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Organizações resilientes tomam a frente na reinvenção dos negócios; estudo da Deloitte identificou o que elas têm em comum

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22 de fevereiro de 2021

Um bom planejamento e o investimento antecipado em ações de transformação digital podem ser considerados fundamentais para um excelente desenvolvimento dos negócios. A pandemia acelerou ainda mais a chamada “era da disruptura”: a crise global da covid-19 chamou a atenção para a necessidade de as organizações estarem preparadas para se reinventar diante dos desafios e serem flexíveis o suficiente para adaptar rapidamente seus modelos de atuação.

A palavra-chave do momento é “resiliência” – o segredo para a retomada está na capacidade de lidar bem com problemas e adaptar-se a mudanças, ultrapassando os obstáculos. Para entender como as empresas vêm lidando com esse período turbulento, a Deloitte conduziu um estudo chamado “Global Resilience Report 2021: A construção de uma organização resiliente”, lançado em janeiro de 2021 no Fórum Econômico Mundial.

Uma visão otimista

Foram entrevistados 2.260 executivos tomadores de decisão (C-Level) de 21 países – incluindo 133 entrevistados do Brasil –, representando seis diferentes setores da economia. A principal conclusão do estudo foi que, na visão dos executivos de negócios, o novo cenário trazido pela pandemia veio para ficar. A boa notícia é que, de maneira geral, os respondentes brasileiros estão mais confiantes do que seus pares em outras partes do mundo.

“Os executivos brasileiros se sentem mais preparados do que a média global para liderar suas organizações diante das incertezas ou interrupções que possam surgir”, afirma Anselmo Bonservizzi, sócio-líder de Risk Advisory e de ESG (Environmental, Social and Corporate Governance) da Deloitte.

O estudo mostrou que 56% dos entrevistados no Brasil se sentem otimistas em assumir esses desafios; e 49% consideram que as empresas poderiam se adaptar rapidamente a qualquer questão diferente que venha a surgir no campo dos negócios. Por outro lado, no restante do mundo, 66% dos executivos admitiram que ainda não se sentem completamente preparados para liderar neste novo cenário; e 70% também não expressaram total confiança em suas organizações para se adaptar às dificuldades dos novos tempos.

“O fato de nossos executivos se enxergarem como mais preparados e confiantes do que a média global reflete, de modo geral, um senso de adaptação mais rápida dos brasileiros às situações de crise”, analisa Anselmo. Ele alerta, porém, ser importante estarmos atentos à dimensão e à profundidade das transformações dos desafios atuais, que vão exigir ainda muita capacidade de resiliência das organizações no Brasil.

O que as organizações resilientes têm em comum

O estudo identificou cinco atributos comuns das organizações resilientes. “As empresas com mais chance de se recuperar de desafios inesperados normalmente são preparadas, adaptáveis, colaborativas, confiantes e responsáveis”, explica Anselmo.

No quesito preparação, é importante dar atenção a ações de curto e longo prazo, e a maioria dos executivos que respondeu à pesquisa (85%) avalia que se saiu bem em relação aos eventos de 2020.

Na questão adaptação, as empresas que adotaram a flexibilidade na gestão do trabalho se saíram muito melhor. Já a colaboração foi importante, de acordo com os executivos, para a tomada de decisões, a mitigação de riscos e a incorporação de inovação (para duas a cada três organizações). Manter a confiabilidade entre os times também foi considerado essencial, embora mais de um a cada três respondentes tenha avaliado que houve dificuldades para manter a confiança entre líderes e funcionários.

Por fim, 87% dos executivos avaliaram positivamente sua própria atuação no atributo da responsabilidade em permitir as adaptações rapidamente e atender às necessidades das equipes.

Compromissos com ESG

Um dos pontos mais importantes para pavimentar um caminho seguro para o futuro e a recuperação dos negócios, também levantado pela pesquisa junto das organizações participantes, foi o compromisso com ESG, em relação a temas sociais, ambientais e de sustentabilidade. Entre os participantes brasileiros, 74% disseram que têm se saído bem ao demonstrar compromisso com uma cultura ESG transparente, enquanto a média global foi de 69%.

Em relação ao desempenho de suas organizações nos compromissos sociais, 47% dos executivos brasileiros disseram que se saíram muito bem e 22% consideram seu desempenho bom, frente a médias globais de 29% e 32%, respectivamente. No que se refere ao cumprimento de compromissos ambientais, o otimismo mais uma vez foi maior entre os brasileiros: 44% dos entrevistados do Brasil avaliaram que se saíram muito bem (ante 24% da média global); 23% dos brasileiros consideram que se saíram bem (35% globalmente).

QUADRO – AÇÕES QUE VÊM SENDO ADOTADAS

A pesquisa da Deloitte apurou as cinco principais ações que as organizações no Brasil e no mundo já realizaram ou estão realizando como parte de sua política ambiental e dos esforços em sustentabilidade, para que enfrentem com maior resiliência o cenário de crise.

Práticas adotadas por empresas no Brasil e no mundo:

  • Implementação de tecnologias para rastrear a sustentabilidade em operações – 41% de adoção no Brasil / 27% de adoção global;
  • Treinamento de funcionários para serem mais ambientalmente sustentáveis – 40% de adoção no Brasil / 33% de adoção global;
  • Design de produtos ou serviços em mais formas sustentáveis – 38% de adoção no Brasil / 32% de adoção global;
  • Abordagem de sustentabilidade ambiental em uma ou mais reuniões de diretoria durante o ano – 35% de adoção no Brasil / 31% de adoção global;
  • Incentivo aos parceiros para encontrar critérios de sustentabilidade – 35% de adoção no Brasil / 28% de adoção global.

 

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