

O que elas têm em comum

As empresas líderes têm em comum boas práticas que ajudam a aplicar os princípios da governança corporativa, assegurando:

Transparência: Disponibilização às partes interessadas de informações impostas por leis, relacionadas a desempenho econômico-financeiro e que norteiem a ação gerencial da organização;

Prestação de contas por agentes de governança: Devem prestar contas de maneira clara sobre sua atuação;

Equidade: Tratamento justo de todos os sócios, colaboradores e stakeholders;

Responsabilidade corporativa: Agentes devem zelar pela saúde econômico-financeira da empresa, reduzindo e mitigando riscos e considerando questões financeiras, de conhecimento, sociais, ambientais, etc.

A pesquisa Empresas Mais revela as dez companhias que melhor adotam as boas práticas e os princípios de governança corporativa com olho na sustentabilidade dos negócios

A governança corporativa vem ganhando cada vez mais atenção de gestores e stakeholders de organizações de todos os tipos, independentemente de suas estruturas de capital, seu controle ou sua área de atuação. O motivo? As boas práticas de governança corporativa assumem papel vital para as empresas à medida que influenciam diretamente resultados e, mais importante, podem ajudar a garantir a longevidade dos negócios. De fato, as empresas que apresentam as melhores margens de lucro, altos índices de satisfação de clientes e maior reconhecimento do mercado destacam-se também pela elevada aderência às melhores práticas de governança corporativa. E isso é o que comprova a primeira edição da Avaliação da Governança Corporativa Empresas Mais, realizada pela Fundação Instituto de Administração (FIA).

O levantamento apontou empresas como Cielo, Copersucar, Embraer e Lojas Renner, destaques em suas categorias no ranking Empresas Mais, entre as líderes também em governança corporativa. “Entre as empresas analisadas, essas companhias tiveram notas superiores a 90 [em uma escala de 0 a 100]”, afirma o professor Sérgio Assis, coordenador de projetos da FIA. “A avaliação está baseada nas melhores práticas estabelecidas pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) que, por sua vez, apoia suas premissas em princípios básicos universais de governança corporativa. Isso significa que elas se sairiam bem no Brasil ou em qualquer lugar do mundo”, diz.

Marta Viegas, membro do conselho de administração do IBGC, engrossa o coro: “Ética, transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa são princípios universais. Ou a empresa tem, ou não tem”. A especialista afirma que a governança corporativa é feita de uma série de princípios e regras que tornam a companhia mais transparente, mais justa e mais eficiente em termos de alocação de seus recursos. “As boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua longevidade e o bem comum”, resume. Para Marta, o nível de adoção de boas práticas de governança corporativa está diretamente ligado aos resultados da empresa e sua longevidade. Segundo ela, as regras de governança corporativa permitem aumentar o nível de confiança que o mercado e as pessoas – interna e externamente – têm em uma companhia. “Quanto maior a confiança, menor o custo de capital e maior o acesso a recursos externos”, avalia.

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Para Márcia Sato, diretora jurídica da Embraer, uma das empresas líderes em governança corporativa no Brasil de acordo com a avaliação Empresas Mais, não fossem as boas práticas adotadas pela Embraer, certamente a companhia teria mais dificuldade para alcançar os resultados que registra e, mais ainda, para estabelecer a sua marca de forma tão positiva. “Muitos fundos de investimento e clientes de diversos perfis têm restrições a estabelecer negócios com empresas que não estejam listadas em carteiras que endossem essas boas práticas. Da mesma forma, a concessão de crédito traz valores diferenciados para as empresas com melhores práticas”, exemplifica Márcia. “O ambiente de negócios, enfim, fica mais favorável como um todo.”

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Na visão da executiva da Embraer, as boas práticas de governança corporativa surgiram para assegurar que as decisões e os comportamentos dos executivos estivessem de acordo com o interesse dos acionistas, podendo, inclusive, garantir a longevidade de uma organização. “A adoção dos princípios e boas práticas de governança aumenta a visibilidade e transparência da gestão, amplia o controle e diminui os riscos em relação aos negócios, evitando erros estratégicos e abusos de poder, mitigando o risco de fraudes”, afirma Márcia.

Rômulo Dias, presidente da Cielo, que também aparece entre as empresas líderes no ranking de Governança Corporativa Empresas Mais, afirma que, embora não haja uma fórmula pronta capaz de assegurar a longevidade e o sucesso da empresa, algumas premissas são incondicionais para a consistência de um negócio. “Da boa governança derivam a reputação, a credibilidade, o valor da marca perante os seus públicos e muitos outros ativos intangíveis. Valores como transparência e ética em todas as relações são essenciais para a sustentabilidade de qualquer negócio”, avalia Dias. “Na Cielo, além de sermos guardiões desses valores corporativos e de perseguirmos a consistência na forma como conduzimos o negócio, buscamos constantemente adotar as melhores práticas para equilibrar direitos, poderes, obrigações e responsabilidades entre todos os nossos públicos.”

Dias revela que a otimização de seu sistema de governança é um dos caminhos que a Cielo percorre para alcançar maior eficiência e valorização da sua marca, mantendo elevado o nível de confiança dos stakeholders. “Quando existe domínio dessa equação, a tendência é que o fluxo de trabalho se torne mais fluido, o negócio esteja mais preparado para enfrentar períodos críticos, os resultados sejam mais favoráveis e duradouros.”

Valorização das ações

Em seus 11 anos como corporação, a Lojas Renner, que também aparece entre os destaques em governança corporativa na pesquisa Empresas Mais, viu suas ações valorizarem mais de 1.600%. O resultado positivo, na visão de Laurence Gomes, CFO da companhia, se deve em boa parte à boa governança. “Entendemos que é difícil mensurar isoladamente os benefícios de uma boa governança, no entanto, nosso histórico mostra que empresas transparentes e com informações consistentes são reconhecidas pelo mercado por meio da valorização de suas ações”, afirma. “Com certeza, as boas práticas de governança corporativa que temos ajudam a companhia a alcançar os resultados obtidos, bem como manter a imagem que temos junto aos nossos clientes, acionistas, colaboradores e todos os nossos públicos de interesse. A forma de gerir a empresa, contando com um Conselho multidisciplinar e independente, suportado por diversos comitês, também garante aos acionistas a certeza da correta alocação dos recursos e a tomada de decisão consciente.”

Para os especialistas, carisma e boas políticas de marketing podem até ajudar uma empresa a atingir bons resultados, mas o sucesso tende a não se sustentar no longo prazo. “Ao estabelecer e colocar em prática os princípios da governança corporativa, uma organização estrutura uma dinâmica eficiente para boas tomadas de decisões, incluindo aquelas relacionadas a riscos ambientais, além dos demais fatores de negócio que asseguram a sustentabilidade de um negócio no longo prazo”, afirma Marta, do IBGC. “Caso contrário, ela fica sujeita a riscos que não consegue prever ou, com o passar do tempo, perde a competição para aquelas que estabeleceram estratégias eficientes de longo prazo”, finalizam destacando, porém, que as práticas de governança devem ser continuamente revistas, aprimoradas e atualizadas.

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O maior e mais completo ranking empresarial do País chega a sua terceira edição ainda melhor.

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