Em 2016, uma criteriosa análise da desigualdade produtiva no campo e, consequentemente, na renda gerada aos agricultores, levaram a Corteva AgriscienceTM a idealizar o programa Prospera. Dados recém-divulgados pela consultoria Agroconsult atestam que a produtividade média do milho no Brasil é de 101 sacas por hectare. No entanto, o censo agropecuário do IBGE de 2017 aponta que, em Pernambuco, o índice é de apenas 9 sacas por hectare.
O programa consiste em oferecer capacitação a pequenos produtores e agricultores familiares para adoção de um sistema produtivo de alto rendimento e acesso ao mercado, com o intuito de promover a geração de renda e o desenvolvimento das comunidades rurais.
“Não tínhamos presença com sementes em Pernambuco. Fomos para lá em 2016 e conversamos com os institutos de pesquisas, associações, produtores, indústria e entendemos o perfil do produtor rural na região”, explica Alexsandro Mastropaulo, gestor do programa na Corteva. “Com base nisso, elaboramos o projeto piloto, que foi realizado em 2017 e depois se tornou um programa”, acrescenta.
O Prospera conta com duas etapas de formação. A primeira é a capacitação teórica e, a segunda, a parte prática, em que os agricultores, estudantes e profissionais da agricultura têm a chance de experimentar em campo aquilo que foi ensinado em sala de aula.
Até o momento, já aconteceram três turmas, somando 1.115 participações. “O foco está no Nordeste, onde estimamos que estejam 90% dos produtores com este perfil [pequenas áreas e baixíssima produtividade]”, explica Mastropaulo. “São agricultores familiares, pessoas que vivem da agricultura de subsistência e que muitas vezes fazem parte de assentamentos rurais”.
Programa identifica dificuldades e ajuda a superá-las
Logo na primeira turma, a Corteva comprovou seu diagnóstico do principal problema: a falta de conhecimento e do acesso a insumos e serviços por parte dos produtores. “Eles não conheciam sementes com tecnologia, assim como o sistema de combinação de híbridos para driblar as adversidades do clima”, diz o gestor.
A equipe da Corteva também observou que esses agricultores colocavam uma porção pequena de sementes por hectare, plantavam com enxada e outros equipamentos rudimentares, como matraca agrícola. No programa, eles aprendem a conduzir um sistema produtivo de alto rendimento, com técnicas utilizadas pela agricultura profissional, sendo algumas delas: análise de solo para definição de fertilizantes, quantidade de sementes plantadas por hectare, sistema de combinação de híbridos, manejo da lavoura com proteção de cultivos, além de trabalhar com plantadeira e outros equipamentos mecanizados.
“O programa foi desenhado para fazer diferença
na vida do produtor e gerar renda no campo”,
afirma Alexsandro Mastropaulo,
gestor do projeto na Corteva
No Prospera, os agricultores são incentivados a se organizarem em cooperativas para facilitar a compra de insumos e a contratação de prestadores de serviços, principalmente na área de mecanização agrícola (da preparação do solo à colheita).
Outra importante capacitação recebida pelos produtores através do programa trata do acesso ao mercado. “Depois da colheita, o produtor precisa comercializar seu produto, e orientamos para que isso seja feito de maneira formal, através da emissão de nota fiscal eletrônica avulsa, assim o produtor tem acesso a mercados que antes ele não tinha, suprindo diretamente a indústria local”, comenta.
Com visão de longo prazo e sustentabilidade das ações promovidas pelo programa, a Corteva identificou também que, além da capacitação do agricultor, precisava preparar a futura geração de profissionais da região.
Para isso, hoje, o programa conta com parceiros de peso na preparação de estudantes: a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), o Colégio Agrícola Dom Agostinho Ikas (CODAI), o Instituto Federal de Pernambuco e a Escola Técnica Estadual de Palmares.
“Começamos a treinar os estudantes, porque percebemos que, além de treinar o produtor, precisávamos ajudar a preparar os futuros profissionais de campo, fossem eles técnicos agrícolas ou engenheiro agrônomos”, diz Mastropaulo.
Feedback dos participantes e planos futuros
Os agricultores que passaram pelo curso relatam melhorias. A primeira delas é o aumento da produtividade, de 9 sacas por hectare em 2016 para 70 sacas por hectare no ano passado. O treinamento também ajudou os produtores a fazer um uso mais racional de insumos.
O programa está em Pernambuco e já passou por uma comunidade da Paraíba. “Para 2020, vamos continuar em Pernambuco, mas queremos expandir a atuação para os outros estados”, diz Mastropaulo.
O Prospera é uma espécie de “menina dos olhos” da Corteva por estar totalmente vinculado com o propósito da companhia: melhorar a vida daqueles que produzem e que consomem, garantindo o progresso para as próximas gerações. “O programa foi desenhado para fazer diferença na vida do produtor e gerar renda no campo”, finaliza o gestor.