A mulher no campo é um tema central para a Corteva Agriscience, uma vez elas representam 43% da força de trabalho nas regiões rurais e são responsáveis por mais de 50% da produção de alimentos no mundo, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura (FAO, na sigla em Inglês).
Essa relevância levou a empresa a encomendar um estudo sobre as demandas, preocupações e aspirações dessas agricultoras. Divulgada no ano passado, a pesquisa foi realizada com 4.200 mulheres em cinco continentes, 17 países, incluindo o Brasil.
O estudo entrevistou mulheres de países muito distintos, como EUA, França, Nigéria, Índia e Brasil e chegou a resultados surpreendentes. Independentemente do nível socioeconômico do país da entrevistada, as demandas, desejos e problemas revelados são muito semelhantes.
“Uma das principais descobertas é o orgulho que essas mulheres sentem por trabalhar no agronegócio, que chegou à média de 91% nos 17 países. O percentual mais alto foi na Índia, com 98%, e o Brasil, muito alinhado com média global, apresentou 90% de orgulho de estar no Agro”, explicou Vivian Bialski, diretora de Comunicação Corporativa da Corteva para a América Latina, em entrevista na TV Estadão.
Apesar da satisfação que essas agricultoras sentem em relação ao que fazem, a pesquisa revelou que 66% delas sentem o preconceito de gênero no setor. “A Índia foi o país que apresentou o maior índice de discriminação, com 78%, e o Brasil veio em segundo lugar, com 77%”, disse Vivian.
Esse preconceito, segundo a pesquisa, é percebido de várias formas. Uma delas é na remuneração: mulheres que realizam o mesmo trabalho que homens recebem menos. Elas também não se sentem “ouvidas”. Muitas vezes, essas agricultoras têm ideias inovadoras para trazer melhorias para sua comunidade, mas são ignoradas.
A discriminação às vezes é velada, outras vezes é explícita. A história de Fernanda Favoreto, uma produtora brasileira de grãos da região de Catalão (GO), exemplifica bem como o preconceito se manifesta. “No dia que ela assumiu a liderança na fazenda e foi falar pela primeira vez com os funcionários presentes, vários pediram demissão”, contou a diretora.
Em relação às ferramentas necessárias para superar as dificuldades, as agricultoras entrevistadas fizeram várias reivindicações. Entre elas, ter mais acesso ao conhecimento, seja por meio de formação acadêmica ou de treinamentos; ter mais respaldo jurídico nas situações em que são alvos de discriminação e ver suas histórias de sucesso mais amplamente divulgadas.
Um estímulo ao protagonismo feminino
Diante dessa demanda, a Corteva encabeçou uma série de iniciativas. Uma delas foi a Academia de Liderança para Mulheres no Agronegócio. Trata-se um programa de treinamento realizado em parceria com a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) e a Fundação Dom Cabral (FDC), que formou a primeira turma de 20 mulheres este mês, durante o Congresso Nacional de Mulheres do Agronegócio (CNMA), realizado em outubro na capital paulista.
A criação de uma websérie foi outra ação. Lançada no ano passado com o título “Esta é minha história”, a série conta experiências de superação de várias empreendedoras rurais. A segunda fase da websérie estreou este mês e recebeu o nome “Cultivando as próximas histórias”.
Todos os vídeos
encontram-se disponíveis em
www.mulheresnoagro.corteva.com.br
Além disso, a Corteva apoiou o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) no lançamento da segunda edição do livro “Lutadoras – Mulheres rurais no mundo”, uma publicação que traz relatos de 42 autores que têm se destacado na luta por políticas públicas que tragam equidade ao campo e reconheçam a importância da presença feminina.
“Inclusive a ministra [da Agricultura] Tereza Cristina escreveu um capítulo deste livro, contando as dificuldades e evidenciando o que é necessário ser feito para tirar as mulheres de uma condição de vulnerabilidade no agro”, comentou Vivian, na TV Estadão.
Confira a entrevista na íntegra clicando aqui.