Quando foi anunciada, em 2014, a redução das vagas com financiamento público por meio do programa Fies assustou muita gente. No entanto, iniciou-se ao mesmo tempo uma nova fase no ensino superior, marcada pelo avanço da oferta de crédito universitário administrado pela iniciativa privada. Beneficiada também pela queda na taxa de juros e pela entrada de novos recursos no setor, essa modalidade de financiamento passou a ser a principal porta de entrada na faculdade para aqueles que não podem pagar por ela.

Diferentemente do crédito público, no financiamento privado o estudante precisa pagar a faculdade enquanto ainda estuda, embora possa diluir as mensalidades em parcelas menores, que serão quitadas em alguns anos após a graduação. Para solicitar o benefício, é preciso avaliar um grupo de opções variadas, que inclui o pedido de crédito direto na universidade, o empréstimo por meio de banco ou um contrato de financiamento com alguma instituição privada. Em todos os casos, há uma análise de crédito antes de obter um financiamento parcial ou total, dependendo das condições socioeconômicas do aluno e da graduação escolhida.

Segundo os dados mais recentes do ensino superior, 43,7% dos universitários utilizam os financiamentos estudantis. Desse montante, 38% é ofertado  ela iniciativa privada, sendo o crédito direto com a instituição de ensino superior a modalidade mais procurada.

Direto com faculdade é a melhor opção
De acordo com Rodrigo Capelato, diretor do Semesp, instituição que representa um grupo de universidades particulares de São Paulo, essa movimentação é benéfica para o estudante, mas exige cautela na escolha da melhor modalidade. “A opção de financiamento direto com instituição de ensino superior é um bom caminho, mas tem como limitação o número reduzido de vagas. Já o financiamento em bancos ou outras entidades financeiras pode ter mais oferta, mas está atrelado à aprovação de crédito”, explica. Segundo o especialista, na segunda modalidade, em média oito em cada dez pedidos são recusados na fase de avaliação de crédito.

No crédito estudantil privado, o aluno geralmente paga 50% da mensalidade durante o curso e a outra metade depois que se forma, por um período equivalente ao da graduação, com juros e reajustes anuais. Nos bancos, a taxa de juros varia. No Bradesco, por exemplo, a taxa de balcão gira em torno de 1,6%; já no Santander, fica na casa de 2%. Esses percentuais variam dependendo da parceria com a universidade e do perfil de crédito do aluno. Já em instituições privadas, a taxa de juros pode ser de zero ao mês no período inicial do contrato, permitindo que o valor mais alto passe a ser cobrado somente após a formatura.