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Estadão Blue Studio

Analytics é prioridade estratégica em Auditoria Interna

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14 de maio de 2019

O data analytics é destaque entre as inovações que mais ganharão espaço nas áreas de Auditoria Interna (AI) em um período de três a cinco anos, representando a principal prioridade estratégica nas empresas. É o que revela pesquisa realizada pela Deloitte, em parceria com o Instituto dos Auditores Internos do Brasil (IIA Brasil), “Auditoria Interna no Brasil – rumo à consolidação do impacto e da influência”.

“Como em outros segmentos empresariais, na Auditoria Interna essa tendência faz parte processo de transformação dos negócios e da digitalização crescente que vivenciamos, fruto do uso de sistemas e aplicativos cada vez mais sofisticados, integrados e complexos”, esclarece Paulo Vitale, sócio da área de Risk Advisory da Deloitte.  “Isso irá alterar bastante o modo de planejar os trabalhos de AI, bem como a forma de executar as revisões e comunicar os resultados da área.”

Para o executivo, a adoção de data analytics traz mais agilidade, aumenta a abrangência dos trabalhos e traz resultados muito mais assertivos que consideram não somente o reporte de riscos e temas ocorridos no passado, mas também abre espaço para discussão de tendências e perspectivas futuras do negócio, o que torna a Auditoria Interna uma excelente ferramenta de apoio às decisões empresariais.

Além da inovação: aprimoramento

O estudo revela também que há uma correlação entre áreas de AI que mais possuem impacto e influência e aquelas que têm foco em inovação e aprimoramento constante, seja pela adoção de novas tecnologias (como robótica e analytics), seja pela reestruturação de seus processos (Auditoria Interna ágil, aumento do percentual de trabalhos com foco “consultivo”) e adoção de novos métodos de alocação de pessoas, como programas de auditores convidados e de rotação de profissionais e envolvimento de especialistas externos em temas específicos, quando necessário.

“Essas iniciativas resultam em um processo de AI mais objetivo, ágil, dinâmico e com respostas assertivas e de alto valor agregado, colaborando muito com o processo decisório dos stakeholders”, ressalta Paulo Vitale.

Ele conta que as áreas de Auditoria Interna com práticas mais avançadas também estão ampliando seus serviços para abordar temas mais estratégicos e com perfil mais consultivo, como inovação, avaliação da cultura organizacional e dos riscos cibernéticos.

Investimento x orçamento

A pesquisa aponta que 56% dos respondentes esperam aumentar o investimento em inovação pela área de Auditoria Interna. Ao mesmo tempo, “orçamento insuficiente” foi o desafio mais mencionado, com 35% das respostas, o que demonstra a necessidade de uma gestão financeira estratégica e utilização racional e otimizada de recursos, indispensável para atender os crescentes desafios e novas expectativas externadas pelas instâncias de governança das empresas.

“Este resultado reflete o ambiente econômico vivenciado nos últimos dois ou três anos, pautado por redução de investimentos e contenção de gastos”, pontua Paulo Vitale. A pesquisa demonstra, no entanto, que o processo de inovação não deve ser encarado como uma iniciativa pontual, mas sim fazer parte da agenda dos conselheiros e auditores internos. “Estes devem repensar constantemente os métodos e tecnologias empregados, no sentido de desafiar suas estruturas a fazerem trabalhos por meio de uma abordagem cada vez mais ágil, eficiente e que traga resultados mensuráveis e de alto valor agregado”, ressalta.

Visão abrangente para os negócios

Diversas tendências – incluindo disruptura digital, novos modelos de negócios, mudanças na regulamentação e relações complexas com parceiros geradas por ecossistemas de negócios – levaram a uma transformação do papel da Auditoria Interna.

À medida que as organizações atuam em cenários cada vez mais complexos e desafiadores, existe uma necessidade  crescente por asseguração, conformidade e assessoramento. Nesse sentido, a área de Auditoria Interna deve ser encarada como uma função estratégica, que pode no suporte do processo decisório, trazendo conforto aos conselheiros e executivos de que os negócios estão sendo conduzidos com base nas expectativas existentes, de acordo com as regras do negócio e alinhados às estratégias definidas. A Auditoria Interna, pela abrangência de sua atuação, pela sua independência e pelo nível de reporte às mais altas instâncias de governança é a mais adequada para prover tais respostas, voltadas à preservação e à criação de valor dentro das organizações”.

“De modo geral, o estudo demonstra que as práticas adotadas no Brasil são equivalentes às adotadas mundialmente e, em alguns pontos, até mais avançadas. Os níveis executivos e de conselho têm na Auditoria Interna um apoio valioso para suportar suas decisões de negócios”, diz Vitale.

Outras prioridades estratégicas da área de Auditoria Interna no Brasil nos próximos cinco anos;

  • Implementar analytics na área exige, principalmente, o acesso aos talentos certos – seja contratando ou treinando funcionários, ou ainda considerando modelos alternativos, como envolvimento de especialistas externos para fornecer metodologia e apoio temporário ao processo de implementação.
  • Uma maior integração com as atividades da segunda linha de defesa (que inclui funções de gerenciamento de riscos e conformidade) ganha importância entre os executivos do País. Economicamente, essa iniciativa colabora com a necessidade das organizações de fazer mais com menos, à medida que a integração das linhas de defesa permite ganhos de sinergia e complementariedade na atuação da AI.
  • Implementar tecnologias cognitivas ou RPA é algo que as áreas de AI têm aplicado na busca por mais eficiência e efetividade, seja no uso desses recursos para apoiar seu enfoque de trabalho ou na criação de capacidades para poder auditar processos com essas características. Ao automatizar processos, é possível aumentar a produtividade, diminuir os erros e dedicar mais o tempo dos profissionais que estavam focados em controles e processos a uma abordagem mais estratégica e consultiva.
  • Fortalecer o “pipeline” de talentos exige que a Auditoria Interna seja um polo de atração de pessoas. Uma marca forte dentro da organização é um fator positivo, uma vez que a Auditoria Interna representa uma excelente oportunidade para a aceleração de carreira e para a formação de líderes na organização. Além disso, à medida que a área se torna mais envolvida, dinâmica, ágil, inovadora e voltada para o futuro, atrairá indivíduos que pensam dessa maneira.
  • Aprimorar a qualidade da Auditoria Interna requer repensar constantemente a melhoria do enfoque de trabalho, a adoção de ferramentas e métodos automatizados e a forte capacitação dos profissionais da área.

Principais destaques da pesquisa:

Quais inovações impactarão a Auditoria Interna em um período de três a cinco anos?

  • 23% Data analytics
  • 20% Tecnologias cognitivas RPA
  • 18% Antecipação de riscos
  • 11% Análise preditiva
  • 9% Implementação de Auditoria Interna
  • 6% Novos modelos de operação ao longo das três linhas de defesa

Desafios de impacto enfrentados pela área (respostas múltiplas):

  • 35% Orçamento insuficiente
  • 29% Escopo restrito para a realização de atividades de assurance
  • 27% Limitação para a realização de atividades consultivas
  • 21% Falta de visibilidade e autoridade devido à hierarquia de reporte
  • 17% Falta de habilidades-chave ou talentos
  • 12% outros
  • 5% não têm certeza

Acesse a pesquisa “Auditoria Interna no Brasil – rumo à consolidação do impacto e da influência” na íntegra

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