Inovação impulsiona qualidade e eficiência na área da saúde

Evento em São Paulo debateu estratégias para aplicar as novas tecnologias à medicina, o que reduz custos e estimula a excelência, além de aproximar médicos e pacientes
Temas relevantes para o futuro da saúde foram discutidos ao longo do encontro – Foto: Valeria Gonçalvez

Mais qualidade e eficiência na medicina são questões urgentes e que dependem em grande parte da inovação. A chegada de novas tecnologias já causou mudanças profundas em diversas áreas, e a saúde está dando passos importantes nessa evolução. Mas a mudança de patamar precisa chegar rápido – e permitir que esse novo momento aconteça será fundamental para todo o setor. 

A gestão desses avanços tecnológicos foi discutida no Fórum Estadão Think Inovação e Excelência Médica como Diferencial, realizado pelo jornal O Estado de S. Paulo em parceria com a Dasa. Importantes nomes da medicina se reuniram dia 5 de setembro, no Cubo Itaú, em São Paulo, para discutir rumos, desafios e perspectivas do setor. “Implementar uma cultura digital não é fácil, leva tempo, mas ver isso acontecendo dentro da Dasa é espetacular. O que a gente quer é ver os pacientes sendo beneficiados”, declarou Romeu Domingues, presidente do conselho da Dasa. “Não vai ser a Dasa sozinha que vai transformar o setor, seremos todos nós juntos. Precisamos integrar os serviços, trabalhar em conjunto para melhorar a saúde no País”, complementa o diretor-geral, Carlos de Barros.  

Uma das mudanças mais urgentes e que deve trazer profundos impactos na rotina de médicos, pacientes e de todos os agentes envolvidos no ecossistema de saúde é um melhor gerenciamento dos dados. Esse foi o tema discutido no primeiro painel do dia, Os desafios do uso de dados em saúde e as mudanças na relação médico-paciente. A tecnologia permite reunir e gerenciar dados para extrair informações que podem ser a chave para uma medicina mais preditiva e preventiva. “O dado pode ser uma das grandes ferramentas para fazer com que a estrutura da saúde seja mudada. Temos hoje uma medicina reativa, e ele vem para tornar a medicina mais proativa”, avalia Rafael Canineu, diretor médico de Value-Based na Dasa e um dos integrantes do painel. 

“Precisamos ver o paciente como um filme, não como uma fotografia. Se eu olho um exame isolado, posso achar que ele não está bom, mas esse mesmo resultado no contexto histórico do paciente pode ser considerado excelente. A integração dos dados evita que a gente peça exames desnecessários e faça diagnósticos precipitados e incorretos”, afirma Otávio Gebara, diretor clínico do Hospital Santa Paula e participante do painel, que também contou com a presença de Teresa Veloso, diretora técnica e de relacionamento com prestadores da SulAmérica, e Claudia Cohn, membro do conselho da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed). 


Ainda que os benefícios de usar os dados já estejam bastante visíveis e compreendidos, reunir essas informações e fazer com que elas sejam efetivamente úteis para médicos e pacientes é um dos principais entraves. “O grande desafio hoje é como conectar os diferentes players do mercado. Os dados existem, mas eles não transacionam de um lado para o outro. Essa fragmentação vai gerando um custo adicional que o setor não tem aguentado nos últimos tempos”, diz Teresa. “Não adianta ter informação sem continuidade. Precisamos garantir a rastreabilidade da história do paciente. Já na identificação, ter algo que possa percorrer todos os sistemas da interoperabilidade e que garanta esse histórico em toda a cadeia”, complementa Claudia.

Romeu Domingues, médico e presidente do conselho da Dasa, participou da abertura do evento – Foto: Valeria Gonçalvez

Empoderamento do cliente 

As consequências da aplicação de tecnologias como big data e analytics estão sendo sentidas além dos consultórios médicos ou das salas de exame. A gestão das empresas de saúde e toda a jornada do paciente – que envolve desde a marcação de consultas até a compra de medicamentos em uma farmácia – também estão sendo postas em xeque. “Como conduzir essa transformação é um desafio para todos nós, mas a tecnologia está com a gente o tempo todo. Não há como fugir. Saber como usá-la é o que vai nos diferenciar”, relata Teresa Sachetta, da Americas Serviços Médicos. 

Como a transformação digital ajuda a gestão e o atendimento na saúde foi o tema do segundo painel do dia, que, além de Teresa, teve a presença de Emerson Gasparetto, vice-presidente da área médica da Dasa; Joel Formiga, coordenador de inovação digital da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo; e Cleber Morais, diretor-geral da Amazon/AWS Brasil. 

Melhorar a experiência do paciente é um dos desafios de quem presta serviço de saúde. “Hoje, podemos usar o celular para chamar um transporte, comprar uma passagem de avião e fazer check-in, fazer transições bancárias, mas até há pouco tempo não tínhamos uma ferramenta totalmente digital para agendar um exame médico. A Dasa tem trabalhado muito nisso, em garantir uma melhor jornada para o paciente”, diz Gasparetto. “Todos os setores estão vivendo essa transformação que começa pelo empoderamento do cliente. A mudança vai acontecer e vai ser rápida”, complementa Morais.

Ferramenta para auxiliar a prevenção 


Uma prevenção mais direcionada e efetiva e diagnósticos mais rápidos e precisos devem ser alguns dos grandes diferenciais que a aplicação da inteligência artificial e da correta análise de dados podem trazer para a medicina. O uso da tecnologia para antecipação do cuidado foi o tema do terceiro painel do evento. A mesa foi formada por Gustavo Gusso, diretor da Nexa Digital; Leonardo Vedolin, diretor médico da Dasa; Rodrigo Lopes, CEO do Grupo Leforte; e Rogério Sugai, diretor médico da Salesforce. “O desafio maior é fazer com que a informação abundante que temos hoje oriente a conduta de maneira mais adequada”, afirma Vedolin. 

Nesse processo, é fundamental munir o paciente de informações e torná-lo cada vez mais ciente e responsável pela sua saúde. “Quando temos um paciente que vai muito ao pronto- -socorro, por exemplo, precisamos usar a análise de dados para entender o motivo disso. A partir daí conseguimos orientá-lo a buscar uma ajuda mais adequada. Precisamos pensar no tratamento matricialmente”, afirma Lopes.

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