Jornada ESG

Produção

Estadão Blue Studio

Tempos de transformação para auditoria interna

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26 de abril de 2017

O mundo corporativo passa por diversas transformações e o avanço tecnológico é parte integrante dessa realidade.  Tal cenário de mudança também é uma realidade nas práticas de suporte à governança corporativa, como auditoria interna, compliance, gestão de riscos e segurança cibernética.  Isso tem exigido dos profissionais que atuam nesta área uma revisão de sua forma de atuação, de suas habilidades e busca pela qualificação.

“A tecnologia está mudando significativamente o que fazemos e a forma como trabalhamos em auditoria interna e em outras áreas de apoio à governança corporativa”, explica Terry Hatherell, líder global de auditoria interna da Deloitte. “É um grande desafio reunir todas as habilidades específicas necessárias.”

“As tecnologias disruptivas estão contribuindo para acelerar o desenvolvimento dos trabalhos, ampliar a abrangência das análises e permitir conclusões mais assertivas, agregando valor aos trabalhos. Isso tem exigido mais da auditoria, o que acaba impulsionando a tendência de mudança”, diz Hatherell. Neste cenário de transformação, as técnicas de analytics (como é conhecido o processo de análise de um volume imenso de informações produzidas pela própria empresa e por seus públicos de interesse) desponta hoje como a principal ferramenta.

“É imperativo que os departamentos da auditoria interna avancem nessa direção, desenvolvendo estratégias para adoção de novas tecnologias, com a segurança de que possuem expertise adequado e ferramentas certas”, recomenda.

O IIA (Instituto dos Auditores Internos do Brasil) e a Deloitte têm desenvolvido pesquisas em cooperação e discutido bastante os novos caminhos da auditoria interna, de forma a contribuir para este aprimoramento. “Um dos objetivos da atual gestão é ampliar as possibilidades de treinamentos ofertadas pelo IIA Brasil, de forma a promover capacitação nas habilidades necessárias aos auditores. Nossa aproximação com as empresas de auditoria tem essa perspectiva: aprimorar a qualificação”, declara Rene Guimarães Andrich, presidente do Conselho de Administração do IIA.

Segundo a edição 2017 da pesquisa “Tendências da Auditoria Interna 2017”, realizada pela Deloitte, o processo de analytics pode aumentar a eficiência e a efetividade das atividades da auditoria interna. Introduzir o conceito e aplicação de técnicas de análise permite que a auditoria interna tenha um plano anual dinâmico, favorecendo à identificação e à atuação tempestiva quanto aos riscos emergentes ao negócio.

Esse processo também permite que a auditoria interna potencialize o fornecimento de novos insights e previsões mais assertivas sobre a materialização dos riscos e interesses da gestão e conselhos, bem como desenvolva reportes mais dinâmicos. Adicionalmente, com o uso de técnicas avançadas de analytics, é possível mensurar de forma preditiva a materialização de riscos inerentes.

“A pesquisa demonstrou uma forte expectativa dos líderes de Auditoria Interna por mudanças na forma de atuação de suas áreas, e isso deve-se às crescentes exigências dos níveis executivos em relação ao alinhamento da auditoria interna com os objetivos estratégicos das organizações e foco em seus temas e riscos prioritários”, diz Paulo Marcio Vitale, sócio da área de risk advisory da Deloitte.

Outra abordagem importante neste cenário de transformações, segundo Terry Hatherell, é RPA (sigla em inglês para Robotic Process Automation). “As empresas estão buscando a automatização de ações e transações rotineiras, e isso tem acontecido também com algumas atividades de auditoria interna”, explica Terry, que destaca os principais desafios para a área:

1.    Desenvolver capacidades necessárias: é fundamental para ter sucesso e influência dentro das organizações. “Auditorias internas que não possuem habilidades corretas podem deixar de observar áreas de maior risco ou de maior importância por falta de preparo”.

2.    Abraçar a mudança: “o que funcionou há cinco, dez anos, pode não funcionar agora, tanto em função da velocidade das tecnologias disruptivas, quanto de alterações regulatórias. As mudanças são muito dinâmicas: as expectativas dos gestores, o comportamento do consumidor, as prioridades das organizações, o que reforça a necessidade de novos modelos de negócios”, explica.

Desejo de transformação

Segundo pesquisa Deloitte “Auditoria Interna no Brasil – Análise comparativa das tendências globais para uma função em transformação”, as auditorias internas que atuam no Brasil, de modo geral, estão alinhadas às tendências mundiais pelo desejo de transformação da função da auditoria interna, bem como pela busca por maior influência e relevância da área frente aos níveis executivos (conselhos, comitês e diretorias). Todo esse processo converge para o objetivo de promover as evoluções necessárias nas organizações e acompanhar as transformações de mercados, tecnologias, regulamentação e riscos.

Observe, a seguir, alguns destaques do estudo:

Uma parcela expressiva (85% da amostra global e 82% da amostra do Brasil) acredita que a auditoria interna deve passar por mudanças moderadas ou significativas para viabilizar o sucesso da área nas organizações onde atuam.

Para os próximos anos, as qualificações em prevenção e detecção de fraudes (70%), análise de dados (67%) e modelos de riscos (66%) tendem a ser as mais demandadas para a área de auditoria interna, segundo os respondentes do Brasil. Na amostra global, as habilidades em controles internos também emergem entre as mais importantes, de acordo com 62% dos participantes.

O cenário brasileiro de avanço no rigor das fiscalizações, a complexidade do ambiente regulatório e as crescentes preocupações com padrões éticos inspiram maior atenção das organizações a práticas de conformidade e de prevenção e detecção de fraudes em relação ao mundo: 75% das empresas no País acreditam que qualificações em prevenção e detecção de fraudes são importantes para o sucesso da auditoria interna nos próximos três a cinco anos.

Apesar de uma forte demanda pela utilização de ferramentas de analytics, a capacitação para empregar estas técnicas ainda é básica para a maior parte (55%) das empresas globais participantes do estudo, e para uma parcela expressiva (39%) dos respondentes do Brasil.

Para acesso às pesquisas e vídeo Deloitte sobre Auditoria Interna:

Auditoria interna no Brasil – Análise comparativa das tendências globais para uma função em transformação

Tendências para auditoria interna – Áreas de foco e alto impacto em 2017

https://youtu.be/IjtPjGiPRhI

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